Mas a verdade é esta: há coisas que continuam por lá, porque acredito sempre que um dia vou acabar por usá-las. Depois, irrito-me por, às vezes, ainda ter vontade de comprar uma peça de roupa nova, como um vestido. Continuo a comprar certas coisas, porque estou num processo de aprendizagem, mas coloco cada vez mais questões em relação ao que estou a comprar.
— Vou mesmo usar esta peça, pelo menos, 30 vezes num ano?
— Vale mesmo aquilo que diz na etiqueta? (às vezes o barato sai caro, tanto para o ambiente como para a mão de obra que produziu aquela saia linda ou aquele par de botas)
— Esta peça faz-me mesmo falta, ou estou a comprar por impulso?
Alguma vezes ainda posso comprar por impulso porque, naquele momento, tudo parece essencial e indispensável à minha vida. Às vezes isso até faz bem, é verdade, mas muitas vezes não faz sentido, nem para a minha carteira, nem para a minha consciência e, muito menos, para o próprio ambiente.
Confesso que nunca fui uma grande viciada em fast fashion e na compra descartável, isto porque sei que, com as lavagens, a peça vai perder qualidade rapidamente, o que me vai obrigar a pensar numa nova compra mais cedo do que desejava. Se bem que hoje, com 33 anos, vejo as coisas com uma outra perspetiva, e percebo que comprar qualquer coisa todas as semana é um vício vazio. Se o continuamos a repetir, chega a um ponto em que já não alimenta nem o ego, nem a carteira nem o planeta.
Portanto, continuo a comprar, sim, mas compro peças que acrescentam valor ao meu guarda-roupa, que me fazem falta, que se conjugam com aquilo que tenho. Cada vez penso mais penso em marcas que estão em sintonia com o meu estilo de vida, e estou a gostar de olhar para elas, de descobri-las, pouco a pouco. A Näz é uma delas. Uma marca portuguesa e que se afirma, com orgulho, como marca portuguesa sustentável, com roupa muito gira, como este vestido.
Esta marca, que nasceu em 2017, além de ser 100% portuguesa, usa excedentes de outras fábricas para a produção das suas peças. Quando isso não é possível, produzem sempre tecidos e malhas com fibras orgânicas, e sempre veganos, com empresas certificadas e onde o comércio justo é uma preocupação constante. Além disso, tem uma política de transparência e honestidade à qual dou bastante valor. Se forem ao site, conseguem ver exatamente onde é que aquela peça foi costurada e tricotada, assim como qual a percentagem de materiais presentes.
No caso deste meu vestido novo, que comprei na loja The Fair Bazaar — podem encontrar aqui —, é feito totalmente em cupro. Lembram-se do macacão que usei na minha festa de aniversário — espreitem aqui o artigo —, é o mesmo tipo de tecido. É uma fibra feita através de restos de algodão e que é biodegradável e que tem um toque semelhante ao da seda, que adoro.
Este meu vestido novo já faz parte da minha vida, e certamente vão ver me com eles vezes sem conta nos mais diversos contextos. E gosto sempre de usar um calção preto por baixo, caso venha uma aragem. A perna é boa, é certo, mas o exagero pode tornar-se desnecessário. Entendem?
Usei também estes brincos, que já tenho há dois anos, e o colar foi uma compra deste ano. Gosto muito de fios e um destes dias cruzei-me com este em bronze que achei lindo, então comprei. Apeteceu-me, eu mereço, e sei que vou contar histórias com ele, não será para “de vez em quando”.
Por fim escolhi conjugar com estas sandálias, que uso para tudo. Aliás, todas as semanas ando com elas, seguramente, mais de três vezes. São confortáveis e dão um pouco de altura o que, em pessoas como eu, calha mesmo bem.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Há tempos, contei-vos que juntamente com alguns dos meus IncríBeis estava pronta para correr uma das provas mais bonitas do mundo — recordem o artigo aqui. Finalmente esse dia chegou e na manhã de 26 de maio corri, pela primeira vez, os 21 quilómetros da EDP Meia Maratona do Douro Vinhateiro, que está incluída no conceito das Running Wonders.
As Running Wonders são meias maratonas que nos dão a possibilidade de corrermos com algumas das paisagens mais bonitas que possam imaginar. Além desta prova, há corridas em Guimarães, no Dão, em Coimbra, Évora e Portimão, regiões cheias de história, com paisagens lindas, monumentos inacreditáveis e classificadas como Património da UNESCO.
Nunca tinha tido a oportunidade de correr uma destas provas mais bonitas do mundo, embora estivesse há três anos para participar. De todas, a que mais tinha vontade de correr era esta mesmo, na região demarcada do Douro Vinhateiro, que começa na Barragem de Bagaúste e termina no Peso da Régua. O percurso de 21 km é feito sempre à beira do Douro, com uma paisagem impressionante.
Esta prova deu-me também a possibilidade de regressar às minhas origens, ao meu Norte, que eu tanto amo, e tudo isto foi possível com a melhor das energias, a da EDP. E posso dizer-vos que foi um fim de semana maravilhoso. Conheci pessoas novas, reencontrei amigos e tive o privilégio de estar novamente com a minha querida amiga Aurora Cunha, uma grande atleta portuguesa de quem já tinha muitas saudades. A Aurora é daquelas pessoas com uma energia muito especial, com um sentido de humor único, uma honestidade e uma boa disposição fora de série. De facto, ela também é a alma destas Running Wonders, muito pelo apoio e energia que dá a todos os corredores.
Corri esta meia maratona na desportiva. Ia sem objetivo a nível de tempo, até porque ainda não tinha passado um mês desde que tinha corrido a Maratona de Londres e queria desfrutar da prova ao máximo, sem demasiado esforço. Para isso, criei uma estratégia que me permitiu curtir cada momento. E assim foi.
Embora seja quase totalmente plana, esta que é uma das provas mais bonitas do mundo acabou por ser desafiante, muito por culpa do calor que se fez sentir. Só para terem uma ideia, quando partimos estavam mais de 30 graus, e são muitas as zonas do percurso em que não há sombras. Fiz os primeiros 15 quilómetros a um ritmo de 4’30’’ por minuto. A ideia era se me sentisse bem, aumentava progressivamente o ritmo para terminar a 4’20’’ ou 4’15’’.
A prova foi mesmo muito especial para mim, não só por tudo isto que referi mas também porque aqui foi onde mais senti o espírito de equipa e de ajuda enquanto corria. Logo ali, no quilómetro 3 e 4, juntou-se um grupo de pessoas à minha volta com quem corri, sempre ao mesmo ritmo. Houve inclusive um senhor e uma senhora que me perguntaram: “Isabelinha, vai manter este ritmo?”. Disse-lhes que sim, e lá fomos, lado a lado, praticamente sem falar mas a ajudar-nos, uns aos outros, fosse a dar abastecimentos ou simplesmente estando ali, em silêncio.
Percebem porque é que as corridas são mágicas? É isto. É saber que estamos em competição connosco, estamos a correr para nós, na nossa jornada, mas ao mesmo tempo sabemos que todas aquelas pessoas que estão à nossa volta têm o mesmo objetivo: cruzar a meta e cumprir com o que tínhamos prometido.
Quando entrei na zona do Peso da Régua aumentei o ritmo, e fui para os 4’15’’. E esta é a parte mais motivante. Vamos vários quilómetros em silêncio, só connosco, a curtir a prova, a contemplar aquela paisagem única, e depois entramos na Régua e o silêncio acaba, o público junta-se e começa a puxar por nós. O último quilómetro é quase todo assim, com muito apoio. É a partir daqui que encontramos uma quantidade imensa de pessoas que gritam pelos corredores, sorriem e aplaudem. Há também muita música e muita animação. Muitas vezes esta motivação é o melhor gel que podemos encontrar nos últimos quilómetros de prova. É isto que nos ajuda a cortar a meta em grande e com um sorriso no rosto.
Quando terminei aquela que é uma das provas mais bonitas do mundo, abracei o meu grupo, aquela malta que veio ali comigo quase o tempo todo. Nunca tinha visto aquelas pessoas mas, de repente, sem falarmos, ficámos família. Foi fantástico por tudo isto mas também porque, no final, corri a minha segunda maratona: a dos beijinhos, dos abraços e das fotografias. Conheci pessoas incríBeis no Douro e, vejam bem, descobri que há um grupo de corridas chamado “Os Isabelinhas”, um grupo cheio de pessoas bem dispostas e a quem prometi que, em breve, levo os meus IncríBeis para correrem com eles.
