Os IncríBeis. Aveiro encheu-me o coração nesta manhã de domingo!

https://www.youtube.com/watch?v=31NlzGVVshU

Grande Tour dos IncríBeis na cidade de Aveiro! É a Veneza de Portugal, sem dúvida.

Realmente, a corrida tem este poder de atrair boas pessoas. Eu costumo dizer que foram mais elementos que se juntaram à família dos IncríBeis. Aquilo que me está a dar realmente muito gosto — e não posso deixar de referir, porque senti isso em Braga, e voltei a sentir em Aveiro —, é que eu não conheço realmente estas pessoas, e só as conheço mesmo no momento em que nós nos encontramos, às 9 horas da manhã, num ponto de encontro, para começamos a correr às 9h30. Só conheço, realmente, essas pessoas quando estaciono, saio do carro e começo a ir à procura de quem serão os três runners que vão correr estes 10 quilómetros ao meu lado.

É muito engraçado porque eu saio do carro, eles começam a levantar a mão, porque eles já sabem quem eu sou, e eu muitas das vezes não estou bem a ver quem eles são, cumprimentamo-nos, começamos a falar e é tão engraçado como não nos conhecemos mas começamos logo a falar como se tivéssemos estado juntos há duas horas. Não sei explicar, é mesmo IncríBel.

Como sei que nunca começamos a correr a esta hora e que temos sempre um pequeno encontro antes da nossa corrida, marco sempre para as 9 horas, para termos ali cerca de 30 minutos para nos conhecermos. “De onde és, o que é que fazes, porque é que vieste, o que é que costumas correr, qual é a tua grande paixão?”, são estas algumas das perguntas que fazemos uns aos outros. E é aqui que se vê que uns vêm do trail, outros fazem ultramaratonas, outros começaram a correr há pouco tempo, outros estão a preparar-se para uma meia maratona.

É o caso da nossa querida Melissa, que em setembro quer correr a Meia Maratona do Porto, e que me disse: “vim correr com os IncríBeis porque quero que tu, Isabel, partilhes comigo a tua experiência enquanto corredora, no que toca às distâncias de 21 quilómetros.”

Depois temos uma Ana Cláudia, que tinha uma vida bastante sedentária há uns anos e que, de repente ela e o marido, por questões de saúde, mudaram os hábitos alimentares e começaram a correr. Naquele dia, a Ana foi ao treino dos IncríBeis para se superar, porque nunca tinha corrido 10 quilómetros. Neste treino ela queria mesmo terminar o percurso.

Temos também o nosso Bruno, que participou no passatempo dos IncríBeis porque uma grande amiga dele queria correr, mas está lesionada e, como não podia, incentivou-o a participar. E também adorou. É uma pessoa que já faz trail e meias maratonas e que adora correr.

Ou seja, antes de começarmos a correr fazemos sempre uma espécie de BI uns aos outros para nos tentarmos conhecer, para perceber quem é que somos, de onde vimos, e porque estamos ali. Porque isso é muito importante. Por isso é que, para mim, me faz sentido tudo isto. Não é chegar, dizer olá e começar a correr. É perceber porque é que as pessoas estão ali, porque é que quiseram levantar-se cedo a um domingo para virem ter comigo e correr 10 quilómetros. O que é que as move? E é muito interessante perceber o que é que move estas pessoas, e claro que eu fico mega feliz e de coração cheio por perceber que todos gostam de mim e que também estão ali por mim. Mas sinto, sobretudo, que estão ali porque adoram correr.

Foi muito engraçado porque o Licínio é de facto a pessoa que já conhece os locais, e ele tem uma ligação muito forte a Aveiro porque é a terra dele. Portanto também foi muito bom sentir a energia e a alegria dele, mas realmente, quando começamos a correr é engraçado que quem acaba por assumir as rédeas do percurso não sou eu nem o Licínio, mas sim as pessoas que são da terra e que vêm correr connosco.

Neste caso, a querida Ana Cláudia assumiu as rédeas. Ela estava numa prova de superação mas, ao mesmo tempo, estava a indicar-nos o caminho. E agora vamos pelo centro, e agora à direita, e à esquerda, e tudo mais. Para mim foi incríBel porque eu nunca tinha corrido em Aveiro, e eles mostraram-me a cidade enquanto estava a correr. Partimos da Antiga Fábrica Jerónimo Pereira Campos e passamos em algumas das zonas mais emblemáticas de Aveiro. Desde o Rossio, o Mercado do Peixe, a Ponte do Laço e de São João, a Universidade, vários parques, a Sé, passámos também por um viaduto com vista panorâmica para a Ria e terminámos o nosso percurso no Cais da Fonte Nova.

E, lá está, o que é interessante é que eu gosto de fazer estes 10 quilómetros a um ritmo confortável para todos, para também pudermos descomprimir. Estes 10 quilómetros não são para corrermos rápido, são para corrermos a um ritmo confortável, que nos permita conversar, desfrutar da paisagem, até, se calhar, parar um ou dois segundos para tirar uma foto, e terminarmos. Mais do que terminarmos cansados do treino, é terminarmos de coração cheio porque foi uma oportunidade de convívio. E foi isso que aconteceu.

De facto esta Tour tem sido mágica, porque é uma oportunidade de conhecer, uma vez mais, as maravilhas do nosso IncríBel Portugal. Em Aveiro fomos dar uma volta de moliceiro, comemos ovos moles e só não fomos às tripas porque não houve tempo porque, entretanto, cada um tinha de ir às suas vidas. É que nós não estamos juntos só durante a corrida, é o antes, o durante e o depois, porque quando acaba a corrida nós ainda vamos conviver mais um bocadinho. Portanto isto, para além de tour, é um convívio dos IncríBeis. Só para vos dizer que encontrámo-nos às 9 horas e só nos separamos já passava do meio-dia. Sendo que fomos fazer um treino de 10 quilómetros.

Foi espetacular conhecer a cidade de Aveiro, as pessoas são muito simpáticas, foram muitas as que nos cumprimentaram ao longo do percurso e foi bonito ver aquela mancha vermelha de corredores. Só nos faltava o dorsal ao peito. É isto que nos move, é esta energia. Quando me perguntam de onde vem a minha energia, ela vem muito daqui, também. A corrida desperta o meu lado melhor, ativa as coisas boas que eu tenho. Faz isto comigo e, seguramente, com todos os que foram correr comigo.

E, mais uma vez, ficaram aqui pessoas para a vida. No final disse-lhes: “quando voltar a Aveiro, vou-vos ligar e vamos fazer uma corrida juntos.” É isto que fica. E eu aconselho-vos mesmo a verem este vídeo, que foi gravado e editado pelo meu querido Rodolfo, que também corre connosco para ter imagens para vos mostrar.

Foi uma família que aqui nasceu. Eu adorei, e ainda estou a desfrutar desta experiência, mesmo sabendo que daqui a dias estou em Faro para correr com os IncríBeis desta cidade do sul.

E esta também foi uma corrida especial para mim porque corri na cidade do meu distrito. Sou de Santa Maria de Lamas, concelho de Santa Maria da Feira, que faz parte do distrito de Aveiro, portanto corri, claramente, em casa. Quando corremos em casa, junto das nossas raízes, a energia também é muito mais especial.

Esta é energia que me move a mim, a todos os corredores, e é esta a energia que me alimenta, a mim e à EDP, que está comigo em todos estes projetos que contribuem para o bem-estar e para a saúde de todos.

VÍDEOS
Rodolfo Franco

AGRADECIMENTOS
Hotel Mélia Ria
Run4Excellence

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

La Bonne Crêpe tem crepes saudáveis com farinha de trigo sarraceno

Crepes saudáveis

Lembro-me bem daquilo que me levou a esta creparia: Portugal jogava com a França e a minha amiga Maria convidou-me para ir com ela a este espaço assistir ao jogo.

“Vais gostar dos crepes! Tem doces e salgados, mas a massa é de trigo sarraceno

Depois disto, fiquei tentada a experimentar. O trigo sarraceno é uma semente isenta de glúten e é muito nutritiva. Costumo consumir no lugar do arroz. Não é muito comum encontrarmos uma massa de crepes partir de outros cereais e sementes. Deixo-vos aqui um dos textos que escrevi na altura que lá estive.

 


 

Uma amizade duradoura, uma paixão em comum por Lisboa e uma vontade antiga de criar um negócio: assim nasceu a La Bonne Crêpe. Jonathan e Jason, irmãos, juntaram-se a dois dos seus amigos, Adrien e Maxence, para darem vida ao projeto que tinham em mente há cerca de dois anos: abrir um restaurante de crepes saudáveis.

Foi perto dos 18 anos de idade que os luso-descendentes pensaram em começar um novo projeto. Indecisos entre o mundo da restauração e o têxtil, acabaram por optar pela restauração, ramo no qual não tinham experiência, mas sim uma grande paixão.

