Adoro comer e adoro planear aquilo que vou comer ao longo do meu dia. E adoro mais ainda dizer coisas ao mundo. Por isso mesmo, este entusiasmo só faz sentido por saber que o vou partilhar de uma forma profundamente honesta, genuína e sem truques: aqui vão ver tudo aquilo que eu como num dia.
Há dias com disciplina. Há dias com momentos gulosos. E depois há aqueles dias do “eu quero lá saber — eu corro, eu posso”. Entendem, não é?
Não somos máquinas. Somos pessoas e comer é um prazer e traz-me muita felicidade. Só precisamos de equilíbrio. E eu acho que sou equilibrada. Espreitem e digam de vossa justiça. Mas acima de tudo, divirtam-se!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
N’Os IncríBeis não vamos correr uns contra os outros, não vamos treinar, vamos viver uma experiência juntos, vamo-nos conhecer, vamo-nos rir, vamos dar abraços e também vamos dar uma corridinha, porque também é para isso que vamos estar ali.
Como cada pessoa tem uma preparação física diferente, ritmos de corrida diferentes e metas a atingir diferentes, temos gente a acompanhar os IncríBeis que quiserem ir mais rápido ou mais devagar. O mais importante destas manhãs é mesmo a promoção do bem-estar, o convívio. O que realmente importa é assumirmos o compromisso e sentirmo-nos IncríBeis. E para mim esta sensação existe pelo facto de ter um objetivo simples logo pela manhã: ver o dia a nascer a fazer uma das coisas que mais amo, e na melhor companhia.
Tudo isto aconteceu no passado sábado, dia 6 de outubro, o dia em que nasceu o novo grupo de corrida do País, um grupo de gente IncríBel que corre ou quer começar a correr pela sua saúde, pelo bem-estar que a corrida gera em nós ou porque gosta de conviver com gente que está na mesma onda.
No primeiro dia, houve quatro pacers, ou seja, quatro pessoas escolhidas por mim para acompanhar os corredores a diferentes ritmos. Um foi a 4’30’’, outro a 5’00’’, outro a 5’30’’ e o último a 6’00’’. Para quem desconhece esta linguagem, basicamente, significa que cada um levou quatro minutos e meio, cinco, cinco e meio ou seis a correr um quilómetro.
Eu fui a pacer que levou os corredores a uma média de 5’00’’. Quem veio comigo entendeu bem aquilo que me move e como absorvo a energia do dia… que acabou de nascer.
O ponto de encontro foi a Torre Vasco da Gama, no Parque das Nações. Combinámos às oito da manhã, e, só por isso, achei que poderia aparecer muito pouca gente. Quando percebi que éramos mais de 50, fiquei mesmo muito feliz. Senti-me tão luminosa. Lá partimos, ninguém desistiu, sinto que toda a gente viveu uma experiência diferente e que soube tirar partido daquela manhã de sábado, que sinto que foi muito agradável para todos. Estou profundamente grata pelo vosso amor à corrida, ao exercício, mas também aos que me disseram que vieram pela minha energia. Muito obrigado.
Acabei por passar o resto do dia a trabalhar — aliás, desde a Maratona de Berlim que não tenho parado para ter tempo para mim. Mas naquele dia valeu-me a corrida. Foi o meu escape, a minha luz. E isso devo-o, sobretudo, a vocês.
Fica aqui a minha partilha desta linda manhã de 6 de Outubro. Para aqueles que não puderam ir, não se preocupem: em breve anuncio o próximo encontro dos IncríBeis. Podem deixar-me sugestões de dias, horas, locais e quilómetros que devemos fazer, porque este grupo não é meu, é nosso.
Quanto aos abastecimentos, não se preocupem: água alcalina estará sempre disponível.
Espreitem as fotos que tirámos no dia da corrida. Compartilhem:
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Quem leu os três primeiros textos desta minha aventura em Berlim pode até achar que me sentia triste ou desmotivada, porque as coisas não estavam a correr como eu queria ou imaginava que iriam correr. Mas não. Estava profundamente feliz. E essa felicidade conquistei-a com a minha experiência nas cinco maratonas que já tinha corrido. Independentemente de sentir que não é o meu dia para bater recordes, ou de sentir alguma dor, o que realmente importa é simples: estava em Berlim, pronta para correr uma das maratonas mais importantes do Mundo. O universo quis que eu estivesse ali, e para mim tudo isto tem um sentido. “Desfruta, Isabel”, foi o que senti.