Ainda encontrei algumas das pessoas a quem tinha oferecido dorsais no treino dos IncríBeis e conheci pessoas que tinham corrido uma meia maratona pela primeira vez. Foi maravilhoso e muito intenso, de tal forma que, depois de ter estado a correr durante 1h33 minutos, ainda passei duas horas a fazer aquilo que tanto adoro: partilhas, abraçar, beijar e estar com aqueles que cuidam de mim.
Claro que a família do costume veio comigo. O João Catalão, o Rui Geraldes e o Ricardo Martins Pereira, os resistentes que ficaram à minha espera. Depois de tudo isto, lá fomos a pé até ao hotel tomar um bom banho e fazer aquilo que toda a gente adora fazer depois de uma prova: uma grande almoçarada.
Encontrámos um restaurante muito giro chamado A Nossa Taberna, que abriu de propósito para nós. Já estavam fechados, mas liguei para lá e a senhora deu-nos almoço. Maia: ainda nos fez um prato vegetariano de Couscous com legumes.
Não tenho palavras suficientes para agradecer toda esta hospitalidade das pessoas do Norte, é indescritível. Esta é uma prova a repetir, certamente, e que recomendo a toda a gente porque, de facto, o nosso Portugal é mesmo incríBel.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
A Maratona de Londres, para além de fazer parte do roteiro das six majors — que inclui também Tóquio, Boston, Berlim, Chicago e Nova Iorque — é das mais difíceis de entrar. É preciso participar num sorteio, com centenas de milhares de candidatos, e esperar pela sorte. Nunca tinha conseguido um dorsal, por isso só posso agradecer à New Balance por esta oportunidade.
Só por isto, o meu compromisso com esta prova ainda se tornou maior. E quando falo em compromisso, refiro-me à preparação com qualidade — não falhar os treinos, cumprir os ritmos, ter uma alimentação adequada, fazer uma boa pré-época com treinos de reforço muscular e intercalar estes treinos com alguns quilómetros de corrida.
Fiz tudo certinho durante os meses de janeiro, fevereiro, março e abril. A única coisa que não fiz como queria foi correr a Maratona de Londres em 3h17’. Na verdade, o meu objetivo com esta prova era melhorar o meu tempo à Maratona, que era de 3h14’. Tinha tudo para dar certo. Estava capaz.
Mas não consegui. Levei a marretada.
Porquê?
A FEIRA DA MARATONA DE LONDRES
Assim que entrei neste espaço, percebi que esta malta funciona a outro nível. Não estou a falar da dimensão do espaço, até porque a Feira de Boston também é gigante, mas sim da organização do espaço.
Na sexta-feira, dois dias antes da prova, fui levantar o dorsal com o João Catalão e com a minha mãe. A Dona Lola é uma caixinha de surpresas. Não que eu não conheça a personalidade dela, mas acho que as seis horas que ela esteve ali comigo sem acusar cansaço nem dizer “filha, já chega, não?”, foram uma prova de amor por mim. Ela sabia da importância que esta prova tinha para mim e, por isso, percorreu toda a feira comigo.
Levantámos os dorsais, tirámos fotografias, esperou por mim enquanto conversava e conhecia pessoas que por ali passavam, fizemos compras e, no final, ainda esperou enquanto fazia uma massagem desportiva.
E vocês perguntam: “Então mas tu fizeste uma massagem dois dias antes da prova com uma pessoa que não conheces?”, bom, esta foi a pergunta que certamente o meu querido massagista, o Urbano — espreitem o vídeo que fiz com ele aqui —, deve ter feito quando viu o meus stories no Instagram. A massagem foi bastante leve. Acho que o massagista, o Andy, pensava que eu era uma menina, então fez-me só umas festinhas nas pernas. Mas, quem sabe? Se calhar até foi o melhor.
O JANTAR
Não falhei na hidratação, da mesma forma que não falhei na minha alimentação. Desta vez, ao contrário das outras, não cozinhei o meu jantar. Em Londres, existe uma cadeia de supermercados que podia, claramente, ser a minha cozinha e despensa. Chama-se Whole Foods e tem supermercados em vários pontos da cidade. São todos gigantes e têm um serviço de buffet com take away super do bem. O meu desafio foi escolher e controlar a gula na altura de escolher a refeição para o jantar de sábado à noite. Mas controlei-me. Segurei-me e foquei-me naquilo que realmente interessa: os hidratos de carbono, os legumes, a proteína, pouca gordura e ficar loooooonge da comida condimentada. Ou seja, não inventar. Dar ao meu corpo aquilo a que ele está habituado.
Então e o que é que comi? Duas doses deste prato que tinha:
— Dois Falafels de grão e espinafres
— Duas colheres Arroz basmati (não tinham integral)
— Courgete salteada
— Brócolos cozidos
— Tofu grelhado
— Legumes escaldados
No final, ainda comi dois quadradinhos de chocolate negro e bebi a minha infusão.
Tudo ok, estes são os meus hábitos, as escolhas certas. Na véspera de provas, aposto sempre no arroz como hidrato principal e nas leguminosas como o grão ou o feijão. Sinto-me saciada, composta, mas sem estar enfartada.
Muitos me perguntam porque não como proteína animal. Na verdade, sinto-me melhor sempre que como pratos veganos. Faço uma melhor digestão e no dia seguinte o meu “mundo interior” está a funcionar a 100%. Nada como fazermos experiências até percebermos de que é que o nosso corpo precisa.
Também não falhei nas horas de sono. Na semana anterior à prova dormi sempre sete horas, com exceção do dia anterior. Esse, vocês já sabem, nunca dormimos as horas necessárias, e mesmo que fossemos para a cama às horas certas, o coração bate tanto que a adrenalina e o entusiasmo podem tornar-se num inimigo. Mas esse também não foi o problema.
Talvez um deles seja o descanso.
Quando falo em descanso, falo em ter a cabeça limpa, focada apenas no compromisso da Maratona de Londres. Quando fazemos aquilo de que gostamos é, realmente, uma realização. Dá trabalho, mas não me queixo, porque me sinto preenchida.
Estava a dias de abrir o meu ginásio, escrevo artigos para o meu blog, sou repórter e apresentadora de televisão e, ao mesmo tempo, estou a tirar algumas ideias e novos projetos que estão na gaveta. Logo, tenho a minha mente cheia.
Além de tudo isto, sou do signo Touro, ansiosa e, tal como o meu pai, sofro por antecipação. Ainda por cima, ando com uma extrema dificuldade em gerir as minhas prioridades. Parece que estou numa fase da minha vida em que tudo parece altamente importante e tem de estar na mesma linha, quando na verdade não é bem assim. Estou a aprender. A vida anda a dar-me uns ensinamentos castiços.
Tudo isto para dizer que, mesmo nos dias menos atarefados da minha vida, sinto que a minha cabeça não para. Está sempre em alta rodagem e a criar projetos e conteúdos e adoro esta adrenalina, é verdade, mas também gosto de cultivar o meu lado mais tranquilo. Ele existe, mas nestes últimos tempos tirou umas folgas. Correr sem estar focada no presente, na emoção e alegria da maratona, não é muito produtivo, e retira algum do prazer da corrida.
Se a maratona também é a força da mente, principalmente a partir do quilómetro 30, e se a mente anda a divagar, a quem é que te vais agarrar?
Eu agarrei-me à minha mãe e à minha Gabriela, que gritaram por mim ao quilómetro 28. Também me agarrei aos vários emigrantes portugueses que chamaram por mim. Ao meu amigo Rui Pereira de Ascensão, que decidiu invadir a estrada da maratona só para me dar um empurrão e fazer-me olhar nos olhos dele. Foi um momento lindo. Mas não foi por isso que deixei de levar a marretada. Porque a cabeça estava cheia.
E não tomaste um incríBel pequeno-almoço? Tomei pois. Também não vacilei no despertar.
A prova começava às 10 horas, e às 7h30 já estava a terminar de comer as minhas Papas Despertar de Buda. Preparo-as assim:
250 ml bebida vegetal
Quatro colheres Despertar de Buda Maca a Baunilha
Uma colher de sobremesa de linhaça
Uma banana
Uma bola energética, aos pedaços
Depois disso, fui quatro vezes à casa de banho, o habitual, comi uma barra de cacau 30 minutos antes da prova e ainda bebi um café.