Depois de uma formação na área, os fundadores nascidos em França viram numa das cidades que mais adoram, Lisboa, uma oportunidade para criar um conceito todo à volta de crepes doces e salgados. Estes últimos foram inspirados na galette francesa e, por isso, marcam a diferença ao serem feitos com farinha de trigo sarraceno: um produto sem glúten e que não causa aquela sensação de estômago pesado depois de comer.

“Em França, quando as pessoas comem um crepe é uma festa. A nossa vontade era encontrar um produto que os clientes adorassem e sobre o qual pudéssemos discutir e falar, porque a relação com o cliente é muito importante para nós”, explica Jonathan. “Quando se come farinha de trigo, que tem glúten, ficamos logo com a sensação de barriga cheia. Se comer uma sanduíche, cheia de ingredientes, acaba por estar satisfeita, mas também fica com a sensação de que comeu demasiado. O bom dos crepes salgados serem feitos com trigo sarraceno é que vai ficar satisfeito e sem sensação de enfartamento, ainda que sejam crepes substancialmente recheados.”

Quanto à ementa de crepes saudáveis, existem várias opções. Tem seis combinações diferentes tanto nos doces como nos salgados mas, se preferir outra coisa que não um crepe, pode pedir um açaí e uma cookie caseiras. Existe também o menu almoço (8,90€), que inclui um crepe salgado e uma bebida, e ainda o menu estudante (6,90€), onde pode pedir um crepe salgado e uma bebida.

Mas se mesmo assim, nenhuma lhe parece a escolha certa, não perca o entusiasmo. No La Bonne Crêpe, para além de poder personalizar o seu crepe, pode comer a qualquer hora do dia, seja ao almoço, lanche, jantar ou até mesmo à ceia. Chocolate salgado, manteiga de amendoim, queijo, nutella, ou até mesmo legumes e carnes são algumas das opções com que os pode rechear.

Outro dos pilares importantes do restaurante é a sustentabilidade. A qualidade dos produtos é das principais preocupações dos donos, sendo que tudo é feito na hora e com produtos frescos, quase todos nacionais. Já as embalagens são biodegradáveis, tal como os copos, que são feitos à base de amido de milho.  

Fotografia original do La Bonne Crêpe

Neste local “onde os clientes podem comer produtos saudáveis sem esperar meia hora, e partilhar os momentos com as pessoas que mais amam”, como explica o responsável, poderá esperar um ambiente relaxado, tranquilo e, também, instagramável.

O restaurante tem ainda serviço de takeaway e pode encomendar os seus crepes através da Uber Eats e da Glovo.

 

 

La Bonne Crêpe

+351 915 200 556 / +33 6 28 49 64 73 
Rua Marquesa de Alorna 30A 

1700-303 Lisboa

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

Os IncríBeis. O nosso primeiro treino

https://www.youtube.com/watch?v=K0xhwduYbdc

A tour dos IncríBeis está de volta!

Finalmente vamos retomar um grande projeto do qual tenho muito orgulho e que muito me entusiasma: o projeto dos IncríBeis. Fomos todos apanhados na curva por causa da pandemia, tanto que, quando este projeto se iniciou, iniciou-se apenas com um treino.

Não sei se se recordam, mas esta Tour arrancou precisamente uma semana antes de termos entrado em estado de emergência por causa da pandemia. Longe estávamos nós de saber que este projeto ia ficar adiado. E assim foi. A tour arrancou em março de 2020, depois veio a pandemia, e ficou a marinar. até que, agora, que já estamos a desconfinar, ainda que em condições diferentes, podemos arrancar novamente com esta tour, que é um desejo muito meu, e da EDP também.

Basicamente, malta, este meu desejo era, e é, poder andar de norte a sul do País a correr junto de vocês em vez de estar a fazer os treinos dos IncríBeis uma vez por mês sempre na zona de Lisboa. O objetivo é muito simples: é não só ir correr para fora cá dentro e correr num ambiente diferente, absorver uma energia diferente, mas também aproveitar para conhecer as várias regiões do nosso País. Ao mesmo tempo, também é uma oportunidade de poder estar um pouco mais próxima de vocês. Ah, e claro que, com isto, vocês já não podem dar aquela desculpa de “ah eu não vou correr porque é longe”. Não, não é, malta, porque a Isabel Silva vai ter convosco.

Sou uma mulher do Norte e, como mulher do Norte, quero cumprir com o que prometo. E se eu disse que ia fazer uma tour dos IncríBeis, então a tour dos IncríBeis vai acontecer.

E está a acontecer agora, em 2021. Ao longo deste ano quero ir, pelo menos, a três cidades: Braga, Aveiro e Faro, e a tour arrancou, oficialmente, nesta manhã de domingo em que pude ir até à cidade de Braga.

E porque é que isto foi especial para mim? Porque é que isto muda um bocadinho o mindset em relação aos treinos que fazia na zona de Lisboa? É que o facto de eu ir a Braga, faz me pensar em duas coisas. Primeiro, que vou correr convosco, segundo, que esta é também uma oportunidade de conhecer um bocadinho da cidade ou, se já a conheço, poder matar saudades.

Portanto sinto um prazer redobrado em fazer esta tour. Dá-me a oportunidade de correr junto de pessoas que estão alinhadas com os meus valores, com a minha paixão pela corrida, mas que eu não conheço e isso, para mim, é da coisas que mais me entusiasma na vida. Por outro lado, tenho a possibilidade de correr noutra cidade. Não é à toa que eu gosto tanto de correr mas, sobretudo, de viajar para correr, e é isso que estamos a fazer. isto torna tudo muito mais especial.

Também devo confessar uma coisa. Se, por um lado, gosto muito daqueles treinos dos incríBeis em que às vezes estamos 30, 40 ou pessoas reunidas, porque isso é, realmente, incríBel, houve uma coisa que me agradou imenso neste treino, que foi o facto de, por causa da pandemia, só podermos selecionar três pessoas para virem correr connosco. Isso permitiu-me conhecer mais a fundo estas três pessoas e desfrutar da companhia, neste caso, da Isabel, do Álvaro e do Diogo.

Consegui perceber que a Isabel é uma mulher com uma garra imensa, que conhece todos os cantos do Parque da Rodovia, onde corremos. É uma mulher muito bonita que me confidenciou que participou neste passatempo porque já estava um pouco desmotivada com a corrida, e isto é quase como se fosse um gatilho de motivação. No final da corrida, ela disse: “já tenho aqui o boost de motivação de que precisava. agora já não vou parar.”

Depois, por outro lado, conheci um Álvaro que é triatleta, professor de ioga e que tem uma paixão gigante pelas corridas. Para ele, um ritmo confortável é 4’10 ao quilómetro, mas foi importante perceber a história de vida dele.

Depois também foi muito engraçado conhecer o nosso querido Diogo, que estava tão entusiasmado com o vir correr com os IncríBeis que tinha estado de urgência — ele é auxiliar num hospital — e veio de direta ter connosco para correr. Perguntei-lhe se não estava cansado, e ele responde “não, eu ainda estou cheio de adrenalina, agora faço aqui a corrida convosco, quando chegar a casa almoço e depois vou dormir e só acordo na terça-feira que é quando volto a trabalhar.”

O Diogo faz ultra maratonas e, ao longo destes 10 quilómetros, como fomos a correr a um ritmo mais confortável, deu para irmos a conversar e desfrutar da companhia uns dos outros. E é por isto que, quando fiz o passatempo, fiz o questionário e pedi que todos me dissessem os seus ritmos, para conseguirmos acompanhar os passos uns dos outros e irmos sempre lado a lado, a um ritmo confortável. O objetivo aqui não é correr mais, nem menos, mas sim desfrutar e partilhar, para que eu vos conheça e vocês a mim. E o facto de sermos poucos permitiu que esta fosse uma experiência muito enriquecedora.

Foi incríBel correr no Parque da Rodovia e pelas ruas da cidade de Braga e ver as pessoas que foram passando por nós a dizer “bom dia IncríBeis”. Durante o caminho, até encontrámos um senhor que trabalha na EDP e que soube do passatempo mas que não foi a tempo de participar e que se cruzou connosco nos últimos quilómetros. No final, até lhe demos uma T-Shirt.

Durante estes 10 quilómetros estivemos sempre à conversa. Isso permitiu-me conhecer melhor a Isabel, o Álvaro, o Diogo e também o Licínio. Foi ele que desenhou todo o trajeto dos 10 quilómetros em Braga, é um dos membros do grupo onde eu corro, os Run4Excellence.

E, claro, no final quisemos ir a um sítio emblemático da cidade de Braga, então fomos até ao Bom Jesus ver Braga por um canudo, e fomos mesmo. Estivemos ali no Escadório do Bom Jesus, demos uma volta e é incríBel perceber como o nosso Portugal é um paraíso.

Aconselho a todos, se forem correr a Braga — aliás, até vos desafio a fazê-lo — para, no final, irem até ao Bom Jesus, ou podem mesmo ir até lá a correr e subir o escadório para verem Braga por um canudo. Tem ali uma zona de esplanada onde até podem tomar um aperitivo e estão ali a deixarem-se deslumbrar por uma paisagem absolutamente maravilhosa, com uma vista privilegiada sobre a cidade.