Foi por isso que durante os 42,195 km, vivi cada passada, escutei os aplausos, vibrei com a música, sorri para o público, interiorizei as frases de incentivo e deixei o sol bater-me na cara. É só isso, minha gente! E ainda por cima sabia que tinha a minha mãe a “olhar por mim”.
Ao contrário de todas as outras provas, o meu desafio foi manter o foco. Se repararem bem, em todas as fotografias da maratona eu estive sempre “a mandar o sorriso”. Motiva-me saber que está um fotógrafo à espera da melhor postura para sacar a bela da fotografia.
A verdade é que corri vibrante, mas distraída. Cada um tem os seus objetivos e certamente que uns correm para bater recordes, outros correm simplesmente para levar a medalha para casa. No meu caso, sinto que estou no meio destes dois grupos: corro para conquistar medalhas, para me superar, mas também gosto de ultrapassar os meus limites. Trouxe a medalha para casa e superei-me. Cumpri o objetivo. Mas não melhorei o meu tempo. Tudo bem, “não era o dia”.
A corrida começou bem. Até à Meia Maratona sentia-me forte, embora com algum receio, porque achei que poderia estar a ir demasiado rápido. Ao longo de três quilómetros, antes das meia maratona, corri a uma média de 4’15’’. Muito arriscado, eu sei. Mas quis correr esse risco. Foi exatamente aqui, a meio da prova, que eu vi a minha mãe, a Gabriela e uma amiga minha, a Marta Candeias, a vibrarem e a gritarem por mim, com uma bandeira de Portugal tão grande que era impossível alguém ficar indiferente.
Foi um momento tão bonito. Vou guardar para sempre no meu coração. Ganhei uma força imensa.
Tudo aconteceu em segundos. Passei pela mãe, sorri, dei-lhe um “give me 5” e continuei a correr. Durante um quilómetro, chorei. Estava tão feliz que tinha de libertar aquela energia para algum lado. Chorar faz-me bem. Alivia-me. E foi graças a esses momento que soltei toda a emoção da prova e me comecei a focar. Eu sabia, porque me bateu isso na consciência, que embora estivesse bem iria quebrar mais cedo do que devia. Estava em ligeiro esforço quando devia estar bem. Mas na altura só pensei: “Termina bem, Isabel. Tens à tua mãe na meta à tua espera”.
E assim foi. Baixei para 4’40’’ min/km e segui. Estava calor, não foi nada fácil. O pior de tudo foram mesmo os abastecimentos; raramente conseguia apanhar um copo de água em movimento. Em todos os abastecimento, principalmente a partir do quilometro 25, tinha de abrandar, ao ponto de parar para beber água. Esta quebra de ritmo prejudicou a minha performance. Parar e voltar a 4’40’’ parecia uma missão quase impossível. Mas segui. Sem pensar no fim. Meditei. Foquei-me no presente. Este exercício que eu faço sempre que corro dá-me equilíbrio e força para os meus dias. É quase uma formula, um elixir mágico que descobri para controlar a minha ansiedade. A verdade é que pratico muito esta postura ao longo do meu dia (mesmo quando não corro) e resulta. Relaxa. Calma. Tu vais conseguir. Só tens de continuar assim.
Vi o Rui Catalão à minha frente ao quilómetro 40. Fiquei tão feliz de o ver ali tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Queria muito ir para a beira dele, mas isso implicava aumentar a velocidade e, naquela fase, era para esquecer. Não estava capaz para fazer um split negativo. Mas logo ali criei um objetivo: não o perder de vista! Passei a Porta de Brandemburgo com uma adrenalina! Ai não!
Até à meta eram só mais 300 metros. Que pareciam 300 quilómetros. Mas continuei no foco até chegar à beira da minha medalha. Vi logo de seguida o Rui. Gritei por ele. Abracei-o e chorei muito. Lembro-me de lhe dizer: “Estou tão empenada. Vamos buscar a medalha e tirar a nossa chapa”. Aqui está ela.
Esta bandeira foi a Gabriela que me deu. Guardei no bolso do meu calção para cortar a meta com ela levantada. E sabem o que aconteceu? Esqueci-me!! Esqueci-me de correr com ela nos últimos 300 metros, como fiz na Maratona de Sevilha (podem ver a foto aqui). Percebem quando digo que ando distraída?