Mas tudo isto começa muito antes. É que, quando o despertador toca, abrimos os olhos e pensamentos “hoje vou correr a Maratona de Londres”, e sempre que penso nisto, sinto-me feliz e entusiasmada. Mas, desta vez, não foi assim. O pensamento foi “hoje vou correr a Maratona, mas hoje não é o dia.”
E não é o dia porquê?
Há coisas que ainda hoje, mais de um mês depois, não sei explicar. Ando com a cabeça cheia, é verdade. Estou focada em muitas outras ao mesmo tempo, sei que isso não é bom, mas também acho que é a criatividade, o entusiasmo desenfreado de quem tem 33 anos. Não estou a dizer que não estava feliz e focada no meu objetivo, porque estava, mas estive longe da estrada durante vários momentos nestes 42.195 metros. É que uma coisa é aquela distração de alguns segundos com a excitação dos apoiantes nas ruas — sorrimos, acenamos, e depois voltamos para a bolha —, outra coisa completamente diferente é ter vários momentos a pensar em tarefas ainda por realizar, seja para a abertura do ginásio, para os fins-de-semana com programas de televisão ou, pior, decidir naquele momento que era boa ideia organizar a agenda para a semana seguinte.
Malta! Isto é só ridículo e até dá vontade de rir. “Belinha, estás na Maratona de Londres. O que é que isso importa neste momento?” Não importa nada. Então porque é que o pensamento voltava?
Eu estava a precisar de descansar. E aqui está uma das causas de as coisas não terem corrido bem. Porém, depois de todos estes dias de reflexão, sinto que não foi a causa principal. Foi mais uma a juntar a todos os outros detalhes que dificultaram a minha prova. É importante sabermos usar a mente e as emoções a nosso favor, de forma a pensarmos de uma forma mais positiva e focada. E, neste momento, eu não a soube usar da melhor forma. Ainda por cima, a dor de burro da Meia Maratona de Praga e a avaria do meu GPS não ajudaram à minha ansiedade.
A DOR DE BURRO
Logo no início da prova, senti uma ligeira dor do lado direito, mesmo junto à costela. Era apenas um incómodo, mas, por ter aparecido antes da primeira hora de corrida, assustou-me. Uma coisa é ter uma dor de burro ao quilómetro 30 — e aí, apesar de não ser esse o meu desejo, tento gerir até ao final — outra coisa é logo no início da corrida. É matar um prazer que quase não começou. É ter esperado três meses para conquistar alegremente mais uma major e ter de correr triste e desiludida porque o corpo não está a 100%.
Como já partilhei várias vezes, gosto do sentimento de superação, do desafio de uma prova difícil. Até pode custar nos quilómetros finais, mas isso acontece porque uma maratona é naturalmente difícil. Outra coisa é correr em sofrimento por um desconforto ou uma dor que impede de correr livremente. E esta dor era tão parecida com a da Meia Maratona de Praga que decidi adiar a toma de gel ao quilómetro 13 com receio de que o desconforto aumentasse. E passei os 13, os 14, os 15, até chegar ao quilómetro 27. Só aí é que decidi tomar o meu primeiro gel, mas isso não estava no plano.
Sabia a asneira que estava a fazer. Ainda por cima estava imenso vento, o que desgasta ainda mais o corpo. Mas foi a decisão que tomei. E ali, no quilómetro 9, quando tomei aquela decisão, tinha também a clara consciência de que adiar a toma de gel, um dos preciosos combustíveis numa prova, ia levar-me certamente ao muro, à marretada. Ainda pensei que aparecesse mais para a frente, mas não, foi logo a seguir aos 30.
Pernas cansadas. Cabeça leve. Boca seca. Vontade de parar. “Aguenta Belinha. Agora é que não vais ter tempo para terminar de organizar a tua próxima semana. Esquece os espelhos para colocar no ginásio, a decoração do escritório e as reuniões com os parceiros.” Foi preciso uma marretada e começar a sofrer para estar presente na Maratona de Londres. Há males que vêm por bem. O gel ajudou, mas já vinha tarde, ainda por cima, a segunda parte da prova é mais desafiante. É um ligeiro sobe e desce que só termina na meta. E apesar do apoio nas ruas ser muito, não basta.
O GPS
No meio de tudo isto, o meu GPS decidiu “brincar comigo” entre o quilometro 22 e 32. Ainda hoje não entendo a razão, mas a verdade é que, de repente, sem alteração do meu ritmo, o meu relógio quis convencer-me de que estava a correr a 2.50 min/km. Como não vou em cantigas, no quilómetro seguinte baixou para os 3’30’’ para ver se me irritava ainda mais. Não estava a conseguir e, por isso, decidiu passar-me um atestado de lentidão e colocou-me no ritmo dos 5’50’’.
Malta, é que estava sempre no mesmo ritmo, porque felizmente já conheço o meu corpo. Ter um relógio que nos apanha na curva numa prova de 10, 15 ou 21 quilómetros é uma coisa, agora numa corrida de 42 é demais, principalmente nos últimos quilómetros quando é preciso ter a certeza de que se vai no ritmo certo.
Quando finalmente se decidiu a fazer as pazes, já eu estava a fraquejar. Nos últimos sete quilómetros olhar para o relógio e ver ritmos entre os 4:45 e os 5:15 min/km não me espantava.
Sabia que era verdade, e o João Catalão pode confirmar. Ele também foi apanhado na curva e esperou por mim no quilómetro 35 e, assim que o vi, comecei logo a chorar. Percebi que aquela aventura também não lhe tinha corrido bem. Depois, fomos juntos até ao Palácio de Buckingham.
Adorei vê-lo com a bandeira de Portugal. Fez-me recordar quando cortei a meta da Maratona de Sevilha, fomos juntos, com a bandeira erguida. A dupla de portugueses na conquista de uma das medalhas mais bonitas do Mundo. Fomos “devagarinho” mas chegámos.
E há coisas que não se explicam. Nos últimos 800 metros esqueci-me completamente das minhas dores e do meu sofrimento. Já só sorria e chorava. Naquele momento, senti um amor incondicional e único pelas maratonas. Elas fazem-me sempre ser mais e melhor, levam-me a acreditar que tudo é possível e que as coisas dependem de nós próprios, do nosso fazer acontecer.
Eu quis parar. Pensei várias vezes nisso. Numa delas foi quando me cruzei com o querido Edu — um brasileiro, apaixonado pelo desporto e corridas com um canal incrível no Youtube — vejam aqui. Corria cansado mas forte, sempre a sorrir mas a precisar de uma “força”, e eu também. Juntei-me a ele e ainda corremos juntos uns quilómetros até decidir seguir o meu caminho. Apesar de ele me ter ajudado também com o seu sorriso, se eu fosse ao ritmo dele ia acabar por parar. “Vai Isa. Eu estou bem. Já nos vemos na meta”. E assim foi. Um até já.
Vale a pena correr uma Maratona só pela sensação de cortar a Meta. É o “foda-se” que melhor que saber dizer: “Foda-se! Consegui. Terminei a Maratona de Londres. Onde é que está a minha medalha?”
Abracei-me ao João e chorei, chorei até já não conseguir mais. Mas chorei com tanta alegria e satisfação que, no final, já só queria rir à gargalhada. Lembro-me de dizer ao João: “Baaaabeeee, estou com um empeno que nem é bom falar. Temos tanto para falar que nem sei por onde começar”.
Também não deu para falar mais. Tinha a voz trémula e precisava de me hidratar.
A ENERGIA DA VALÉRIA NA MARATONA DE LONDRES
Lá estava ela, um quilómetro mais à frente. Umas das mulheres que mais me inspiram. Sigo-a há muito através das redes sociais — a ela e ao Edu. Adoro o canal de YouTube do Edu, onde podem encontrar excelentes dicas sobre corrida e reviews sobre várias sapatilhas, e encanta-me a energia, foco, alegria e determinação da Valéria.
É mãe de família, contabilista de profissão e maratonista, mas não é por ela ser tudo isto que eu a admiro. É pela forma como ela vive a vida, do jeito que ela merece ser vivida. Ela agradece por ser feliz, grata pelo que tem e preocupa-se mais com o verbo “ser” do que o “ter”. É linda, tem a minha altura e dança kuduro nas horas. Percebi isso quando, depois de uma Maratona, ali, bem perto da recolha de mochilas, ligámos o Spotify desta incrível brasileira e demos ali um show de bola que quem por ali passava não acreditava que tínhamos acabado de correr estes 42 quilómetros. Pouco tempo depois, chegou o Edu.