Foi espetacular. Agradeço não só a todos os que vieram correr comigo, mas também a todas as pessoas com as quais me cruzei. Pela simpatia, pelo amor, pelo carinho que passaram, porque passavamos por toda a gente e todos nos olhavam com um sorriso ou cumprimentavam. E não há nada melhor do que sentir este carinho.

A cidade de Braga vai ficar, claramente, no nosso coração. Esta tour ainda agora começou e já está a ser especial. Ter ido a Braga foi incríBel, porque foi um pretexto para me reencontrar com uma cidade do norte que amo, onde estão minhas raízes e as minhas gentes, e foi também uma oportunidade que tive de conhecer de perto três pessoas que partilham da mesma paixão que eu: a da corrida.

Obrigada a todos, estão no meu coração, e vou voltar, de certeza, e em breve, a Braga, para fazer aquele percurso.

Agora, próxima paragem: Aveiro.

AGRADECIMENTOS

Run4Excellence
Melia Hotel Braga

VÍDEO

Rodolfo Franco

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

Run4Excellence

Clube desportivo

O projeto Run4Excellence teve início em Janeiro de 2014 e é desenvolvido por técnicos, que têm em comum uma enorme paixão pelo treino desportivo e em particular pela corrida.

Trata-se de um projeto sem fins lucrativos, que procura concretizar três grandes objetivos: desenvolver as melhores estratégias para ajudar atletas de diferentes desportos envolvidos com o projeto; suportar e criar oportunidades a novos treinadores, promovendo as melhores práticas para o seu processo de aprendizagem num ambiente estimulante para o seu conhecimento no treino desportivo; e desenvolver estudos aplicados ao treino com projetos que sejam transferíveis para a prática diária.

“Para todos os que querem aprender a correr e para todos os que já correm mas que queremos correr melhor, vão encontrar neste Centro de Treino de Corrida uma oportunidade de evoluir ao serviço do vosso bem-estar.” – Isabel Silva

Empreendedorismo de impacto: o valor da mão humana

costureira

Fui ter com a Maria José, a costureira que criou toda a coleção CALM-A, da “Vintage for a Cause”.

 

https://www.youtube.com/watch?v=Njg7eUbNk3A

 

No dia do lançamento da coleção CALM-A, fiz uma live no Instagram da DoBem com a Mentora Helena António, fundadora da Vintage For a Cause e com a Maria José, a única costureira responsável por criar esta coleção. Apesar de alguma timidez, sentia-se bem a dedicação e perfeccionismo desta mulher de 53 anos. Se, por um lado, a era digital nos permite estar com quem queremos a qualquer hora, por outro nunca nos dará a proximidade, a sensibilidade e a emoção. Uma coisa é saber que toda a produção passa apenas por uma única costureira, outra é estar no terreno e ver as peças a nascerem e sentir, no olhar, o amor por costurar. 

A Maria José tem veia do norte — é determinada e tem uma teimosia que se torna deliciosa e aceitável porque, na verdade, o que ela diz faz-me todo o sentido. Mais de 80% do seu trabalho é para a Vintage for a Cause por uma única razão: são projetos desafiantes que a obrigam a sair da sua zona de conforto ao ter de pensar de forma diferente de acordo com aquilo que o designer idealizou.

Junta-se ao conceito a experiência e sabedoria da Maria José. Não tenho dúvidas de que se esta roupa assenta como uma luva ao consumidor, parte desse feito está nas mãos da Maria José. É isso que sinto, e também aquilo que ela me confidenciou.

Neste segundo e último episódio desta mini série, estive no atelier de costura em Braga e terminei na sede da Vintage For a Cause, em Matosinhos, local onde as roupas são embrulhadas e enviadas para o consumidor.

É este o meu propósito: informar e democratizar conteúdos que acredito que acrescentem valor e consciência na vida de todos. É esta a missão da DoBem: mostrar o lado bom das coisas e que tudo se torna mais bonito quando é criado em comunidade. Em modelos colaborativos. Tenho a certeza de que, agora, todos vamos olhar para estas peças com uma perspetiva diferente.

Estou certa?

A coleção completa está disponível aqui.

EDIÇÃO

Cachupa Creative Studio

Etiquetas: Eu, isabel

Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

Como se cria uma coleção a partir de “deadstock”?

CALM-A

A equipa da DoBem é o rosto da coleção cápsula CALM-A da Vintage for a Cause da Mentora Helena António. E ser um rosto de um projeto tão nobre foi, para mim e para a minha equipa, muito mais do que simplesmente vestir as peças e fotografá-las.

 

https://www.youtube.com/watch?v=VRHDTbXEvt0

 

O nosso propósito está em mostrar que a sustentabilidade de um negócio com este valor assenta em modelos colaborativos entre várias profissões, que mais importante do que pensar na coleção que desejamos, é pensar nas condições que temos para o fazer e que o chamado “deadstock” — os tais “monos” que já não servem para nada — são muitas das vezes o segredo de coleções surpreendentes e atuais.

Em primeiro lugar, convido-vos a espreitarem a coleção e leres o que nos levou a aceitar este convite.

Em segundo lugar, quero esmiuçar, desmistificar, pormenorizar e partilhar convosco como se fazem roupas a partir de excedentes têxteis. Mas, afinal, será que estes “monos” fazem jus ao nome que têm? Têm assim tanta qualidade? Onde posso encontrar estes restos de tecidos para lhes dar uma segunda vida?

Neste dia, estive com a Helena Antónia, fundadora da Vintage For a Cause, para perceber, de uma forma clara e real, todo o processo de criação da coleção CALM-A, desde o armazém de excedentes têxteis, na zona industrial de Laúndos, até à peça final, pronta a ser enviada para o consumidor final. 

São dois episódios que quero partilhar convosco. Este é o primeiro. Vejam e escutem.

Por uma causa DoBem.

EDIÇÃO

Cachupa Creative Studio

Etiquetas: Eu, isabel

Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

A DoBem é o rosto da CALM-A, uma das coleções da Vintage for a Cause

Estávamos em 2012 quando Helena Antónia percebeu que depois do curso de Direito, queria aprender mais sobre outras áreas. Fez uma pós-graduação na área do Empreendedorismo e Inovação e, no seu projeto final, apresentou a ideia daquilo que hoje é a Vintage for a Cause. Quase dez anos depois, a marca criou a sua mais recente coleção, CALM-A, que conta com a colaboração especial da equipa da DoBem. 

A Vintage for a Cause foi criada com um propósito, “criar um clube de costura onde senhoras mais velhas que estivessem desempregadas e isoladas pudessem fazer workshops com estilistas e designers voluntários onde se transformaria roupa usada em peças novas”, conta a fundadora do projeto, que recorda também como foi o encontro com a primeira estilista com quem colaborou. 

“Comecei a contactar pessoas e um dia, quando estava a ir para o trabalho, passei à porta do atelier da Katty Xiomara”, diz Helena Antónia. “Expliquei o projeto e, em cinco minutos, ela disse-me que sim.”

Desde então, já desenvolveu colaborações com vários outros designers nacionais e internacionais. Contudo, o projeto foi passando por algumas mudanças ao longo do tempo. É que, ao fim de algum tempo, Helena começou a perceber que muitas das pessoas que frequentavam os workshops não eram costureiras profissionais e, por isso, não conseguiam produzir peças com tanta qualidade nem em tempo útil. “A grande motivação destas pessoas não era a costura, isso era só um pretexto. O que as deixava realizadas era estarem ocupadas, falaram com gente nova e fazerem amigas”, explica à DoBem. 

 

Além disso, depressa começou a perceber que apostar em transformar roupas usadas não era uma solução viável a longo prazo. É que além de as peças finais não terem tanta qualidade quanto esperava, eram demasiado conceptuais para o mercado, e acabavam por não se converter em vendas. Assim, começou a trabalhar com tecidos que iam para o lixo, o chamado dead stock, e passou a contar com a colaboração de algumas costureiras, com mais experiência, que trabalham com a Vintage for a Cause de acordo com a sua disponibilidade. 

 

Foram estas mesmas costureiras que desenvolveram a mais recente coleção da marca, pela qual a equipa da DoBem dá a cara. CALM-A foi criada pela designer espanhola Elena Iparraguirre, que tinha estado a estagiar com o projeto ao abrigo do programa Erasmus +. As peças foram desenvolvidas com a atual pandemia em mente, uma fase que nos permitiu regressar à calma e olhar para a moda com uma nova perspetiva. 

 

“Houve algumas coisas que conquistámos, e uma delas foi o facto de podermos usar roupas mais confortáveis e de não estarmos tão pressionados pelo que usamos”, conta a Mentora Helena Antónia. “Estamos mais confortáveis e menos agarrados à imagem e, por isso, reinventámos uma coleção que a Elena já tinha apresentado, adaptamos os modelos para irem ao encontro das necessidades dos consumidores, e assim nasceu esta coleção.”