Uma medalha muito especial. Por tudo o que contei aqui mas também porque foi neste dia que o incríBel Eliud Kipchoge bateu o recorde do mundo da Maratona. O maior maratonista da atualidade correu 42,195 km em 2h01’40”. Caraças! Isto é outro Campeonato!!
Todas as Maratonas pedem um balanço. E esse eu não o faço logo a seguir à prova. Nem mesmo no dia seguinte. Vou fazendo ao longo dos dias e das semanas. E ainda bem que só hoje termino de escrever este artigo. Deu-me tempo para refletir e pensar em tudo o que correu bem, menos bem, o que quero repetir e o que vou evitar. Treinar bem, sim. Respeitar mais as fases de descanso, sim. Privilegiar cada vez mais as horas de sono, sim. Gerir melhor a minha ansiedade e stress, sim. Manter-me focada, feliz e vibrante, sempre.
Hoje sou uma maratonista mais experiente. Tiro grandes lições destas aventuras — durante a preparação e no próprio dia da prova — e são essas lições que tenho em conta e me fazem encarar as próximas de um jeito cada vez mais pleno.
Quando me perguntam: “Queres continuar a correr Maratonas?”, eu respondo: “Para o resto da minha vida”
Ok. Estou no caminho certo. Em 2019 há mais. Agora quero correr, mas com muitas sopas e descanso.
Podem ver o dia 3, o dia 2 e o dia 1: assim, ficam a par de toda a experiência!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Um dos meus barómetros para perceber se uma corrida me vai correr como estava à espera é o meu estado de espírito ao acordar. Chegou o meu dia D, o da Maratona. O meu telefone tocou, olhei para ele e ele disse-me: “Levanta-te e vai correr a Maratona”. Eu li isso, mas não senti “a cena”. Apesar de estar tranquila com aquela sensação, parece que eu sabia que ia ter de mudar a minha estratégia a meio do percurso. Mas porque é que senti isso? Eu explico, mas vou ter de recuar no tempo, aos dias da minha preparação.
Eu sou aquela atleta que gosta de desafios, de sair da zona de conforto, mas, como em tudo na vida, vou sempre com cautela. Acho que tem muito a ver com o meu signo — sou Touro. Os touros gostam de saber aquilo que estão a pisar, gostam de rotinas e não arriscam muito. Eu por acaso sou de arriscar, mas corro riscos calculados. Sempre fui assim, na vida e na preparação para as provas.
A meio da minha preparação para esta maratona, ali entre meados de Julho e início de Agosto, sentia-me muito bem, forte, ágil, veloz e confiante. Tanto o João, que é osteopata, como o Urbano e o Alcídio, que foram os meus massagistas, diziam-me que eu devia“arriscar mais”, que não devia ter medo de começar ligeiramente mais rápido. Isso fazia sentido, até porque sabia que a Maratona de Berlim é muito plana, e isso poderia permitir-me desafiar a minha mente logo no tiro de partida.
O que importa é o nosso estado de espírito
Aprendi com esta maratona que mais importante do que o percurso, a temperatura, as subidas, é o nosso estado de espírito, a forma como nos sentimos, as sensações que temos. A Maratona de Roma era bastante desafiante — com muitas curvas e empedrado — e foi a que melhor me correu. Porquê? Porque eu tinha a cabeça completamente limpa.
“Tu podes perfeitamente começar a 4’27’’ e manter esse ritmo até ao km 38. Depois, se vires que estás bem, aumentas ligeiramente”, dizia-me o João Catalão, de forma clara e assertiva. Eu valorizo muito a opinião dele, e ele conhece-me bem, porque treina comigo, mas só eu, só mesmo eu é que sabia como tinham sido os meus últimos 15 dias. E eu sabia também que não estava capaz de começar tão rápido. Sabem porquê? Porque eu tinha dúvidas sobre se estava ou não capaz. E quando tem dúvidas, a Isabel não arrisca. Para já, sou assim. Daqui a uns anos logo se vê.
Foi por isto que quando o telefone me disse “Levanta-te e vai correr a maratona” eu tive as minhas dúvidas. Mas levantei-me, comi as minhas incríBeis papas de arroz integral (podem ver a receita aqui), vesti-me e arranquei até à Porta de Brandemburgo.
Como é habitual, lá fui eu para a fila da casa de banho, deitar para fora aquilo que não podia vir comigo. E assim foi. É também por isto que eu gosto de ir sempre para a zona da partida umas duas horas antes do início da corrida, para poder fazer tudo com calma.