A Maratona de Londres foi inesquecível por estes dois grandes amigos que fiz. Foi o nosso primeiro encontro, mas é fantástico o poder que as redes sociais têm para aproximar as pessoas, mesmo quando elas não se conhecem. Ter estado com eles parece que foi mais um dia no meio de tantos, em que conhecemos a rotinas uns dos outros porque partilhamos as nossas vidas. E que mal tem partilhar o que faz bem e nos faz sentir bem?
Por vezes ainda me arrepio quando penso que estive com eles, mas para entenderem melhor este meu entusiasmo podem, sempre espreitar aqui o Instagram da Valeria Melo e do Tênis Certo (o Edu). A alegria desta dupla é deliciosa.
A MINHA MÃE E A GABRIELA
Estiveram à nossa espera duas horas, junto ao Palácio de Buckingham, enquanto iam acompanhando a prova na app da Maratona de Londres, através do número do meu dorsal. Quando cheguei perto delas, no final, demos um abraço tão grande que parecia que tinha ido para a guerra.
Tinham um orgulho muito grande em mim. Não me disseram, mas senti isso e chorei de novo. “Não fiz o tempo que queria, mas cá estou. Tenho uma bolha no pé e só estou bem a mancar. Mas estou feliz, mãe”, foram as palavras que consegui dizer.
“Claro Belinha. E nós por ti. O que tu fazes é inspirador. Temos orgulho em ti”, respondeu a minha mãe.
Pronto! É isto, pessoal! Basta isto para eu soltar a última lágrima e chegar a esta conclusão: quando começamos a correr muitas maratonas, a tendência é acharmos que aquilo que fazemos é algo absolutamente banal, mas não é. É um desafio que poucos superam, ou porque não gostam ou porque acham que não estão capazes. Não sou atleta e felizmente não vivo a pressão da competição, mas aquilo que nós, maratonistas, nos predispostos a fazer é altamente inspirador — para nós e para os outros.
Correr a Maratona de Londres em 3h17 é um tempo do caraças. E só percebo isso quando penso na média do meu ritmo. É muito tempo a correr, sem parar e sem querer vacilar. É correr e só parar quando acaba o compromisso. E se isto não é do caraças então o que é?
OS AMIGOS QUE CONQUISTÁMOS
O Diogo e a Sara, que têm uma história tão bonita, vivem em Londres e acompanham-me através das redes sociais há algum tempo. Volta e meia trocamos mensagens pelo Instagram e, sem os conhecer pessoalmente, achava-os extremamente educados e com uma profunda admiração pelas corridas e por mim.
Não me conhecem da televisão. Gostam de mim pelo meu entusiasmo e amor pelas corridas e foram dos primeiros a vibrar com a minha ida a Londres para correr a Maratona. Fico tão grata por sentir tanto amor que combinei com eles um encontro, e foi épico. Passei por eles no dia da prova e no dia seguinte fomos todos jantar a um restaurante vegano, escolhido por eles, que era ótimo. Fez-me lembrar o Vegan Food Project, no Chiado.
E porque gosto de juntar gente que me faz bem, nesse dia, a mesa do restaurante era para oito. Juntou-se a nós o Ivo — um grande amigo meu do Norte que vive em Lisboa — e o Mário, um dos organizadores da Alegro Meia Maratona de Setúbal, que, curiosamente, neste fim de semana estava em Londres.
Isto é viver a vida! Vivi, neste jantar, um momento de grande felicidade. E só não se juntou a família do Osmar porque já tinha um compromisso. E quem é o Osmar? É um dos responsáveis da loja New Balance de Oxford Circus com quem me cruzei na Feira da Maratona. Ele não me conhecia, mas a mulher sabia que eu estava lá e quase que o obrigou a vir ter comigo para fazermos um vídeo para ela. E o Osmar é uma pessoa tão educada e bondosa. Gostei tanto dele que fiz questão de conhecer toda a família, e assim foi, um dia depois da maratona estivemos todos juntos.
Mais. Recuando no tempo, a primeira fotografia da minha aventura foi no aeroporto de Lisboa com a nossa selecção paralímpica! Parabéns também a eles. São os nosso heróis.
Entendem agora porque é que correr uma Maratona é muito mais do que 42.195m?!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Desde que comecei com os treinos d’Os IncríBeis, em outubro de 2018, a cada mês que passa ficou mais admirada com tudo o que estamos a alcançar juntos. Somos cada vez mais a correr os 10 quilómetros juntos, e independentemente do local que escolhemos ser mais longe ou mais perto do centro de Lisboa, a verdade é que estes runners estão sempre lá.
O último treino que fizemos juntos, na manhã de 11 de maio, não foi diferente. Desta vez, rumámos ao Jamor para fazer os nossos 10 quilómetros ao lado dos EDP Runners e dos 10 Kapas, em vésperas de corrermos a EDP Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Quis que este treino tivesse mesmo esse mote, até porque vou estar a correr esta prova naquele que será um dos meus primeiros grandes desafios depois de ter corrido a Maratona de Londres.
Não é a primeira vez que corro esta prova, mas tenho todo o gosto em voltar a um sítio onde já fui feliz. E acreditem, pessoal, há motivos mais do que suficientes para esta ser “a corrida mais bela do mundo”. Se passarem pelo aqui, pelo site da Running Wonders, vão perceber porquê. A prova passa por algumas das zonas mais bonitas da região do Douro Vinhateiro, que está classificada como património da UNESCO. E se de um lado estão a ver o rio, do outro encontram zonas onde só existem casas de xisto e a vista para a serra.
É neste tipo de provas que se vê como é importante o sítio onde estamos a correr e como estar na natureza é tão único e especial. Na EDP Meia Maratona do Douro Vinhateiro o vosso combustível não está apenas na hidratação e nos géis que tomam durante a prova, mas sim nesta paisagem lindíssima que motiva e incentiva a correr a prova com outro prazer.
É por momentos destes que corremos, para apreciar a natureza como um todo. E por saber que esta prova é uma experiência única é que, juntamente com a EDP, ofereci 50 dorsais para que os meus IncríBeis se pudessem inscrever para correr esta Meia Maratona do Douro Vinhateiro ao meu lado.
Depois, houve outro pormenor que tornou este treino especial. É que, desta vez, escolhemos correr no Jamor. E porquê, perguntam vocês. É que além de ser uma zona linda para correr, fica perto do novo projeto de duas pessoas muito especiais, o Aires e o Luciano, que acabaram de abrir a SpotRun, uma loja onde podem encontrar imenso material de corrida, de trekking e até mesmo para ciclistas. Como não podia deixar de ser, oferecemos a todos os corredores que estiveram no treino vales de desconto para que possam comprar equipamento na SpotRun, que fica no número 15 da Rua Antero de Quental, na zona de Linda-a-Velha.
Este foi o primeiro treino que fiz com 33 anos e, a verdade é esta, sinto-me completamente rejuvenescida ao partilhar esta energia com todos estes IncríBeis. Somos cada vez mais a aparecer nos treinos, e nada me deixa mais feliz do que ver como esta família cresce a cada mês. Obrigada a todos, vocês são verdadeiramente IncríBeis.
Agora, estamos prontos para correr “a corrida mais bela do mundo” no Douro Vinhateiro. Vamos com tudo até cortar a meta.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Sábado, 23 de março, 7h30 da manhã. Estava tudo pronto para começar o meu dia com um treino longo. Tinha 32 quilómetros pela frente. O João Catalão estava ao meu lado e ia ser, mais uma vez, o meu parceiro nesta aventura. Partimos do Café In, em Belém, em direção à Fortaleza do Guincho e com objetivos muito bem delineados.
E com isto vocês pensam que é só enfiar as sapatilhas e começar a correr, mas, malta, um treino longo é bem mais do que isso, acreditem. Foi por isso que quis filmar este vídeo e, por isso, pedi ao Samuel e à Ana que estivessem connosco tanto neste dia como na véspera, para que vocês possam perceber como tudo aconteceu, desde o primeiro momento.
A véspera
Já há alguns dias que andava a sentir as pernas ligeiramente mais pesadas do que o normal. Não estava a perceber bem o que se passava e falei do assunto a várias pessoas e todas pensaram no mesmo: retenção de líquidos. Sabem aquela fase antes do período, a chamada TPM, em que começam a sentir-se mais inchadas e com umas sensações um bocado estranha no corpo? Era assim que eu estava. A própria Ana, que veio ter comigo mais cedo, olhou para as minhas pernas e perguntou “Belinha, mas que trambolhos são esses?”