 

Minimalismo, versatilidade e conforto são as palavras que definem as criações da designer espanhola, que conta com um vestido, um Set de hoodie, calças e crop top, dois macacões e dois casacos. Todos os modelos fora produzidos a partir de tecidos de stock morto. 

“Eu vejo a moda como uma forma de expressão, o que me fomenta o meu interesse por diferentes culturas. Design de moda significa para mim alinhar conceitos artísticos através de designs éticos com uma estética minimalista e refinada, desenhando peças versáteis a partir de histórias que contêm outras histórias”, diz a designer.

A DoBem, sendo uma revista cujo ADN assenta em princípios ligados à sustentabilidade e inclusão, aliou-se a este projeto empreendedor para dar voz a cada uma das mulheres que produziu estas peças. Todos os membros da equipa foram, por isso, convidados a fazer parte da sessão fotográfica que apresenta a coleção. 

 “Quisemos ir mais além: não só dar a conhecer este projeto, mas também ser o rosto do mesmo pelas ambições que tem e pelo que representa”, afirma Isabel Silva. “Tanto eu como a DoBem estamos alinhados no mesmo propósito: criar conteúdos agregadores de valor na nossa audiência que provoquem bem-estar, despertem consciências, sejam inspiracionais e que mudem comportamentos pelo bem. Gostamos de enaltecer o lado bom das coisas e temos muito entusiasmo e vontade de partilhar projetos diferenciadores, como é o caso da Vintage For a Cause”, acrescenta.

As peças estão à venda a partir desta segunda-feira, 12 de abril, no site oficial da Vintage for a Cause. Conheça todos os modelos e aceda diretamente ao site na fotogaleria.

Fotografia
Joana Lemos

Vídeo
Cachupa Creative Studio

Maquilhagem e Cabelos:
Sparkl

Agradecimentos

Complexo Studio
Telma DA
Joana Santos
New Balance
Inguz Studio Portugal
Marita Moreno
Wayz Sneakers

Curadoria

CRU Loja
C. Greener

Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

Rafael Pinto segue uma dieta vegan há cinco anos — e ganhou mais de 10 quilos de massa muscular

É sempre bom recordar testemunhos de pessoas com histórias que podem inspirar. Não conheço pessoalmente o Rafael, mas gostei muito da entrevista que ele deu, em tempos, para a DoBem.

Qual o papel dos alimentos na nossa performance desportiva, mas também na performance da vida?

O mais importante é termos consciência de que a comida não existe apenas para ser saboreada. Ela é muito mais do que isso – tem o propósito de nutri, proteger e energizar. Se escolhermos os alimentos e as conjugações certas somos capazes de tornar o nosso corpo numa bela máquina de saúde e bem-estar

Uma alimentação que privilegia os legumes, os cereais e as leguminosas traz inúmeros benefícios. Basta sabermos o que estamos a comer.

O Rafael é um bom exemplo disso. Leiam a sua história no artigo abaixo.

 


 

Rafael Pinto tinha 16 anos quando começou a treinar no seu ginásio de garagem. Sempre teve uma paixão pelo desporto e pelo exercício físico e o seu principal objetivo, naquela altura, era definir o corpo. Não tinha equipamentos, só fazia flexões, abdominais ou corrida e chegou a pesar 55 quilos. Mais de oito anos depois, agora com 24 anos e a seguir uma dieta vegan há cinco, chegou aos 80 quilos, sendo a grande maioria de massa muscular.

O advogado, natural de Celorico de Basto, tem uma alimentação de base totalmente vegan que, garante à dobem., não teve qualquer impacto na sua performance desportiva. Muito pelo contrário, ajudou-o, inclusive, a recuperar mais rapidamente depois dos treinos. O motivo? O facto de ter uma alimentação mais variada onde as frutas e os legumes ocupam um lugar de destaque.

Aumentei o meu consumo de frutas e vegetais, muitos deles ricos em antioxidantes, que me ajudam a recuperar mais“, conta Rafael. “A minha dieta já era saudável antes, mas tornou-se ainda mais saudável, e foi por isso que consegui uma melhoria ao nível da recuperação.”

No entanto, há cinco anos, a dieta de Rafael Pinto era bem diferente. Na altura, e quanto começou a fazer desporto mais a sério, fez muita pesquisa sobre nutrição e alimentação, porque não conhecia ninguém que o pudesse aconselhar, nem tinha quem treinasse como ele. Durante a pesquisa, percebeu que o ideal para os seus objetivos era fazer uma dieta de culturismo, onde ingeria muita proteína de origem animal. “Eliminei todos os processados, não comia fritos nem doces, mas comia meio quilo de carne por dia, dois ovos, batidos de proteína de leite e achava que estava a comer de uma forma muito saudável”, recorda.

Mas tudo mudou quando, aos 19 anos e já no Porto, a estudar Direito, viu uma palestra do um médico americano, Michael Gregor, “Food as Medicina: preventing and treating the most common diseases with diet”. Na palestra, o especialista falava de vários estudos que indicavam como uma dieta integral de base vegetal, que exclui processados mas também alimentos de origem animal, poderia ajudar a prevenir as principais doenças que assolam a sociedade atual. Foi nesse momento que Rafael teve aquilo que descreve à dobem. como “a única epifania da minha vida”.

“Eu já tinha noção disto, o que não sabia era que comer produtos de origem animal em grandes quantidades, como estava a fazer, poderia estar relacionado com o maior risco de doenças”, conta, referindo que, depois de ser confrontado com esta realidade, mudou imediatamente a sua mentalidade. “Perguntava-me: ‘se não temos necessidade física e biológica de comer produtos de origem animal, então, porque é que o fazemos?’ Sempre me considerei amigo dos animais e ambientalista, e sabia do impacto desta indústria no ambiente, por isso, do dia para a noite, mudei a minha alimentação.”

 

https://www.youtube.com/watch?v=d0IhZ-R1O8g

Foi assim que mudou completamente a sua alimentação e passou a seguir uma dieta de culturismo, mas com base vegetal. Frutas, legumes, leguminosas e outras fontes de proteína como o tofu, a soja ou o seitan passaram a fazer parte da sua alimentação diária. Os primeiros tempos, conta, foram desafiantes, porque teve de aprender novas receitas e perceber exatamente como se conjugavam cada um daqueles alimentos. No entanto, confessa que graças a esta mudança descobriu novos alimentos, como frutos secos e sementes, e a sua dieta tornou-se muito mais variada do que antes.

 

A mudança física após a dieta vegan

Rafael Pinto sempre teve muita energia e vontade de fazer desporto, embora não saiba exatamente explicar de onde vem. No entanto, durante muito tempo teve alguns problemas com inflamação das articulações. Chegou mesmo a fazer análises aos marcadores inflamatórios, que revelaram valores ligeiramente mais elevados do que era esperado. Assim que mudou a sua alimentação, esse problema desapareceu. “Não gosto de dizer que foi a dieta vegan, mas sim o facto de ter começado a fazer uma dieta mais saudável e variada.”

O que também mudou foi o seu aspeto físico. No Instagram, onde Rafael conta agora com quase 22 mil seguidores, vai partilhando várias imagens onde mostra o seu antes e depois. No entanto, como revela à dobem., o tipo de treino que foi fazendo nunca mudou nestes cinco anos.

“Não mudou praticamente nada, a minha divisão de treino é a mesma desde os meus 18 anos em que faço três dias de treino e um de descanso”, conta Rafael, revelando que divide os seus treinos entre um dia de peito, ombro e tríceps, outro onde se foca nas pernas e, no último, a atenção está voltada para as costas e bíceps. Pelo meio, vai incluindo abdominais dia sim, dia não. “Acho que sou um bom exemplo de antes e depois de quem segue uma dieta vegan porque o meu treino ficou, essencialmente, igual, treinei com a mesma disciplina e cuidado mas o que aconteceu foi que, com o passar dos anos, os ganhos foram-se acumulando.”

Mas nem sempre a sua estatura física foi aquela que tem atualmente. É que, aos 16 anos, quando Rafael começou a treinar, pesava 60 quilos e tinha um foco: definir os abdominais. Com essa rotina de treino acabou por perder algum peso e chegar ao seu valor mais baixo: 55 quilos. No entanto, e tal como explica à dobem., nesta altura ainda não tinha terminado o crescimento. Mais tarde, quando começou a ter mais material, conseguiu aumentar para os 70 quilos, mais dez do que quando tinha começado.

Entretanto, teve uma lesão no ombro que acabou por ter algum impacto na sua forma física. Nessa altura perdeu bastante massa muscular e, de 73, baixou para 65 quilos. Foi nesta fase, quando estava a recuperar da lesão, que Rafael Pinto mudou o seu estilo de vida e a sua alimentação para a dieta vegan que segue atualmente. Quando voltou aos treinos, acabou por conseguir ultrapassar os 80 quilos, o seu peso mais alto até à data.

“Atualmente estou numa fase de bulk, de ganho de peso, que dura bastante tempo, entre um a dois anos, e prefiro que seja assim, mais lento, para evitar acumular muita gordura”, explica. “Depois disso, faço uma perda de peso de cerca de 16 semanas, que terminei agora, em fevereiro, e coincidiu com a altura de comunicação do livro.”