Comi a banana, deixei o saco no bengaleiro e lá fui eu para o bloco D, onde ficaram os atletas que estimavam correr a prova entre as 3h e as 3h15. Foi aqui que nos separámos, eu, o João, o Rui e o Ricardo, porque ficámos todos em blocos diferentes. Estávamos todos nervosos mas felizes… é um misto de sensações difícil de descrever. Há receios, mas muita adrenalina, vontade de ir com tudo, mas uma cabeça que nos diz para irmos com calma.
Já no meu bloco de partida, cruzei-me com um português, emigrante na Suíça, que me disse: “Isabel, não acredito que te encontrei aqui. Acompanhei todos os teus treinos. Vais fazer seguramente três horas e cinco minutos. Esta vai ser a minha primeira Maratona, conto terminar em três horas”.
É absolutamente maravilhoso sentir o carinho e o apego de alguém que tu não conheço, e saber que é uma coisa genuína. Mas olhem só o tempo que ele disse que eu ia fazer, malta. Uma coisa que tenho aprendido nas provas é refletir sobre aquilo que realmente importa. E o que realmente importa é sentires-te conectado com o teu corpo e feliz porque vais correr. Depois disso penso no meu foco. E só depois penso na competição. E essa é sempre comigo, e não com os outros. Nunca gostei de competir. Gosto de me superar, o que é bem diferente.
Adorava saber se ele terminou em três horas. Espero que tenha concretizado os objetivos. Mas também queria dizer-vos que quando corremos uma maratona pela primeira vez, o importante é mesmo terminar bem. Nunca o nosso corpo passou por um desgaste tão grande, nunca foi obrigado a correr tantos quilómetros, vai enfrentar o desconhecido, por muito que nos tenhamos preparado. Quando não criamos uma expectativa, corre quase sempre bem. Quando é ao contrário, nem tanto.
Finalmente, ouvi o tiro de partida. Arranquei, com classe, profundamente feliz. Foi o início do fim desta minha aventura. Amanhã podem saber como tudo acaba, com o quarto episódio desta minha experiência que vou recordar a vida toda.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Foi no antigo aeroporto de Berlim que os mais de 40.000 atletas levantaram os dorsais. Uma feira gigante, digna de uma major, um paraíso para os amantes da corrida. Ir à feira da maratona levantar o dorsal é um dos momentos que mais prazer me dão sempre que vou viajar para fora. Encontra-se de tudo, tudo o que esteja relacionado com corrida: roupa de desporto, suplementação para atletas, alimentação, workshops. Demoro sempre, no mínimo, umas quatro horas a ver tudo com calma. Também por isso, reservei o levantamento do dorsal para sexta-feira. Sábado, voltei ao local da feira, mas desta vez para fazer o meu último treino antes da prova.
Sabem que sempre tive o desejo de correr numa pista de aeroporto? Foram muitas as vezes que partilhava com o meu companheiro de corridas, o João, depois dos nosso treinos de séries, que adorava um dia poder correr numa pista de aviões. Achava sempre que aí é que eu ia “buuuuuuaaaarrrr”.
E assim foi. Fomos os quatro: eu, o Ricardo, o Rui e o João. Mas não imaginam o que me aconteceu.
No dia anterior, tive de comprar um relógio de corrida novo. Acabei por comprar novamente um Garmin, porque já era a marca do meu antigo, conheço o relógio, já estou habituada a ele e sabia que não me ia falhar. Neste último treino, no aeroporto, estive a testar o relógio novo, a ver o GPS, se o ritmo estava em condições, etc. E tudo isto também me tirou foco. Queria ter desfrutado mais aquele treino diferente, na pista do aeroporto, e não o fiz. A minha mente não estava limpa como das outras vezes. Estava ligeiramente stressada, com receio que o relógio me deixasse ficar mal no dia da prova, ou seja, que não estivesse no ritmo certo da minha passada. Mas acabou por se portar lindamente. Tão lindamente que até corri 43,3 km no dia da prova.
A janta do maratonista
Aquele clássico, que eu adoro. Depois deste treino no aeroporto, fomos almoçar e depois metemo-nos nas compras (compras de supermercado, não é de roupa). Éramos alguns e, apesar de termos uma alimentação semelhantes, as preferências em vésperas de provas são para respeitar. Por essa razão, mais do que fazer um prato apenas, preparámos várias soluções e cada um montou o seu prato do jeito que quis. Ficou uma mesa linda, com tudo aquilo que um atleta precisa para ter energia para correr uma maratona. Um verdadeiro repasto vegano, com batata doce no forno, tempeh e tofu, grão demolhado e cozido, arroz integral, brócolos, salada de abacate com tomate, feijão demolhado e cozido em alga kombu, cogumelos, salada verde, sopa de abóbora.