A questão aqui é que, na verdade, não estava com a menstruação, e comecei a pensar que isto poderia ser outro problema qualquer. Nessa noite, antes de jantar, calcei as minhas meias de descanso a ver se ficava melhor. Mas eu tenho um problema pessoal, é que fico a remoer estes assuntos e até cheguei a dizer à minha grupeta que sabia que estava a falar demasiado nisto, mas estava mesmo preocupada, ainda por cima quando já tinha uma estratégia bem definida para o treino.
Bem, mas antes de vos contar como é que correu o meu treino, tenho de partilhar como foi a noite anterior. É que, como vos disse, tudo isto passa por muita estratégia e planeamento. Já tinha falado com o João e decidimos que, desta vez, íamos fazer um treino sem retorno, ou seja, partíamos num sítio e acabávamos noutro. Mas tudo isto envolve logística, claro, e aqui, como podem ver no vídeo que gravámos nessa noite, foi preciso estudar tudo muito bem.
Metemo-nos no carro e, depois de jantarmos no Alecrim aos Molhos, fomos meter águas em quatro pontos estratégicos: no Passeio Marítimo de Algés (onde fazem o NOS Alive), em Carcavelos, ali no estacionamento da Praia do Moinho, e depois da Casa da Guia.
Isto foi também uma forma de a Ana e o Samuel perceberem o nosso percurso e saberem onde é que deviam estar à nossa espera, porque a ideia era mesmo essa, eles estarem sempre por lá para nos darem águas. No entanto, se alguma coisa falhasse, as águas já lá estavam à nossa espera.
Depois, foi hora de voltar a casa, fazer o meu saco com a muda de roupa, a minha toalha (para depois do mergulho no mar, já lá vamos), a minha proteína, os meus géis e todas as outras coisas que vos mostro no vídeo.
Tudo pronto, estava na hora de dormir. Com tudo isto, acabei por me deitar um pouco mais tarde, o que não devia acontecer, mas nos dias antes consegui dormir as horas necessárias. Às vezes, no meu caso, sinto que dormir bem no dia anterior é importante e foi o que aconteceu.
A manhã
Acordámos eram 5h10, porque, como o treino começava às 7h30, tinha de garantir que tomava o pequeno-almoço duas horas antes. Assim, sabia que tinha tempo para ir, pelo menos, duas vezes à casa de banho, porque eu gosto de correr cheia de power, mas com a tripa limpinha.
Tomei um dos meus pequenos-almoços vencedores, como este que partilhei aqui no blog há tempos, e que também podem ver no vídeo abaixo. E como estas coisas nunca correm como queremos, tive um problema de última hora. É que na noite anterior tinha comprado bebida vegetal para fazer estas papas de arroz integral, mas deixei-a no carro do João. Tive de fazer tudo com água, mas ficou ótimo à mesma.
Depois, lá fui passear o Caju e beber o meu cafézinho, que é um ritual que cumpro sempre antes do treino, até mesmo antes de me encontrar com os meus IncríBeis. Café tomado, Caju passeado, estava na hora de rumar a Belém, e assim foi.
Assim que chegámos, comecei a notar que estava com vontade de ir à casa de banho, usando uma expressão lá do Norte, mudar a água às azeitonas. Não fui, embora tivéssemos parado uns minutos antes para ir, mas achava que conseguia aguentar o treino todo. Má ideia, Isabel Silva. Mas é assim que se aprende, não é verdade?
Parámos ao pé do Café In, equipei-me, calcei as minhas sapatilhas, amarrei o cabelo, sem esquecer da colocar vaselina na zona da axila, no peito e na virilha, para não assar. Começámos o aquecimento e, às 7h30, partimos junto ao rio. Eram 32 quilómetros, e estava tudo muito bem estudado na minha mente.
O treino
Como já vos disse, sentia as pernas um bocado pesadas e isso estava-me a preocupar, principalmente porque tinha a estratégia bem delineada. Queria ir a 4”45 nos primeiros 25 quilómetros e, a partir daí, fazer slipt negativo e it baixando gradualmente para os 4”30, 4”20, até aos 4”15.
Claro que isto me estava a stressar, mas se há coisa que aprendi enquanto corredora e maratonista, nas 6 maratonas que já corri, é que tenho de escutar o meu corpo. Uma coisa é saber que algo é psicológico, outra totalmente diferente é o corpo pedir-me para abrandar.
Neste dia, estava na dúvida, por isso achei melhor começar com uma cadência mais lenta, para ver como o corpo reagia. Se estivesse tudo bem, fazia aquilo que estava no meu plano. Caso contrário, tinha de mudar de estratégia. Estão a ver, malta? É preciso muito foco e força nessa hora.
Quando comecei a correr decidi também que não ia olhar para o relógio. Cada vez mais percebo que ir controlando tudo me desconcentra e, por consequência, a forma como corro. Percorri os primeiros dois quilómetros sem olhar, só mesmo a escutar o corpo, e a verdade é que, quando olhei, já perto do 3.º quilómetro, estava a 4”45, dentro do tempo que tinha estabelecido.
Aí deu-se o click. Isto é tudo psicológico. Estava a sentir-me bem, confortável, apesar das pernas inchadas, e estava ao ritmo que tinha de estar. Então, continuei com o meu plano, e lá fui, sempre super focada.
Claro que, nestas coisas, há sempre uma aventura. Lembram-se de ter dito que devia ter ido à casa de banho? Pois que, chegando à Praia do Moinho, ali em Carcavelos, tive de parar para ir fazer o meu xixi. Mas levei isto com muita calma e tranquilidade. Nada de stresse, cheguei, fui à casa de banho, ainda bebi água e continuei o meu caminho. Uma das coisas que me lembrei foi que, quando acordei, tinha bebido dois copos de água. Se calhar o melhor é começar a beber só um, para não ter estes deslizes. Estamos sempre a aprender.
O treino correu lindamente, passei por dois momentos mais desafiantes, o primeiro ali na zona da Baía de Cascais, onde há uma subida, e depois outra na Boca do Inferno. Mais uma vez, senti-me bem, e o importante nestes casos é não tentar acelerar, manter sempre o ritmo e respeitar o corpo.
Uma das coisas boas foi saber que em certos quilómetros tinha o Samuel e a Ana à minha espera, o que foi um grande incentivo para mim. Também tenho de agradecer a todos os ciclistas que passavam por mim, já me vão conhecendo dos treinos naquela zona e davam sempre uma força. Às vezes até me dizem, a brincar: “Isso está muito lento, Belinha”, como que a dar-me um boost de energia. É bom saber que se forma esta espécie de família e que, apesar de não praticarmos todos os mesmos desportos, temos em comum a energia que o treino na natureza nos dá.
Quando terminei, e podem ver esse momento no vídeo, sentia-me tão bem que achava que podia correr mais dois ou três quilómetros aquele ritmo. Nesta fase da preparação para a Maratona de Londres, que está quase aí, isto é ótimo para mim.
Depois do treino
Assim que cheguei, quis logo ir dar o meu mergulho no mar. Fomos até ao carro, rumámos a uma praia ali perto e entrei na água, sozinha, porque o João ia fazer uma massagem desportiva a seguir.
Desta vez demorei mais uns minutos e até cheguei a dizer ao Samuel que estava a entrar à patinho, mas foi ótimo para regenerar as minhas pernas, que tanto precisavam. E sabem que mais, malta? Não há nada melhor nesta vida do que acabar um treino, mergulhar no mar, alongar e sentar-me na areia a falar com o meu parceiro de corridas sobre tudo o que este treino significou para mim.
Falámos sobre o que correu bem, o que temos de melhorar, o que não podemos repetir e, no final, agradecer ao universo por este dia lindo, praticamente sem vento — coisa rara ali na zona do Guincho —e por me sentir saudável e com saúde.
No final de contas, e apesar de ter estado tão preocupada, estou muito feliz com este treino. Obrigada ao Samuel e à Ana por terem estado connosco neste momento. Obrigada ao João Catalão, meu parceiro nesta aventura e, acima de tudo, obrigada ao Universo, por me dar oportunidades tão únicas e especiais como esta e me dar saúde para continuar a partilhar com o mundo esta loucura saudável que sinto, que me alimenta e me faz querer continuar a viver feliz até ser bem velhinha.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Tudo o que faço na vida tem de ter um sentido. Gosto de entender o porquê das coisas. Porque é que aquilo aconteceu e o que posso fazer para no futuro melhorar algo que não correu tão bem. Colocar as coisas nesta perspetiva torna a palavra “errar” em algo bom, desde que exista uma reflexão. Errar, ou o “não correu como o esperado”, ajuda-me a ser melhor no futuro. O que não significa que no momento da derrota eu não sinta uma tristeza e desilusão profunda. Isso aconteceu na meia maratona de Praga.