O livro de Rafael Pinto, “Saúde & Fitness Vegan” (14,40€), publicado em outubro de 2020 e que vai já na sua terceira edição. O livro, que conjuga as temáticas da ciência da saúde, o veganismo e o fitness, é o guia ideal para quem quer começar começar a seguir uma dieta de base vegetal e, ao mesmo tempo, garantir os melhores níveis de performance desportiva. Conta com mais de 1200 referências científicas que o advogado, especializado em Direito da União Europeia, foi agregando ao longo do tempo.

Além do livro, Rafael também vai partilhando todo o seu conhecimento, as suas rotinas de treino e falando sobre alimentação, especialmente sobre veganismo, no seu canal de YouTube. Durante muito tempo, revela, nunca tinha tido coragem de publicar um vídeo mas, a certo ponto, percebeu que tinha de fazer alguma coisa para retribuir todo o conhecimento que tinha vindo a adquirir com aquela comunidade. Quando se tornou vegan, criou o seu próprio canal, que conta com mais de 1 milhão de visualizações.

“Tenho pessoas que há uns anos me mandavam mensagens a criticar o estilo de vida vegan e, agora, são quase vegan.”

– Rafael Pinto

“Tornei-me um pouco mais vocal em relação a dieta e treino quando me tornei vegan”, conta o advogado. “Na altura, comecei no Instagram, que foi crescendo, e vi que estava na hora de dar o passo seguinte, porque tinha uma missão: queria não só ensinar e ajudar pessoas em relação a alimentação saudável e treino, mas queria dar o exemplo do atleta vegan. Percebi que podia fazer ativismo na causa ambiental e animal.”

Hoje em dia, Rafael Pinto recebe várias mensagens de pessoas que lhe dizem que mudaram o seu estilo de vida graças aos seus conteúdos. No entanto, as mais curiosas são as de pessoas que, em tempos, criticavam os seus ideais.

“Tenho pessoas que há uns anos me mandavam mensagens a criticar o estilo de vida vegan e, agora, são quase vegan”, revela. “É interessante ver isso, e é também gratificante saber que a mensagem está a passar. Sei que é uma mensagem que não apela às massas, mas estamos a chegar lá.”

Agora que acabou o seu mestrado em Direito da União Europeia, onde entregou uma tese relacionada com a produção sustentável de alimentos, Rafael conta que conseguiu unir três das suas maiores paixões: o veganismo, a defesa ambiental e a política alimentar na União Europeia, temas sobre os quais se quer continuar a debruçar na sua carreira futura.

Quanto aos treino, vão continuar a fazer parte da sua vida. Contudo, o foco vai ser ligeiramente diferente.

“Estou numa forma que já me deixa satisfeito e, neste momento, estou a treinar por puro prazer”, conta Rafael Pinto. “Estou numa fase de mudança e de transição na minha vida, e vejo o treino como uma meditação, para relaxar, como algo que me deixa mais produtivo. Agora, o treino não vai ser tanto para ganhar massa muscular, mas sim para fazer aquilo de que gosto, tanto que já comecei a inserir outro tipo de exercícios e também já voltei a correr.”

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

Queres conhecer a ilha da Madeira? Segue o meu roteiro

madeira

Esta não é a minha primeira vez na ilha da Madeira. Na verdade, já visitei este paraíso três vezes. A primeira, quando era adolescente,  recordo-me de ter passado o fim de ano com os meus pais na ilha. Mais tarde, vim em trabalho, quando apresentei o meu segundo livro na Feira do Livro. A última visita foi em 2020, quando vim fazer várias reportagens durante o mês de agosto sobre gastronomia, tradições e turismo de natureza.

Foi precisamente nesta última viagem que, verdadeiramente, me apaixonei e coloquei como meta 2021 passar umas férias na Madeira. Pelo menos, sete dias, para conseguir desligar e desfrutar. Mas, a ser, tinha de ser na companhia dos meus amigos-irmãos. 

Sinto falta de convívio e, sobretudo, de partilhar. Partilhar momentos e experiências que me façam rir desmesuradamente, que me dêem leveza e paz de espírito e me façam desligar das minhas rotinas diárias. 

O Rúben, a Inês e a Rafaela embarcaram comigo nesta aventura. E foi tão divertido. Acredito que, ainda hoje, a Madeira se deve rir das nossas peripécias.

No aeroporto de Lisboa, rumo à Madeira

O que queria (mesmo) fazer na Madeira

Viajar em trabalho e, sobretudo, no meu trabalho, em que mostro o que de melhor se faz na região, é uma lufada de ar fresco. Mas isso não significa que descanse e que defrute das experiências que estou a partilhar.

Posso dar-vos o exemplo de um apontamento de reportagem que realizei no Jardim Monte Palace. Este é um jardim-museu dos mais bonitos onde já estive, com plantas exóticas e árvores de todos os continentes, cisnes e patos que circulam livremente nos jardins, uma coleção ao ar livre de azulejos que relata a historia do nosso Portugal e coleções de minerais de perder de vista que vieram de todos os cantos do mundo. 

Posso dizer-vos isto tudo porque, a verdade, é que fiquei com uma ideia do espaço, mas não o suficiente para viver a experiência com o meu ritmo. Por essa razão, passar uma manhã no Monte Palace era um ponto obrigatório nestas minhas férias, e assim foi.

Fazer uma levada

Fazer uma levada era outro dos meus objetivos nestas férias. Tinha de ser. As levadas da Madeira são uma das características mais geográficas da ilha. Eu queria fazê-lo a pé e, claro, por ser a primeira vez, com um guia para partilhar comigo algumas curiosidades sobre os sítios onde estava a passar. 

O Fábio da Adventure Kingdom escolheu a Levada das 25 Fontes para o nosso batismo. E porquê esta levada? Não só pela beleza das 25 fontes que durante todo o ano caem na lagoa existente, mas também porque ele sabia que eu queria um pequeno desafio do ponto de vista do exercício físico. O último quilómetro foi sempre a subir, e posso garantir-vos que foi das subidas, a pé, mais desafiantes que fiz nos últimos anos. Chegamos, como se costuma dizer, “em pinga”.

Mas afinal o que são levadas?

As levadas são canais de água com um declive suave, criados para transportar a água do norte da Ilha para o sul, onde o clima é mais seco, com mais população e plantações. 

Hoje em dia, as levadas servem para nos aventurarmos e descobrirmos a natureza da Ilha. Existem várias levadas, mas nunca se esqueçam de escolher uma que esteja adequada à vossa condição física para poderem desfrutar ao máximo. 

Ver o dia nascer no Pico do Arieiro

O sol nascia às 7h15 da manhã e, para chegar a um dos picos mais altos da ilha e desfrutar de um incríBel amanhecer com uma paisagem inspiradora, acima das nuvens, tivemos de sair do hotel às 6h00. E assim foi. 

Tive a sorte de estar um dia lindo e, por isso, pudemos desfrutar da experiência ao máximo. Fomos bem agasalhados, porque faz muito frio lá em cima, mas valeu muito a pena.

O Marco da Discovery Island levou-nos no seu jipe e, uma vez mais, deu-nos informações preciosas sobre a ilha. Não há muitos lugares no mundo onde possamos acordar e, em 45 minutos de carro, estar a mais de 1800 metros de atltitude. 

Foi absolutamente maravilhoso. Por estarmos acima das nuvens, pelo silêncio e por sentir que estávamos todos conectados – nós e todos os caminhantes, ilheus e turistas que ali estavam. 

Fomos em jejum e, no final, descemos até ao Chão das Feteiras para tomarmos o pequeno almoço. 

Sabem, a Madeira surpreende a toda a hora. Parece um sítio tirado de um filme. Um local encantado onde muitos ilheus se deslocam para piqueniques e banhos de sol.

O Marco levou-nos café e pedimos à VantasticFoodTruck que nos preparasse a primeira refeição do dia, um pão Bao de fermentação lenta, um pudim de chia e um sumo natural. Soube-nos pela vida.

Almoçar na Quinta do Furão

Já tinha estado na Quinta do Furão, quando vim fazer a apresentação do meu livro. Na altura, lembro-me de que bebi um chá e apreciei uma vista soberba da zona norte da Madeira. Lá está, foi bom mas soube a pouco. 

Por essa razão, quis voltar com tempo para apreciar uma boa refeição e conhecer ao detalhe esta Quinta — que também é hotel — e que está rodeada de vinhas e flores autóctones.

Almoçamos na varanda e só queria contemplar o oceano. É daquelas refeições que, se a companhia também for boa, carrega baterias. 

Comemos lapas como entrada e abusamos (e muito) do pão caseiro de batata doce feito no forno da Quinta. É um dos mais afamados da região.

Se forem lambareiros e amantes de cheesecake, posso garantir-vos que este é dos melhores que já comi na minha vida. Sente-se a qualidade dos ingredientes e, para quem não abusa dos doces, a expressão “Perdoa-se o mal pelo bem que sabe” faz todo o sentido. 