Estava tudo delicioso. Quem comandou as tropas foi o Rui Catalão, mas todos nós fomos os melhores ajudantes do mundo.
Quando estava a fazer a mala, lembrei-me de levar alga kombu (rica em proteína), porque já sabia que ia cozer leguminosas. Esta alga é maravilhosa porque torna as leguminosas mais leves, digeríveis e elimina o problema dos gases que o grão e o feijão podem causar. E isto faz toda a diferença para correr leve na prova.
No final, bebi a minha infusão e ainda comi três quadrados de chocolate. Outro ritual que temos — entre o final do jantar e o deitar — vemos no computador o percurso da prova em 3D para começarmos já a sentir a adrenalina e irmos dormir com entusiasmo. Esta é aquela noite em que já sabemos que não vamos dormir muito. Daí a importância de descansar nos dias anteriores. No meu caso, como já referi acima, já fui dormir com cansaço acumulado.
Este momento é uma excitação. Falamos dos nossos ritmos, expetativas, ansiedades, vontades. Lá no meio, há muita risada e espírito de companheirismo.
A melhor mãe que se pode ter
“Acho lindo tudo isto que estás a viver com os teus amigos de corrida. E acho maravilhoso a forma como tu lidas com esta prova. Ainda bem que vim. Amanhã lembra-te sempre que a mãe está contigo. E desta vez vou acompanhar-te no tracking”.
Malta, a minha mãe é só linda e incrível e maravilhosa e a mãe que todos querem ter. Ela decidiu acompanhar-me nesta viagem, até à Maratona de Berlim. Eu gostei da ideia, mas nunca pensei que fosse tão especial.
Ela esteve a apanhar o real secador no dia do levantamento de dorsais (isto é tudo lindo para um corredor, mas e quem não corre? Perder, por exemplo, mais de 30 minutos a ver géis de hidratação, meias de descanso, meias de corrida e por aí em diante é duro) e ela nunca se queixou. Pelo contrário. Ela e a minha Gabriela (que é como uma mãe para mim, em Lisboa) estiveram sempre com um sorriso a apreciar tudo. Atentas, curiosas e divertidas.
Adorava que conhecessem a minha mãe. Ela é um máximo, mas não gosta de aparecer. Confesso que até a forma como ela diz isso me da vontade de rir. Um dia, talvez.
A caminho do grande dia, o da Maratona de Berlim. Fiquem por aí!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Na verdade, a Maratona de Berlim não foi uma maratona, foi uma ultra-maratona graças a uma ligeira distração minha. Mas olhem que para correr 43,3km a 4’33’’ min/km é preciso foco, persistência, fé e sempre muito entusiasmo. Mas isso é comigo.
Primeira dúvida que deve andar por esses lados: mas porque é que demorei duas semanas a partilhar este incribel texto? Numa palavra: trabalho. Projetos lindos que estão a surgir na minha vida e que me dão vontade de agarrar com todas as ganas. E acreditem que, apesar da minha concentração e vontade de respeitar o meu calendário de treinos, quando existem outros projetos, trabalho, pessoas à nossa volta, torna-se mais difícil respeitar a qualidade de treino. Acho honestamente que foi essa distração contínua que me fez, no dia da prova, sentir que, se calhar, não estava capaz de correr uma maratona a uma média de 4’27’’ min/km. E não estava. Não porque não estivesse preparada fisicamente, mas porque a minha mente andava e anda ocupada com outros pensamentos.
A preparação para uma maratona é uma alegria imensa, mas também uma grande responsabilidade. É uma escolha que fazemos, que vai exigir muita atenção, vai sugar muita da nossa energia e tirar-nos muito do foco de outras coisas. No meu caso, acabou por correr tudo bem porque já vou para a minha sexta maratona, o que faz com que já tenha errado muito, aprendido muito. Conheço bem o meu corpo e felizmente, sei escutar os sinais, muito antes de bater no muro. Mas vamos por fases.
A minha fase de Tapering
Este é um dos momentos mais importantes na minha preparação para maratonas. E escrevo esta frase de forma assertiva porque foram várias as vezes em que não a respeitei. Podem ler aqui o meu artigo sobre este tema.