E agora assim de repente, estou a lembrar-me do momento em que estava a 100 metros de cortar a meta, cheia de dores de burro, prestes a terminar a minha prova e vi no mostrador: 1h31’. A partir do quilómetro 15 deixei de olhar para o relógio. Apesar de ter uma ideia do meu tempo, aquém daquilo que eu queria , foi inevitável soltar um “dass”, bem alto, e ser invadida por um sentimento de frustração e tristeza.
Não era isto que estava no plano. Eu queria bater o meu record de 1h29’. E mais “dass” estava porque sentia-me tão capaz.
Estava pronta para começar a chorar um pouco (porque me alivia bastante, quer em momento de frustração, tristeza ou alegria extrema) quando um rapaz na casa dos 30, russo, começou “no paleio” comigo. Não me largou durante toda a prova. Não cheguei a perceber se tínhamos o mesmo ritmo ou se ele estava encantado com a minha charmosa e sensual passada de corredora. Pouco importava naquele momento, eu só queria que ele “desamparasse a loja”, principalmente quando me disse que, se calhar, eu não estava preparada para correr ao ritmo de 4’05’’ min/km.
Eh pá, mas vamos lá ver, com todo o respeito que eu tenho por toda a gente — e disse isto só para a minha consciência — “O que é que ele sabe da minha vida enquanto corredora? Quem é ele para me dizer se eu estou ou não capaz ou se eu fui ou não imprudente na minha prova?”
Tendo ele razão ou não, que por acaso, depois de muita reflexão cheguei à conclusão que não, só nós é que sabemos de que fibra é que somos feitos, nós é que sabemos daquilo que somos capazes, não é agora um rapaz, com quem acabei de trocar cinco minutos de conversa, e que não se expressava muito bem, que vem agora alimentar ainda mais a minha frustração. O que seria!
É que ainda bem que fomos interrompidos por uma menina que queria colocar-me a minha medalha ao peito. Despedi-me dele naquele exato momento.
“Isso, Isabel. A medalha é tua. Mais uma prova superada. Mesmo com os tais percalços fizeste uma média de 4:15 min/km e sentes que não esgotaste o tanque. Estás em Praga. Fisicamente sentes-te incríBel. E tudo isto que te aconteceu tem um propósito. Reflete sobre isso.”
Malta! E a partir do momento que este pensamento me veio à cabeça, já tudo me fez sentido outra vez. Correr também tem destes desafios. E eu já percebi que não posso deixar que a minha expectativa controle a minha prova. Na verdade eu até já sei isto tudo, mas, por vezes, não sei o que acontece. Deixo-me levar.
Há muito tempo que não criava uma expectativa de tempo para uma Meia Maratona. Aliás, deixem-me até confessar-vos que foi a primeira vez, à séria, que fui focada no recorde. E agora pergunto-me: “Para quê, Isabel? Porque é que exiges tanto de ti?”, eu não exijo, mas às vezes também tenho de me obrigar a sair da zona de conforto para descobrir o que está do outro lado da linha. Imagina se corria bem? Era o “fim do mundo em cuecas”. Se estou capaz de melhorar? Claro que sim. E esta experiência vai ajudar-me a chegar lá.
Mas porque é que querias melhorar a tua marca nesta prova?
Em primeiro lugar porque, e é mesmo verdade, eu não corro para bater recordes. Ter constantemente esse sentimento de desafio ou mesmo “obrigação” cria uma ansiedade e um nervosismo na minha alma que me faz perder todo o encanto que a corrida tem para mim.
Correr ansiosa tira-me o prazer da corrida. Não vejo nada à minha volta, não sinto o calor das pessoas, não desfruto das músicas ao longo da corrida e vou tão focada no ritmo do relógio que, por vezes, paro de escutar o meu corpo e, aí sim, distraio-me do meu propósito — o meu bem estar.
Mas, por outro lado, desafiar a mente também nos faz bem. Não gosto que me pressionem, tenho um sentimento de liberdade muito apurado e odeio que queiram mandar em mim, mas não deixa de ser positivo criar metas e, de uma forma saudável, competir com mente.
Correr uma meia maratona a ritmo competitivo, na preparação de uma Maratona, é algo que, como vocês sabem, eu gosto de fazer. Mas desta vez, mesmo estando a caminho da Maratona de Londres — saibam mais sobre este desafio aqui — quis fazer o meu melhor tempo aos 21 quilómetros. Simplesmente porque sentia-me capaz. Não basta querer, é preciso trabalhar nesse desejo. E eu fiz isso tudo. Então vamos a isso.
Acredito que muitos que estão a ler este texto até podem achar que estou a dar demasiada importância a esta prova, mas também sei que muitos outros se identificam com o que estou a escrever. Às vezes, criar estes pequenos compromissos ajuda-nos a superar metas fora da nossa vida desportiva.
Há malta que corre só para chegar ao fim; outros correm para melhorar o tempo; e tantos outros correm só para bater recordes; e depois há aqueles que misturam tudo isto. Eu desta vez escolhi a terceira opção.
Não ter baixado a 1h29’ não significa que não esteja em boa forma e no bom caminho para a Maratona de Londres, mas aqui a questão não era essa, entendem? Era uma espécie de aposta comigo própria. E este meu falhanço na conquista do meu melhor tempo à meia foi um excelente “abre olhos” para privilegiar aquilo que é o meu ponto forte nas Maratonas: correr com prudência e no ritmo estipulado porque tenho tempo de soltar o touro a partir do quilómetro 30.
O que falhou, afinal?
Ainda hoje penso nas razões e acredito que quando correr a próxima Meia Maratona já vou conseguir ter certezas quanto ao que falhou — simplesmente porque vou tentar não repetir.
Fiz tudo aquilo que considero fundamental para o meu bem-estar até ao tiro de partida:
Hidratei-me muito bem nos quatro dias antes da prova;
Dormi as horas necessárias;
Respeitei o descanso e o ritmo dos treinos na semana anterior;
Tive uma alimentação adequada;
Não falhei com o meu Urbano. Não sabes quem é? Então espreita aqui o vídeo das melhores esfregas da minha vida;
Tomei o pequeno-almoço na hora certa;
Fui as tais quatro vezes à casa de banho “limpar a tripa”.
Então?!
Em primeiro lugar, e já aqui referi, embora não seja a principal razão, a ligeira ansiedade prejudicou o meu ritmo. Estive mais preocupada em olhar para o relógio do que escutar as sensações do meu corpo. Com isso esqueci-me de ir buscar a energia dos apoiantes, de desfrutar da maravilhosa paisagem da cidade de Praga e de estar em paz e plena na minha bolha.
Sentia-me confortável no ritmo de Meia Maratona, mas estava stressada. “Para quê?”
Eh pá, não sei, é o que é. Naquela altura estava focada no meu objetivo. Na verdade, esqueci-me, naquele momento, que o meu grande objetivo é estar sempre feliz e plena a correr, apesar do desafio. Esqueci-me desse detalhe. E fiz merda.
Em segundo lugar, e por consequência, o meu ritmo, ligeiramente mais rápido do que o meu objetivo inicial, obrigava-me a estar mais concentrada na minha respiração.
O plano era começar a 4’10’’ min/km. A partir do quilómetro 16, se me sentisse bem, aumentava gradualmente a velocidade até 3:58 min/km. Na verdade, comecei a 4:05 min/km. E eu aceito que o ritmo deveria ter sido o estipulado, mas sentia-me bem e capaz.
Há momentos da nossa vida que, se temos a vontade, devemos arriscar. E eu decidi manter-me naquele ritmo. Teria sido imprudente que a minha quebra ao quilómetro 15 fosse fruto de algum cansaço de quem começou além do que conseguia (como me disse o tal russo). Só que não. Eu abrandei a partir dali porque fui invadida por uma imbatível dor de burro. Igual à dor que senti quando corri a Maratona de Sevilha há dois anos — recorda aqui a minha aventura.