Praia do Porto do Seixal

Para mim, a praia mais bonita do mundo. A praia do Porto do Seixal encanta-me pela cor preta da areia que contrasta com as verdes escarpas e montanhas do norte da ilha e o azul do céu. São contrastes que formam um todo magnífico. 

Só me faltava estender a toalha e dar um mergulho nestas águas. Neste dia, a água estava na temperatura perfeita. Não admira que seja uma das praias mais populares da região. 

Observação de Cetáceos

Esta era outra das atividades que queria muito fazer na ilha da Madeira — observar as baleias e golfinho no seu habitat natural. Fomos acompanhados por uma bióloga marinha, a Helena da Rota dos Cetáceos, que nos explicou que espécies poderíamos avistar e a forma como as mesmas vivem.

As rotinas que quis manter

Mesmo de férias e com vontade de fazer uma pausa nas minhas rotinas, há coisas que nunca quis abdicar por saber que me fazem sentir bem. O nosso ritmo biológico deve ser respeitado, porque é ele quem equilibra as emoções e permite desfrutar das experiências na dose que consideramos ser a certa.

Sem fundamentalismos, mas com consciência de que o mais importante é o meu equilíbrio, manter a rotina, não de treino, mas de atividade física, assim como ter sempre um sono reparador (não deitar muito tarde e dormir, pelo menos, sete horas) eram as minhas metas.

Tive a sorte de, nos dois hotéis onde fiquei – o Vila Porto Mare e Les Suites —  terem um espaço de fitness onde podia fazer exercício sempre que quisesse.

Tive dias em que fiz alongamentos, algum trabalho de reforço muscular, outros em que dei uma corrida ligeira na passadeira. Às vezes, bastavam 30 minutos para me sentir com a energia certa para encarar o dia. Sim, porque quando falo em atividade física com foco no bem estar, falo de uma das minhas fontes de energia.

Dar movimento ao corpo, despertá-lo para o dia que aí vem, é imprescindível para mim. Simplesmente porque me deixa feliz. E se sabemos de onde vem o que nos faz feliz, porque razão não seguir sempre esse caminho? 

Quanto à alimentação, comi de tudo de acordo com os meus gostos. Provei e saboreei, mas estive longe de comer na dose certa. Deixei as emoções falarem mais alto. E está tudo certo quando sabemos as nossas prioridades do momento.

Nestes dias foquei-me na companhia dos meus amigos e na partilha de experiências.  Vivo sozinha, com o meu Caju, e sou uma mulher verdadeiramente feliz na minha essência, mas acredito muito que a vida também se faz na partilha, na cedência, no respeito e no descobrir novas formas de estar e sentir. Por isso, nestas férias, priorizei a vontade do todo e não da minha parte, e foi muito bom. Aprendi, revivi novas experiências e cheguei a casa mais preenchida.

As férias são uma terapia. E triste é sentir e reconhecer que já não me lembrava disso. 

Por isso e muito mais, viajar está na minha lista de prioridades para o resto da vida. 

AGRADECIMENTOS
Turismo da Madeira

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

BOWLsta. O restaurante sustentável que ajuda a plantar árvores cada vez que encomendas

restaurante sustentável

Não é por eu gostar de cozinhar e de preparar as minhas marmitas que isso não signifique que existam dias em que a vontade de estar na cozinha seja zero. Na verdade, tenho dias em que me apetece comer algo, mas que não seja feito por mim. Comer algo com sabor e nutrição, mas com conjugações diferentes das que estou habituada a fazer cá por casa.

Eu gosto genuinamente da marca BOWLsta e do seu serviço de take away. Como o nome indica, aqui podem comer Bowls e estas são preparadas na hora e as entregas são feitas de forma ecológica: em scooter elétricas.

Imaginem: cada vez que fizerem uma encomenda estão a ajudar a plantar uma árvore!

 


 

Em tempos de incertezas, a pandemia obrigou-nos a ficar em casa. As nossas atividades diárias passaram a ser feitas entre quatro paredes, no mesmo local onde trabalhamos e dormimos, e os jantares fora deixaram de ser uma possibilidade. Com isto, assistimos a uma queda inevitável do setor da restauração, o que podia significar um grande desafio para quem estivesse a lançar um novo projeto. Mas a pandemia não impediu que nascesse o BOWLsta, o novo restaurante sustentável que funciona apenas em regime de entregas.

Foi precisamente a consciencialização da sustentabilidade associada ao aumento dos serviços de entrega e take away que levou à criação do projecto, que tem uma forte componente ambiental. É que o novo restaurante sustentável também ajuda a plantar árvores cada vez que encomendar uma bowl.

“[Apesar das incertezas que a pandemia trouxe] para o negócio da restauração e entregas ao domicílio foi sem dúvida uma oportunidade e nós quisemos aproveitar e criar um negócio que se diferencia por acompanhar as tendências do mercado”, contam os responsáveis à dobem, acrescentado que, numa altura em que os consumidores estão cada vez mais atentos à alimentação que levam, o BOWLsta quis dar opções, promovendo comida saudável com entregas e embalagens amigas do ambiente.

Já com experiência a nível de restauração por parte da equipa, a ideia, contam, surgiu da vontade “de inovar e fazer as coisas de maneira diferente – criar um food delivery com foco em comida saudável a preços muito competitivos, mas que o fizesse de maneira responsável desde o princípio, ou seja, cujo ADN fosse a saúde pela alimentação e a sustentabilidade.”

“Como para além disso queremos fazer as coisas com um forte compromisso de sustentabilidade, isso acarreta uma pressão grande a nível de custos”, acrescentam. Precisamente pelos preços que mencionam, o maior desafio em abrir este negócio foi “esperar que o consumidor reconheça e escolha, por um preço muito competitivo em relação ao mercado, a opção sustentável que representa a BOWLsta.”

Embora, atualmente, existam inúmeros restaurantes de bowls em Lisboa, os responsáveis garantem que o BOWLsta não será mais um entre tantos outros. Para além da comida ser feita na hora, a embalagem é amiga do ambiente feita com materiais biodegradáveis ou reciclados, as entregas são sustentáveis com zero emissões de CO2, feitas através de motas elétricas.

 

A importância da sustentabilidade

Os fundadores deste restaurante sustentável sabem da importância da preservação e regeneração do nosso planeta, vendo esta questão como um assunto a ser considerado prioritário nos próximos anos. Por esse mesmo motivo, o restaurante adiantou-se, e em vez de terem atitudes que pudessem prejudicar o planeta e depois compensarem-no de alguma outra forma, criaram métodos para não o afetar logo à partida. Quiseram, por isso, diferenciar-se através de várias iniciativas.

“Não só ao tentar remover ativamente as emissões de CO2 da nossa atmosfera, mas também ter um impacto ao nível de evitar as embalagens mais poluentes“, explicam, acrescentado que, com esta ideia em mente, por cada entrega é contabilizado o CO2 e no final do ano são plantadas árvores. “Cada pedido à BOWLsta, onde as entregas são 100% verdes, gera uma poupança de CO2 ao contrário de um pedido ‘normal’. O que fazemos, é calcular esse CO2 evitado na atmosfera e registamos esse valor no programa de pontos de cada cliente, de tal forma que essa poupança de CO2 vai acumulando durante o ano.”  

Para que cada cliente possa ter garantias da sua contribuição, existe, no perfil de cada um, o valor de CO2 que cada pedido poupou ao planeta e quanto falta para poder plantar uma próxima árvore. Acrescentam ainda que regularmente vão dar a conhecer aos clientes quanto CO2 foi poupado e, no final do ano, vão plantar árvores no valor equivalente a essa poupança.

“Uma árvore jovem consegue remover em média 5.9 quilos de CO2 da atmosfera a cada ano, e essa árvore, em adulta, chega aos 25 quilos.”

 

As bowls saudáveis do BOWLsta

A cozinha atual, que utiliza energia 100% renovável, fica no centro de Lisboa mas a marca tem como objetivo expandir-se e abrir mais três cozinhas, sendo que a segunda será já este mês, em Carnaxide. Apenas no registo de entregas e sem garantias de um espaço físico no futuro, as entregas podem ser feitas todos os dias das 11h30 às 23h30.

A chef do restaurante, dizem, “tem uma paixão pela cozinha e uma curiosidade constante de conhecer culturas e sabores novos – a começar pelo facto de que a Ana é metade Espanhola, metade Dinamarquesa”.  

Com esta grande curiosidade e vontade de explorar fizeram nascer bowls para todos os gostos, desde as cruas às cozinhadas, mas sempre com ingredientes frescos. Podem ser de salmão, tofu, ou até mesmo frango, sendo que as mais pequenas custam 9,99€, e as maiores 10,99€. Importa ainda referir que a escolha dos ingredientes, frescos, é feita de forma responsável.

Os produtos biológicos podem ser uma opção no futuro, se a escolha dos mesmos for ao encontro com os valores da marca. “Produtos biológicos e/ou locais estão no nosso radar de avaliação constante, sempre respeitando o princípio de que queremos, acima de tudo, democratizar o acesso a food delivery saudável e responsável”.