Na preparação para esta Maratona de Berlim, um dos meus grandes desafios foi respeitar as horas de sono, porque é durante o sono (e falo-vos no sono mais profundo) que os nosso músculos descansam e regeneram. E o que é que me acontece quando passo dias sem respeitar o sono? Ando mais irritada, tenho fome emocional, sinto-me inchada, com a sensação de que engordei, sinto-me sem explosão e reação nos treinos, tenho mais facilidade em contrair lesões, sinto que tenho pouco foco no trabalho. Até o Caju topa, porque sente que não estou tão disponível para ele.
Isto aconteceu-me nos últimos 15 dias antes da partida para Berlim. Nesta fase, o treino está feito, e o mais importante é descansar, comer na dose certa e dormir todos os dias, pelo menos, 8 horas, sem interrupções. Eu até descansei, comi bem e até dormi todos os dias. O problema é que dormi pouco e levei o trabalho para a cama. Entendem? Vou dormir a pensar em trabalho. Acordo a meio da noite para fazer um “pips” e penso em trabalho. Volto a dormir, mas já não é a mesma coisa. Entretanto, acordo cedo para treinar e sinto-me cansada. Diria que isto me aconteceu pelo menos umas oito vezes durante 15 dias. É muito tempo. E o meu corpo acusou. Percebi isso no ultimo treino antes da maratona, quando corri 30 minutos e fiz quatro retas para ativar a máquina. Senti o corpo a dizer-me: “Hum, amanhã não é o dia para ires a 4’27’’ min/km”.
Amanhã, continuo a minha história e vou falar-vos sobre a feira, sobre como me senti distraída por uma coisa tão estúpida como um relógio e sobre como foi treinar numa pista de aeroporto.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Quase sempre após um treino recebo mensagens de pessoas a perguntar-me o que é que comi antes de ir correr ao de ir ao ginásio. Não tenho uma só resposta, porque depende de muita coisa.
Se for fazer uma corrida de 10 km, por exemplo, a um ritmo moderado, progressivo, gosto de tomar este batido, que chamo de Runner Girl. Bebo-o uns 45 minutos antes da corrida. Não gosto de correr de estômago cheio, mas também tenho de me sentir com power para “causar alvoroço no alcatrão” nos últimos quilómetros do treino – ehehehehe – haja atitude Isabel Silva. Adiante.
Cada ingrediente tem um sentido. Adoro aveia, principalmente a que uso nesta receita, porque não tem glúten e triturada dá uma ótima consistência. Banana é a única fruta que digo que tem de estar sempre na minha vida. É que, para além da energia que ela me dá, aparece tanto nos meus lanches e pequenos almoços, como nas minhas saladas (imaginem, pêra abacate, banana, mel, espinafres, rúcula e umas especiarias). Caju sempre na minha vida, até na despensa. Açaí, neste caso em pó, é aquele fruto com que qualquer atleta delira. Bebida de soja, arroz ou aveia sem açúcares adicionados são as minhas preferidas.
E perante isto, é só verem o vídeo. E com este batido Runner Girl é certinho e direitinho que ninguém te vai parar. Bota abaixo!
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Tive uma lesão: esta história começoudepois de um dos meus treinos de corrida, quando partilhei com os meus colegas a vontade de um dia preparar-me especificamente para uma meia maratona. Preparar o meu corpo para correr 21.097 metros ao melhor ritmo possível. Já fiz algumas meias maratonas e recordo-me, por exemplo, da Meia Maratona de Paris que foi a mais empolgante de todas. Na altura, essa prova estava inserida num plano de treinos de preparação para a Maratona de Roma, ou seja, o meu foco não era Paris, mas sim preparar-me para estar bem em Roma.
Eu sabia que se me preparasse especificamente para uma prova de 21 Km iria ter mais velocidade. E isso pareceu-me um desafio interessante. Não sou aquela corredora que vai a todas as provas, mas se for a muitas ao longo do ano, invisto mais energia em algumas e encaro as restantes como treino ou simplesmente diversão. Foi no meio desta conversa que surgiu a ideia.
– E que tal a Meia Maratona de Valência? Ainda não correste em Espanha e, para além disso, foi considerada em 2014 e 2015 a meia maratona mais rápida do mundo – sugeriram o João e o Rui. – Super alinho! Vamos lá comprar dorsais, alugar uma casinha perto da partida e comprar as viagens! – respondi quase de imediato.