É uma dor que começa do lado direito da barriga, ali bem juntinho à anca e que vai subindo até ao peito e depois ainda fica mais evidente no ombro. Não sei se já sentiram isto mas é só terrível. Para essa dor desaparecer tinha de parar — e isso nem pensar — ou abrandar para a dor diminuir.
Eu já conheço a sacana da dor. E sabem porque é que ela também apareceu? Porque um minuto antes eu tomei meio gel e não bebi água para “o empurrar”.
Curioso que, quando partilhei no meu Instagram a minha experiência sobre a Meia Maratona, falei deste tema do gel e, logo de seguida, recebi uma mensagem de uma seguidora, chamada Filipa Fernandes. Admira o pai pelo seu espÍrito de maratonista e chora de orgulho pelo seu amor e dedicação às corridas. A mensagem que eu recebi fez-me sentido:
“Quanto ao gel, pela alta concentração que tem de glicose e iões, quando chega ao estômago tem de ser diluído, caso contrário o organismo vai buscar água ao meio menos concentrado para o diluir, logo o gel não é absorvido”
Ora bem! E eu não bebi água. E depois de refletir neste tema também cheguei à conclusão de que, de todas a vezes que bebo gel sem água, a sensação não é a melhor.
Não via nada — qual paisagem, apoiantes e voluntários. Eu só tinha vontade de desistir. Ainda por cima, pessoal, o russo não me largava. Também ele abrandou o ritmo. Ele no final, depois de eu lhe dar muitos minutos de silêncio, disse-me: “bom…. vou ter com a minha mulher.” Sabem que mais? Ele deve pensar que eu não sei nada disto. O que ele queria sabia eu. Ou não.
“Aguenta Isabel. Agora o teu objetivo é simplesmente não andar e terminar a meta a correr, ainda que lento”, e assim foi até cruzar a meta, nada ofegante ou mesmo cansada, simplesmente aborrecida. E aborrecida por estar aborrecida.
O Rui Geraldes chegou nos minutos seguintes e era só gritante as diferenças de estado de espírito de cada um. O Rui está sempre bem. Mesmo quando as coisas não correm bem, ele privilegia sempre a experiência de estarmos todos juntos numa cidade diferente. E isso é incrível.
Gosto muito dele. Dele e do João. São como irmãos para mim. Estamos sempre juntos nestas aventuras das Maratonas. Mas a verdade é esta: o Rui não vai à Maratona de Londres, e o Rui foi correr sem um objetivo, apenas para desfrutar e correr de acordo com as sensações.
O meu caso era diferente, portanto, sinto-me no direito de respeitar o meu estado de espírito e permitir-me a viver o meu momento de tristeza. Aliás, acho mesmo importante esta permissão e não ter receio ou medo de mostrar uma fraqueza. É simplesmente uma condição nossa e encará-la de frente só nos torna mais fortes. Mas só depois, porque agora vou deprimir!
O João Catalão bateu o seu recorde pessoal com 1h15’ e uns pózinhos. E tudo correu como o previsto. As minhas queixas não foram as dele. Ele foi mais prudente e consciente do que eu. Na verdade, eu acho mesmo que deveria de ter começado a 4’10’’ min/km. Sabem porquê? Estaria menos ansiosa e controlaria melhor a minha respiração.
Estas experiências fascinam-me. Nenhuma corrida é igual à outra e em todas aprendemos algo. E nesta eu percebi claramente que, apesar de já ter corrido mais de 15 meias maratonas e 6 maratonas, ainda não tenho maturidade — e maturidade não é o mesmo que capacidade — suficiente para correr a 4’05’’ ou 4’10’’ min/km durante longas distâncias como neste caso, numa prova de 21 km. Tudo porque entro em stresse. Ainda não sei andar nisto a 100%.
Mas são estes desafios e aprendizagens que me dão motivação para continuar a correr. Quero correr sempre feliz, seja para bater recordes ou simplesmente para desfrutar, e para isso tenho de estar atenta aos meus sinais. Estou nesta vida com o propósito de aprender. Aprender comigo, com os outros e com as experiências que a vida me coloca. E isto que me alimenta e dá sentido ao meu conceito de felicidade. Ser feliz só dá trabalho se não quisermos escutar os sinais que o corpo e a mente nos dão.
Hoje estou feliz. Corri a Meia Maratona de Praga e ainda fiz 1h31’. Não terminei desgastada e isso só prova que estou em condições para desfrutar dos 42.195m da Maratona de Londres. Este é o meu grande objetivo. Praga era o teste para perceber o meu tempo à Maratona.
E depois disto, a sete dias da prova, só tenho a dizer que o meu treino está feito. Cumpri com o calendário. Agora, como diz o João Catalão, “se o melão vai estar em condições para o comermos? Isso só vais saber quando o partires ao meio”.
Vamos a isso. É uma Major, caraças! E eu vou lá estar! Que sorte a minha!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Falta pouco mais de uma semana para realizar um dos meus grandes objetivos de 2019, correr a minha terceira major. Vou correr a Maratona de Londres — recordem o artigo onde falei deste desafio aqui — a 28 de abril mas sabia que, antes disso, tinha de receber as boas energias dos meus IncríBeis.
Ando a preparar-me desde janeiro para esta prova e tudo isto implica muita concentração e um plano de treinos muito definido. Neste momento, estou na fase de tappering, em que reduzo a carga e intensidade de treinos e estou a privilegiar o descanso e a recuperação muscular. Está tudo a correr dentro dos conformes, mas dei por mim a pensar “o que seria ir para Londres sem treinar com Os IncríBeis”. Comecei logo a preparar tudo para o nosso treino, que tinha de ser especial, não é verdade?
Como há muita gente que acompanha os meus treinos no Instagram — podem ver tudo aqui — e nos treinos dos IncríBeis havia sempre quem perguntasse “Isabel, e para quando um mergulho no mar?”, não foi difícil arranjar uma forma de este treino ser diferente de todos os outros que fizemos até hoje. É que, depois de termos corrido os nossos 10 quilómetros, convidei todos os meus corredores a darem um mergulho comigo na Praia de Paço de Arcos.
É certo que, neste dia, o tempo não estava a colaborar connosco, e no caminho até começou a chover, mas não foi isso que demoveu os corredores. Estavam cerca de 50 pessoas à espera em Paço de Arcos neste que foi o primeiro treino fora do centro de Lisboa.
No final, além do nosso mergulho, ainda ofereci a toda a gente umas toalhas de ginásio da New Balance vermelhas, para combinar com a nossa Incríbel T-shirt de corrida. Quem também não faltou ao treino, foi a Acqualive, que está sempre presente nestes momentos para que toda a gente se hidrate depois do treino. Tive ainda umas barras do Natural Crave, que o Tiago, um dos sócios, trouxe. Estas barras são mesmo espetaculares, de tal maneira que nem as conseguir fotografar, porque desapareceram logo todas. Mas podem encontrá-las aqui, no site do Natural Crave.
Aqui, o mais importante nem foi o mergulho que demos nem as toalhas que levei para todos mas sim o capital humano. É bom sentir que vocês me acompanham e que tenho o vosso apoio e estima. Para mim, é essencial estar com pessoas que me querem bem e este treino vai dar-me outro ânimo para a Maratona. Quando estiver a correr, vou certamente lembrar-me deste treino e isso vai dar-me um boost extra para correr com muita alegria e adrenalina.
Correr é muito isto, malta. É olharmos à nossa volta e vermos pessoas a correrem a 4’30, a 5’ ou até mesmo a 6’ quilómetros por minuto. É ver que há quem se junte a nós só para fazer uma caminhada de cinco quilómetros e até quem comece connosco e acabe a fazer um treino mais longo, além dos 10. Esta é a base, mas o mais importante é que vocês venham ter comigo para termos uma manhã bem passada ar ar livre, seja a correr ou a caminhar. Importa que, no final, percebam como é bom praticarmos desporto ao ar livre e estarmos na natureza.
Neste treino estiveram também duas jornalistas da “Women’s Health”, que se juntaram a nós para o treino e deixaram-se contagiar por esta energia. Cheira-me que nos próximos treinos elas vão lá estar novamente. Pelo menos, foi o que me disseram.
Malta, obrigada a todos. A vossa energia vem comigo para Londres e não podia estar mais feliz. Se quiserem partilhar as fotos do treino não se esqueçam, usem a #OsIncríBeis.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
O Running Espinho — podem seguir no Facebook aqui e ver o site aqui — tem um lugar muito especial no meu coração, pelos mais diversos motivos. Um deles é pelo facto de um dos responsáveis pela organização ser o Mário Rui, o meu primo. Ele organizou este grupo com alguns dos seus parceiros de corrida já há uns anos porque não existia nada do género nesta zona e, por isso, desde o início que assisti ao crescimento do Running Espinho, apesar de viver em Lisboa.