Para além das bowls, o menu deste restaurante sustentável tem saladas, sumos e sobremesas e os pedidos podem ser feitos através do site ou da aplicação sendo que não há taxas de entrega associadas.

No futuro, e além da abertura das novas cozinhas, os fundadores do BOWLsta querem chegar cada vez mais longe com o seu compromisso de sustentabilidade, continuando a garantir entregas com zero impacto ambiental.

“O nosso objetivo é que toda a cadeia de valor da atividade tenha impacto zero, ainda temos algum caminho a percorrer, mas já estamos muito orgulhosos do que alcançámos”, contam. “Estamos a trabalhar num projeto para minimizar a utilização das embalagens através de um modelo de economia circular e queremos trabalhar com os nossos fornecedores para uma cadeia de valor com impacto zero. Se os consumidores nos acompanharem, queremos realmente ser a alternativa saudável e responsável neste espaço.”

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.

“Houve um momento em que caí, emocional e fisicamente”. Histórias de quem sobreviveu a um burnout

Nunca valorizei tanto a minha saúde mental como hoje. A garra e o entusiasmo pelo que nos rodeia é essencial para vivermos a vida do jeito que ela nos pede. Não há nada mais triste e vazio do que “fazermos por fazer” sem o mínimo propósito.

O outro lado da moeda é a dificuldade em saber dizer “não” e em priorizar o que é importante para nós. Para nós e não para os outros. A longo prazo não conseguimos ser felizes dando apenas: temos de receber, de nos nutrir, de criar espaço para termos os nossos momentos de inspiração. Se não o fizermos, ficamos desvitalizados, cansados e até começamos a duvidar de nós e do nosso propósito.

O stresse é bom, mas nos manter em alerta e atentos às tarefas do dia a dia – sejam elas profissionais, pessoas, sociais ou desportivas.

Mas – e quando ele é constante durante dias, meses e anos? O que é que nos acontece?

Vivemos numa sociedade desafiante, cheia de estímulos e que todos os dias puxa sempre um bocadinho mais por nós. Temos todos de ser “Super Pessoas” (até porque o vizinho do lado é espetacular!).

 

O que a sociedade não sabe é que ser uma “Super Pessoa” passa por traçar um caminho de dentro para fora. Será que aquilo que te faz sentir poderoso (a) é o mesmo que me faz sentir a mim?

 

É a tentativa constante de querermos dar respostas, sempre ao mais alto nível, aos estímulos do exterior que nos pode levar ao chamado burnout. A melhor forma de o evitarmos, é começarmos por fazer uma auditoria à nossa essência, à nossa fibra:

  • Estarei eu alinhada com aquilo que estou a fazer, mesmo quando todos me dizem que sim?
  • Eu gosto mesmo de estar rodeada destas pessoas?
  • Estou a ter tempo de qualidade para mim?
  • Porque é que eu não sei onde está a minha coragem?

É quando encontramos essas verdadeiras respostas que estamos aptos a cura.

Tapar os olhos a estes sinais, vai levar-nos a uma vaidade sem propósito.

Nunca desistam de vocês. Porque seremos sempre as pessoas mais importantes das nossas vidas.

Deixo-vos aqui dois testemunhos, de duas mulheres, que sentiram alguns dos sintomas de burnout.

Já foi há algum tempo que as entrevistei para a DoBem, mas será sempre um tema atual. A vida vai sempre colocar-nos desafios. O segredo é aprender a saber lidar cada vez melhor com estes momentos. É sempre possível, a partir do momento que nos escutamos a priorizamos.

 


 

Foi a uma sexta-feira do ano de 2019 que Maria, nome fictício, tomou a decisão de que precisava de pedir ajuda. Os sinais de cansaço, emoção extrema e dificuldade em gerir as situações simples do dia a dia passaram a ser frequentes e a atingir uma dimensão muito maior. A juntar a isso, a ansiedade e tristeza passaram também a estar cada vez mais presentes na sua vida. “Cada vez que tinha de ir trabalhar sentia uma exaustão e tristeza enorme associada a uma falta de decisão da direção ou, neste caso, da administração a quem eu reportava”, conta à DoBem.

Por isso mesmo, Maria recorda que 2019 foi um ano muito desgastante em termos profissionais. Na altura, com apenas 37 anos, começou a sentir uma grande frustração relativamente a um conjunto de decisões que implicavam com a progressão na carreira. “Essa situação de desgaste, acumulação de tarefas, de funções e responsabilidades foi aumentando ao longo do tempo e, quando dei por mim estava a gerir sozinha, e sem recursos, uma parte muito significativa da organização onde trabalhava”, recorda.

Esta falta de decisão e de ajuda fez com que Maria fosse aguentando a situação durante muito tempo. Ao fim de algum tempo, e sem que percebesse exatamente o que se estava a passar consigo, o seu estado de saúde emocional e físico foi-se deteriorando. Sem saber, Maria estava a entrar em burnout, um conceito que, nos últimos meses, tem vindo a ganhar cada vez mais mediatismo.

Esta síndrome tem vindo a ganhar mais notoriedade ao longo dos últimos anos, no entanto, os últimos meses têm sido especialmente desafiantes para psicólogos e psiquiatras. São estes especialistas que, cada vez mais, recebem profissionais das mais diversas áreas nos seus consultórios com sintomas que ao encontro daquela que e a definição de burnout, sendo que os profissionais de saúde, alguns deles na linha da frente contra a pandemia da COVID-19, são dos mais afetados. No entanto, nem sempre é fácil para o próprio paciente perceber que está a entrar em burnout.

Ana Correia, psicóloga clínica, começa por explicar à dobem. que existe uma diferença entre stresse profissional e a síndrome de burnout — dois termos que podem, por vezes, ser confundidos. Mas antes de passarmos à explicação de cada um deles, vamos a números.

Ana Correia refere que, com base em resultados da Ordem dos Psicólogos que, em 2015, elaborou um inquérito aplicado na área das condições de trabalho, 40 milhões de trabalhadores em toda a União Europeia são afetados por burnout. Por outro lado, o stresse ocupacional é o segundo problema de saúde relacionado com o trabalho mais diagnosticado na Europa e quase três em cada quatro profissionais de saúde apresenta níveis médios a elevados de exaustão emocional, com diagnósticos semelhantes ao de um burnout.

Segundo a especialista, a maioria dos casos desenvolve-se em pessoas com profissões que estão mais relacionadas com o cuidado e a atenção aos outros, como é o caso dos profissionais de saúde ou professores. No entanto, a síndrome de burnout pode afetar qualquer área profissional. O caso de Maria, assim como o de Patrícia, que também optou por utilizar um nome fictício, são exemplo disso.

Foi no início de 2020 que Patrícia, 34 anos, decidiu procurar ajuda após passar por um grande pico de ansiedade. Na altura recorreu à médica de família e foi inicialmente diagnosticada com burnout, mas conta à dobem. que, quando chegou à consulta de Ana Correia, o diagnóstico passou a ser diferente.

“No fundo, o que a Ana me disse foi que havia algumas coisas que eram comuns a um burnout, mas outras não estavam presentes. Eu não me tinha desleixado no trabalho, por exemplo, e não me tinha afastado completamente”, explica Patrícia.

 

Quais as diferenças entre burnout e estados provocados pelo stresse ou ansiedade?

 

O stresse faz parte do dia a dia de todos nós. Quando estamos perante as várias situações do dia a dia, com as quais temos de lidar no nosso quotidiano, é como se o nosso cérebro fizesse duas perguntas rápidas: ‘Isto é um desafio ou uma ameaça?’ e ‘Eu tenho ou não recursos para esta situação?’

psicóloga Ana Correia

 

A especialista refere ainda que é no nosso dia a dia profissional, onde temos mais solicitações, que muitos de nós passamos a estar na faixa do stresse ocupacional. Para a psicóloga, esse stresse pode estar relacionado com cansaço, desmotivação, alguns desentendimentos no trabalho ou até mesmo com as políticas de algumas empresas. E é precisamente isso que o distingue de um i.

Passamos a falar de burnout quando esta situação se vai acumulando e tornando crónica ao longo do tempo, ou seja, é como se passássemos aqui para uma faixa vermelha em que fica tudo a arder, tal como o próprio nome indica”, segundo a especialista, é também nesta fase mais crítica que passa a haver alguns pontos específicos para que se falar em burnout. “Estamos a falar de uma situação de esgotamento total, em que a pessoa se torna totalmente incapaz de cumprir as várias funções do dia a dia. Primeiro no trabalho e, depois, acaba por afetar todas as esferas da vida.”

Esta sensação de esgotamento físico e psicológico, de exaustão total, faz com que as pessoas deixem de conseguir responder aos vários desafios do quotidiano. Isto leva depois, segundo Ana Correia, a uma perda de realização pessoal e profissional, provocando baixa produtividade, sentimentos de inadequação e fracasso.