A 22 de Outubro tinha um objectivo a cumprir: bater o meu record pessoal de 1h30m na meia maratona. Mal aguentava a excitação!! Em Setembro começava a preparação à séria. Até lá era só “run for fun”!
A lesão que quase estragou tudo
Duas semanas antes de iniciar a minha preparação, lesionei-me no quarto metatarso do pé esquerdo. As causas podem ser as mais variadas: nesse dia corri com uns ténis relativamente novos e com pouco amortecimento, realizei um treino de velocidade, dormi pouco nesse dia, enfim, estamos sempre a aprender nesta vida de corredor.
Caminhar com dor era suportável mas correr tornava-se impossível. Tudo o que tivesse o mínimo de impacto causava-me dor. Tive mesmo de parar. Parar de correr, mas acima de tudo parar para reflectir e mudar a minha estratégia e prioridade. Não retirei logo o meu principal foco de tentar melhorar a minha marca, mas sabia que antes disso, eu tinha de estar recuperada a 100%.
Não há maior tristeza do que aquela de correr com um dorsal ao peito e sentir a dor de uma lesão. Porque a dor do cansaço, essa no final quando cortas a meta, torna-se prazerosa, mas a outra não: a outra é colocar em causa todos as tuas próximas aspirações enquanto corredor.
A minha lesão não era grave, garantiu-me o João Catalão, o meu parceiro de corrida e também o meu osteopata. Mas disse-me que seria uma lesão que ia pôr à prova a minha paciência e o meu espírito positivo: vai demorar a passar. Mas passa!
Continuei a treinar mas apenas modalidades sem impacto como, por exemplo, RPM (treino de bicicletas indoor), alongamentos, E-FIT e Treino funcional adaptados às minhas necessidades. E de facto, há males que vêm por bem. Não fosse esta lesão eu nunca iria perceber de que há outras modalidades que eu também gosto de realizar e que, por vezes, também é bom direcionarmos a nossa atenção para outros exercícios. Descobri novos treinos de circuito de alta intensidade, novas técnicas de treino, novas sensações ao treinar e, também, a trabalhar outros músculos do meu corpo. E sei claramente que foram estes treinos que me permitiram correr 21 Km em Valencia a um ritmo alto, de 4’22’’ min/km.
Ao longo das semanas de recuperação pensei em muitas coisas e tomei consciência de que sou nova e não vão faltar oportunidades para correr outras meias maratonas. Recuperei aos poucos e quando tive o OK do João para começar a correr (a ritmo moderado), dei corda aos sapatos. Confesso que tinha medo de me confrontar com a dor e perceber que ainda estava em causa a minha ida a Valência. Bem sei que podia ir na mesma… Mas eu já me conheço. Ver os outros a correr e eu na plateia a ver? Não consigo. Ainda. Pelo menos por agora.
Esta coisa de distinguir uma dor que pode originar uma lesão de algo que é apenas incomodativo, uma moinha, é um desafio, principalmente quando tens receio de correr e de sentir novamente essa dor. Mas é assim a vida de um corredor. Estamos sempre a descobrir novas sensações e a ganhar maturidade.
Não fui com a dor, mas fui com a moinha para a prova. Uma coisa eu sabia: iria conseguir correr, e se era para ir, então era para ir com tudo: atitude, coração e a minha velocidade prazerosa!
Não me permito correr sem ser de peito feito
Eram 7h30’ quando lá cheguei. Estava a temperatura ideal. Fiz o ritual de sempre: na fila para a casa de banho, a banana 45 minutos antes da prova, deixei os meus snacks e roupa com a organização e fui aquecer. Sem medo. Com entusiasmo e alegria. Lembro-me que quando estava a fazer 1 das 4 retas de aquecimento, pensei “agora não há dor que me pare. Agora quero é saborear esta prova e sorrir para todos aqueles que estão a apoiar esta incrível comunidade de corredores”.
Correr em Valência é absolutamente maravilhoso. O apoio nas ruas, a organização, o percurso plano e que passa por zonas emblemáticas da cidade, tudo é incríBel. Ouvir a música deles ao longo da prova encantou-me, bem como o entusiasmo de quem nos apoiava. Fascina-me e deixa-me em pulgas ouvir uma expressão muito típica dos espanhóis, o “Animó, Isabel!” e apreciar a admiração dos que olham para nós como heróis, só pelo facto de amarmos correr. Ali gritaram por mim não porque eu sou a Isabel Silva, a apresentadora de televisão (eles lá sabem disso), mas sim pelo meu esforço e sorriso rasgado.
