Como chegar aos 100 anos com juventude

Como chegar aos 100 anos com juventude

Do BemDo Bem
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22.11.2023

Depois da nossa equipa ter visto o documentárioViver até aos 100: o segredo das Zonas Azuis”, chegou a uma conclusão: queremos fazer as malas e passar uma (larga) temporada em cada um destes locais! Queremos desligar – para nos conectarmos apenas com os locais, com as pessoas, comunidade e os seus hábitos. Uma espécie de estágio! E vamos mostrar-vos porquê.

 

Depois de vermos este documentário, a nossa vontade ficou clara: queremos fazer um estágio em cada uma destas zonas. Não apenas porque, aqui, as pessoas são – na sua maioria – centenárias e parecem deter o segredo para uma vida longa e feliz. Mas porque estes segredos estão ligados a formas de se viver a vida. A descomplicação. A escolhas equilibradas. E a conexão.

Todos concordamos que existem regras que são inegociáveis para nutrir o nosso corpo – mas o ambiente, a família e a cultura em que nascemos (e no qual crescemos) influência muito a forma como vamos viver e a nossa saúde física, emocional e mental.

 

como chegar aos 100 anos

 

No documentário “Blue Zones” – baseado em uma pesquisa e conceito desenvolvido por Dan Buettner – investigam-se zonas que são consideradas como exemplos de comunidades onde a longevidade é uma característica comum. Existem várias destas regiões ao longo do globo – cada uma com as suas próprias particularidades. Contudo, quando cruzadas as ações que podem ser a explicação para se viver mais, denotaram-se alguns denominadores comuns:

  • Não fazem exercício propositado – movem-se naturalmente. Vão visitar amigos, têm jardins, fazem tudo à mão, trabalham até morrerem,… têm uma atividade física gentil e constante, ao invés de mecânica ou por conveniência;

  • Ser “easy going” – que é como quem diz, leves, otimistas e bem-dispostos;

  • Têm rituais diários para lidar com desafios e com o stresse – rezam, fazem sestas, encontram-se com amigos, festejam, riem e dançam;

  • Sabem porque acordam de manhã e aplicam os seus dons no trabalho, todos os dias. Sabem e aceitam o seu propósito;

  • Adoram comer comida deliciosa – com muitos frutos secos, leguminosas, tubérculos e vegetais biológicos das hortas. Não comem até estarem cheios, comem com a família, abrandam e agradecem a comida;

  • Conectam-se. Dão prioridade à família, mantêm os idosos por perto e investem nos seus parceiros e nos seus filhos. Prestam uma atenção especial ao seu circulo social e aos amigos que escolhem ter perto de si. Imaginamos que se possa dizer que escolhem não ter “poluição emocional”.

 

Conforme íamos conhecendo estes moradores das Blue Zones – ou Zonas Azuis – percebíamos que todos têm estilos de vida e culturas muito diferentes – contudo havia rotinas que são iguais.

Cada um se encontra em algumas coisas – coisas estras que mantêm o nosso equilíbrio e ativam a nossa cura interna.

 

OKINAWA, JAPÃO 

 

 

Umeto Yamashiro, 101 anos

O seu segredo:

– divertir-se sempre e dá boas gargalhadas

– Não se zangar e perdoar

– É otimista – faz o que gosta e faz os outros felizes

 

Miyo Toshiro, 97 anos

Senta-se no chão e ainda trabalha no jardim – o que a faz agachar-se muitas vezes. Fortalece-se de forma natural. Tem o seu Ikigai presente.

 

SARDENHA, ITÁLIA

 

 

Vittoria Mere, 94 anos

A fé move-a! Literalmente. Vai todos os dias à igreja que fica no cimo de uma aldeia cheia de declives e escadas. Move-se, naturalmente, durante o dia.

 

Gino Locci, 93 anos

Foi pastor, como a maioria dos homens. A sua rotina era: sair cedo com os animais, andar – dormir uma sesta – voltar e ir conviver com os amigos. Esta tranquilidade permitiu-lhe ter menos stresse e estar mais apto a lidar com o mesmo.

 

Giulia Pisanu, 94 anos

Não tem filhos, mas sabe que a pedra basilar da vida é a família. Tem sobrinhos e familiares que tomam conta dela à vez. Porque, aqui, a família cuida dos seus idosos – não há lares. Ao invés, há uma conexão com os idosos que são vistos como tesouros a serem valorizados.

 

“A solidão pode retirar 15 anos à esperança média de vida.”

 

 

LOMA LINDA, CALIFÓRNIA, EUA

 

 

Loida Medina, 84 anos

Sabe que há um segredo importante para a longevidade e para evitar depressões: exercício e a comunidade. Fora isso, como adventista, faz uma alimentação vegetariana e é uma pessoa praticante e cheia de fé.

 

Marijke Sawyer, 74 anos

Escolhe ser produtiva e faz voluntariado de forma ativa. Diz que o mesmo cria alegria pura e reforça laços sociais.

 

Ernest Zane, 95 anos e a sua esposa

Desliga de sexta à noite a segunda de manhã e, nesse tempo, dedica-se à prática de coisas que gosta e à sua fé e religião.

 

“Pessoas que prestam culto uma vez por semana, podem ter mais 7 anos de esperança de vida”

 

 

IKARIA, GRÉCIA

 

 

Vaso Parikos, 88 anos

Teve de aprender a ser resiliente num território onde o solo é árido e onde a população local teve de aprender a sobreviver por si só. Aprender a conhecer as ervas e usa-as, por exemplo em chá, a seu favor.

Giorgos Stenos, 90 anos

Sabe a importância do mel cru (ou natural) para adoçar o que é preciso. Aproveita todas as suas propriedades.

 

Panagiotis Kouloulias, 96 anos e Aleka Mazari, 81 anos

Apaixonaram-se já idosos e depois de terem ficado viúvos. Escolheram desenvolver um alto nível de companheirismo – numa parceria feliz e comprometida. Assim, investem na relação e sentem que esta é constantemente nutrida.

 

NICOYA, COSTA RICA

 

 

Ramiro Guadamuz, 100 anos

Pasta o gado a cavalo – como sempre o fez a sua vida toda. Tem um plano de vida e sabe abrandar e escolher as coisas que realmente são importantes para ele.

 

Juan Carrillo, 86 anos

Faz as coisas à mão e mantém o seu metabolismo ativo. Trabalha das 6h00 às 22h00 – com um descanso a meio do dia.

 

“Mantém o corpo e a mente ativos – está com pessoas para estar feliz. Não vale a pena viver sozinho. Vive com a família e aproveita os seus netos – dá-lhes explicações de matemática e eles ensinam-lhe informática.” Tze Huan Hur, 81 anos, Singapura

 

O que é fascinante, é que há várias coisas que nos podem ajudar a chegar mais longe, mas é a forma como as pessoas escolhem viver e sentem a vida que faz a diferença. Tens de escolher o que te vai ativar e onde e com o quê que te pode ajudar a mudar.

E como o Dan Buettner diz: “o mais curioso é que o que nos faz viver uma vida longa – é o mesmo que faz a vida valer a pena.”