No caso de Patrícia, o desinvestimento no trabalho não se verificou, e foi esta característica que fez com que ficasse com um diagnóstico mais próximo de stresse ocupacional do que do burnout. A farmacêutica conta à dobem. que chegou à especialista por coincidência. Após ter consultado a médica de família, foi-lhe passada uma baixa, inicialmente de sete dias, que se prolongou por um mês. Foi durante um dos dias desta baixa que, ao assistir a um programa de televisão, tomou a iniciativa de procurar ajuda psicológica.

“Já há algum tempo, e porque já sofria de alguma ansiedade, que achava que precisaria de algum acompanhamento psicológico, mas nunca tinha seguido em frente com a ideia”, recorda.

Na altura, os sintomas que tinha estavam muito relacionados com “palpitações e taquicardias, assustava-me muito facilmente, tinha náuseas, esquecimentos, pensamentos intrusivos acerca do trabalho e esquecimentos”, conta.

Quanto ao tratamento que começou a fazer, Patrícia conta que, inicialmente, estava tudo muito focado em abordar os vários aspetos da vida como o contexto familiar, de trabalho, aquilo que a preocupava e o que a deixava mais ansiosa. Os vários exercícios que foi fazendo entre consultas foram fundamentais, uma vez que permitiram conhecer-se melhor.

“Isso incluía perceber o que é que era mais importante para mim, o que é que valorizava mais, reatar alguns contactos que se tinham perdido, definir estratégias de aumentar mais a confiança, reduzir o perfecionismo e retirar também muitas culpas e medos que estavam associados a isto”, explica, realçando que estas estratégias fizeram com que ganhasse mais confiança e segurança.

No caso de Patrícia, a entidade patronal percebeu a situação e tentou sempre ajudar. “Na altura, até senti alguma vergonha em partilhar este diagnóstico, mas tinha de o fazer de alguma forma, pelo menos com as pessoas mais próximas”, conta, relembrando o receio que teve em revelar o diagnóstico no local de trabalho. “Tive sempre algum medo, não sei se justificado ou não, que este diagnóstico pudesse depois ser aproveitado de alguma forma, mais por colegas, portanto ficou só entre estas duas pessoas e correu tudo bem.”

 

Não é como cair, partir a perna, pôr gesso fazer fisioterapia, e voltar a andar normalmente.

Contudo, a verdade é que nem sempre tudo corre bem e há entidades patronais que ainda não se encontram disponíveis para ajudar os seus colaboradores nestas situações. Maria é um desses exemplos.

“Fui fazendo vários pedidos de ajuda porque fui percebendo que algo não estava bem comigo e precisava de ajuda para continuar a ser a profissional que sempre fui, mas não me foi dada essa resposta, e isto foi-se prolongando no tempo.” Foi-se prolongando até ao dia em que não aguentou mais. “Houve um momento em que caí, emocional e fisicamente.”

Este momento decisivo aconteceu a uma sexta-feira, e Maria recorda que o fim de semana que se seguiu foi de reflexão e procura de ajuda. Na segunda-feira seguinte, procurou a médica de família, que já a acompanhava há vários anos.

“Nem foi preciso dizer o que estava a acontecer, porque eu nem conseguia falar”, recorda, assumindo que pensar neste dia ainda lhe traz muita dor. Foi nesse momento que Maria percebeu que estava a passar por um burnout. “É um processo difícil de reconhecimento, da aceitação de que isto acontece. Achamos sempre que há determinadas situações que não nos acontecem e vi-me confrontada com isso”, assume.

Depois de procurar de ajuda, seguiu-se a decisão de descansar 15 dias. No entanto, não foram suficientes. “Aquelas duas semanas não chegaram, um mês não chegou, e por aí adiante. Depois, comecei a ser acompanhada por um psiquiatra, porque não estava a conseguir ter os resultados que eram pretendidos com a medicação e, portanto, já era necessário um olhar complementar para a minha situação”, conta à dobem. assumindo que este foi um dos momentos mais difíceis da sua vida — aquele em que teve de assumir que não estava bem, quer emocionalmente, quer fisicamente.

Chegou a pesar 40 quilos, mas, apesar de tudo, considera que conseguiu ser forte perante a situação. “Hoje olho para trás e acho que mantive sempre uma força enorme”, diz à dobem. “Não dei o braço a torcer a um conjunto de situações que são muito fáceis que nos aconteçam, especialmente quando vivemos estes estados de doença.”

Nós vivemos numa sociedade feita de exemplos de super pessoas e portanto achamos que isto só acontece aos fracos.

Apesar de já ter passado mais de um ano desde o dia em que decidiu procurar ajuda, Maria confessa que o medo de voltar a passar por uma situação idêntica permanece . “É um processo de aprendizagem que nunca mais é concluído. Não é como cair, partir a perna, pôr gesso fazer fisioterapia, e voltar a andar normalmente. Não, volta-se a andar, mas com sequelas, porque a realidade é que elas ficam lá.”

Maria revela que foram muitos anos a acumular um conjunto de ansiedades, frustrações, cansaço extremo, sempre com a esperança de que, algum dia, as coisas fossem diferentes por parte da entidade patronal, mas esse dia não chegou. “Eu é que estava mal e eu é que tinha de me retirar, e assim aconteceu. Aquilo que as pessoas muitas vezes acham é que o burnout é uma birra, mas isto é muito mais do que uma birra. Estamos a falar de muita dor, que traz sequelas. Ainda hoje tenho medicação que faço diariamente”, assume.

Maria continua a ser acompanhada todos os meses e faz questão de afirmar que esta tem sido uma ajuda essencial. Hoje, consegue perceber que se tivesse olhado para os sinais mais cedo talvez não tivesse passado por esta situação tão drástica. “O que posso deixar para outras pessoas, que possam viver isto, é que não tenham vergonha, não tenham medo de procurar ajuda e de, no limite, falarem com o vosso médico de família ou alguém competente na área, para perceber se estes sinais são estruturais ou são só consequência de um outro episódio que possam estar a viver”.

 

Como pode o doente ultrapassar o burnout?

Maria alerta ainda para a necessidade de sabermos parar e pedir ajuda nos momentos em que nos encontramos mais frágeis. “Nós vivemos numa sociedade feita de exemplos de super pessoas e, portanto, achamos que isto só acontece aos fracos. Hoje percebo que não, que isto acontece às pessoas que têm essência, que são fortes e sabem parar. É essencial reconhecermos os sinais que o nosso corpo e a nossa mente nos vão dando”, remata.

Tanto no caso de Maria como de Patrícia, a ajuda de profissionais de saúde foi, e continua a ser, essencial. Para Patrícia, o acompanhamento psicológico tem sido “uma segurança”, e fez com que passasse a ouvir-se, a não ignorar o que precisa em cada momento e a entender que essas necessidades são legítimas.

Ana Correia explica que é importante que a forma de abordar o burnout contemple as várias áreas da vida do doente. “Idealmente, nem deveria chegar-se a um ponto destes se as políticas de emprego e as estruturas das entidades patronais estivessem atentas aos profissionais e criassem boas condições de atendimento e suporte”, diz a especialista, revelando que há já várias empresas atentas a estes problemas.

“Estamos a falar de situações de saúde pública e situações que, de facto, afetam o profissional de uma forma muito incapacitante e, muitas vezes, a forma de sairmos de uma situação destas implica ajuda especializada.”

Segundo Ana Correia, a baixa médica é a única forma de, inicialmente, a pessoa se afastar da situação de sobrecarga do trabalho e começar a trabalhar alguns comportamentos de saúde global.

Patrícia conta à dobem. que, com a psicóloga, tem trabalhado muitas estratégias de autocuidado. “Passavam por vários momentos diários para fazer algo de que gostasse muito, mesmo que breves, como: escrever, ler, cinco minutos de silencio, parar cinco minutos para respirar, meditar, ritual de chá. Este trabalho fora das consultas, que nunca foi obrigatório, foi sempre muito produtivo e revelador para mim”, confessa.

A especialista salienta que o essencial é mesmo proceder de imediato a uma avaliação da sintomatologia física do doente. “Muitas vezes, o que acontece nestas situações é que a pessoa passa a ter muitas dificuldade em dormir, pode começar a haver situações de muitas dores de cabeças, muitas dores musculares, alterações da tensão arterial, alterações no sistema imunitário — que podem abrir portas para mais doenças.”

Segundo a psicóloga, o burnout pode demorar muito tempo a passar “se nós não conseguirmos atender a este problema logo numa fase inicial e abordarmos estas áreas de vidas, isto pode-se tornar um problema crónico”, podendo-se passar a falar de questões de estados mais depressivos ou ansiosos.

O stresse do dia a dia é algo que afeta muitas pessoas, mas é quando começamos a perceber que esse estado começa a comprometer a nossa vida que devemos começar a ficar atentos. “É como pensarmos numa escala de cores e se percebermos que os sintomas começam a estar para o laranja ou vermelho, e que se mantêm, é grave”, remata a psicóloga.

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Isabel Silva

Comunicadora

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.