Os treinos acontecem às terças-feiras, pelas 21 horas, e o ponto de encontro é sempre o mesmo, em frente à Câmara Municipal de Espinho. Faça chuva, vento ou frio, os runners estão sempre lá, e já me juntei a eles algumas vezes para uns treinos especiais que fomos marcando ao fim de semana, quando ia ao norte visitar a minha família. A verdade é esta, Espinho é como se fosse a minha segunda terra, e o Running Espinho é já uma família para mim.
Sendo este grupo como uma família para mim, é com enorme prazer que vejo a qualidade destes corredores e que partilho com eles esta alegria que é correr. A energia do norte sente-se ali e quando há um encontro com este grupo o objetivo não é só correr, é conviver, é partilhar as boas energias, falar de experiências, oportunidades e novidades.
E foi mesmo uma grande novidade que o meu primo partilhou comigo no verão passado. Reunimos num dos fins de semana que estive no norte e ele disse-me que, pela primeira vez, ia existir uma corrida organizada pelo Running Espinho: a Corrida Milionária. E porquê milionária? Porque todos os que correrem estes 10 quilómetros vão estar habilitados a ganhar prémios, independentemente de serem ou não os mais rápidos a cortar a mete.
A corrida acontece a 27 de julho às 19 horas, em Espinho — podem saber tudo e inscrever-se aqui — e existem vários prémios, desde sapatilhas, cabazes de produtos saudáveis, cupões de descontos e até mesmo um pack de 40 paletes de garrafas de água. Entre eles há também um prémio muito especial, até porque eu vou ser madrinha desta corrida e, portanto, qualquer um de vocês pode habilitar-se a ganhar o prémio Isabel Silva. Querem saber o que está neste prémio, não é verdade? Então para isso vão ter de juntar-se a nós nesta corrida, porque este prémio vai ser uma surpresa minha para vocês. Mas podem estar descansados, porque tudo o que lá vão encontrar está relacionado comigo, com o meu universo e tem o meu ADN.
Portanto já sabem, malta, inscrevam-se e juntem-se a nós para esta corrida. A prova acontece ao final do dia, o que é ótimo nos dias de verão, porque fica mais fresquinho. Além disso, o percurso é feito quase todo à beira-mar e, garanto-vos, depois de correrem nesta zona não vão conseguir ficar indiferentes à magia desta cidade.
Quem não quiser correr também está convidado a aparecer, claro, e a juntar-se a nós para fazer uma caminhada de cinco quilómetros, também junto ao mar. Podem saber todas as informações aqui, no site da Corrida Milionária.
Quero muito agradecer ao meu primo Mário Rui e ao Running Espinho por esta oportunidade. É uma honra ser madrinha desta que é a primeira corrida organizada por este grupo de que gosto tanto. E parabéns também à Câmara Municipal de Espinho, por apoiar esta iniciativa e perceber que é também na corrida que se promove a cultura e o turismo da região.
Vejo-vos por lá? São só 10 quilómetros, e é num sítio tão bonito que, quando derem por vocês, já estão a cortar a meta. Venham à Corrida Milionária!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Sempre fui daquelas pessoas que adoram misturar estilos de roupa. Usar um vestido com umas sapatilhas, T-shirts básicas com um blazer ou, como aconteceu com este look, usar uma T-shirt e umas sapatilhas de um estilo mais desportivo com umas calças clássicas.
Acima de tudo, gosto de me sentir confortável e bem comigo mesma e este look é um dos meus favoritos de sempre porque me sinto mesmo muito bem com ele. As calças foram oferecidas pela minha mãe, e se me seguem há algum tempo sabem o quanto confio no gosto da Dona Lola para estas coisas.
Além de terem sido umas calças oferecidas pela minha mãe, são daqueles modelos que eu adoro, de cinta subida e ligeiramente mais curtas. Têm um corte assim parecido aquelas que vos mostrei naquele look monocromático castanho — podem ver aqui —, que fazem com que a minha perna pareça mais comprida, o que é ótimo para mulheres baixinhas, como é o meu caso.
Quanto à T-shirt, faz parte da nova coleção da New Balance e, meninas, escusam de ir à procura dela na secção de mulher. Esta faz parte da coleção de homem — podem encontrar aqui — e adoro-a precisamente porque dá um ar oversized e super descontraído a este look. Além disso, esta T-shirt tem um pormenor de que gosto muito, que é esta homenagem a um dos modelos de sapatilhas mais icónicos de sempre: as 990, que foram evoluindo ao longo dos anos e ainda encontram à venda.
Claro que um look desportivo não podia ficar completo sem umas sapatilhas, não é verdade? Estas são as 247, o mesmo modelo que usei com o meu look de Natal — vejam aqui —, mas estas são em azul. São das mais confortáveis que tenho e gostei tanto das cor de rosa que tive de arranjar mais umas para a minha coleção.
E num look destes, tão simples e descontraído, nada melhor do que um penteado bem simples, mas com um ar arranjadinho, como um rabo de cavalo. Mais uma vez, a minha repa fica em destaque. Estou completamente fascinada com ela e acho que, tão cedo, não mudo de visual.
E vocês, também gostam de looks descontraídos como este?
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Seja como for, a verdade é esta: sou louca por doces e, por minha vontade, comia um a cada refeição. Mas como sei que essa não é a solução mais saudável para o meu organismo, ando sempre a tentar encontrar soluções mais saudáveis mas igualmente deliciosas.
Como vocês também já devem saber, eu aceitei o desafio do Million Dollar Vegan e, até à quaresma, estou a seguir uma dieta 100% vegana — podem ler sobre o desafio aqui — o que, para mim, não um desafio assim tão grande. Ou não era, até chegar a altura de me apetecer comer um doce.
Ainda há uns dias fui jantar com uns amigos ao Este/Oeste, ali no CCB, em Belém. Adoro a comida deles mas as sobremesas são a minha perdição, principalmente a mousse de oreo e o tiramisu deles, que são maravilhosos. Problema: durante a Quaresma vegana não há leite, nem ovos, nem natas para ninguém e, por isso, tive de aguentar e não comi nem um pedacinho. É tudo uma questão de foco, malta.
No entanto, isto não quer dizer que passe estes 40 dias sem comer sobremesas, até porque há dias em que a pessoa não consegue mesmo evitar comer um doce. Foi por isso que, da última vez que estive com a Inês Simas — podem ver o Instagram dela aqui —, do The Cru, ela me ensinou a fazer uma sobremesa do último livro dela, o “Cru Bowls”, que é deliciosa, saudável e vegana. A melhor parte de tudo isto é que esta sobremesa demora apenas um minuto e meio a fazer. O que é que podemos pedir mais, certo?
Os ingredientes são muito acessíveis e só precisam de ter um processador de alimentos, mandar tudo lá para dentro, triturar e está pronto. Se quiserem, podem sempre fazer o topping que a Inês sugere — é ótimo e os sabores combinam lindamente —, mas vai demorar mais uns minutos até ficar pronta.
É uma ótima sugestão para aqueles jantares de amigos em que não querem passar imenso tempo na cozinha. Uma sugestão, pessoa, sirvam esta sobremesa mas não digam que é vegana. Vão ver que ninguém vai desconfiar.
Ingredientes:
— Uma chávena de cajus (previamente demolhadas entre quatro e seis horas) — Um abacate — Meia manga (madura) — Sumo de duas laranjas — Raspas de uma laranja — Cinco folhas de hortelã — Uma colher de sopa de óleo de coco — Uma pitada de flor de sal
Para o topping:
— Dez pistácios — Uma colher de sopa de sumo de laranja — Uma colher de chá de geleia de agave — Raspas de meia laranja
Preparação:
Colocar o abacate, a manga, os cajus, o óleo de coco, as folhas de hortelã, o sumo e as raspas numa liquidificadora e triturar durante 30 segundos.
Quando a mistura estiver cremosa e homogénea, retirar e servir em taças pequeninas ou numa grande. Para ficar mais fresco, pode ser posto no frigorífico até à hora de servir.
Para a cobertura, envolver os pistácios no sumo de laranja e na geleia de agave. Saltear cerca de dois minutos num frigideira e reservar até arrefecer. Quando estiver mais fresco, deitar por cima da mousse e servir.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.