Ao longo da prova só olhei para o meu relógio ao km 13. Era aquele o momento de tomar o meu gel para não me permitir quebrar. Estava a um ritmo de 4’15’’ min/km. “Boa, Isabel”, pensei. E não olhei mais. Até cortar a meta.
Keep running. Keep smiling
Fiz a prova a um ritmo constante e arrisquei sempre de forma segura. Pior que não fazeres o teu tempo é parares a meio de uma prova porque o entusiasmo falou mais alto e quebraste. Eu estava tranquila. Não tinha nenhum objetivo de tempo. Só de prazer. E esse foi cumprido. Levei mais dois minutos a chegar em comparação com a Meia Maratona dos Descobrimentos em Dezembro de 2015. Mas agora penso “Olha imagina se eu não tinha tido esta lesão e imagina se eu me tivesse preparado?”. Podia ter batido o meu recorde pessoal. Podia. Mas nada acontece por acaso. E o facto de esta lesão me ter obrigado a parar, acreditem, tornou-me numa corredora mais consciente e mais madura.
Uma coisa posso garantir-vos: não sei quando, mas eu vou voltar. Valência es oro.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
O Tapering consiste na redução da carga de treinos antes de uma corrida importante. Não deixas de treinar, calma! Até porque nos últimos 15 dias antes da maratona, apesar do teu treino já estar feito, é importante continuares a estimular o corpo e relembrá-lo do teu ritmo de prova. Simplesmente diminuis os dias de treinos e a duração dos mesmos. Pensem comigo: para quê agredir e esgotar o corpo, tirar-lhe as reservas de glicogénio, gerar cansaço muscular, quando já o fizeste a meio da preparação?
Os especialistas na matéria, malta que sabe do que fala, chegaram à conclusão que um período de descanso forçado antes de uma prova aumenta significativamente a condição física do atleta e também o seu desempenho em cerca de 3%. E, para os maratonistas, isto pode significar menos cinco a 10 minutos no tempo final de uma competição. E sabem como é que sei tudo isto? Li, pois está claro. Aliás, li um livro cujo título é “Como me preparar para uma maratona”, em 2015, enquanto fiz a minha preparação para a Maratona do Porto (a minha primeira!).
Muitos atletas abdicam deste período de Taper ou Tapering por terem receio de perder, durante este período, a sua forma física, mas, malta, posso assegurar-vos que este é um erro tremendo. E digo-vos por experiência própria! Como referi há pouco, a Maratona do Porto foi a minha primeira competição à séria e, nessa altura, acham que levei esta fase à risca? Claro que… Não! Sentia-me bem, cheia de força, com vontade de soltar tudo o que tinha dentro de mim e, claro, cometi um erro de principiante.
Lembro-me que corri um treino regenerador a 4:30min/km. Um regenerador, pessoal! O ritmo tinha de ser a 5:00min/km, mas eu achei que não e lá fui durante 50 minutos. Foi tudo espetacular até parar e sentir uma dor no tendão de Aquiles. Uma sensação terrível! Sabia que não era grave, mas também sabia que tinha acabado de comprometer uma preparação de três meses… E para quê? Tinha tempo para dar tudo. Tinha a maratona à porta!
Mas foi a primeira e a primeira é sempre a maior das descobertas. E sabem o que também aprendi? E tenho vindo a aprender cada vez mais? O descanso é o melhor truque para termos sucesso numa maratona. E nesta fase de Tapering é só o mais importante. E, como vos disse, sei isto não apenas pelo que li, mas também pelo que senti. Já senti na pele, tanto no Porto como em Valência, o preço de não ter descansado o suficiente nesta fase.
Para a maior parte dos atletas, malta, este período de redução gradual pode durar entre uma a três semanas, dependendo da duração da competição que irão enfrentar (quanto mais longa a corrida, mais tempo de Taper ou Tapering). No meu caso bastam 15 dias. Se treinaste bem, o treino está la! E acreditem que, mesmo que alguma coisa não corra tão bem no dia da prova, se fizeste uma boa preparação, não será nunca por teres levado a sério a fase de Taper que irás correr menos. Sabem, eu só sinto que estou mesmo preparada quando acordo no próprio dia, olho da minha janela para o tempo e penso “Mékieee!! É para ir ou não?!”. E o maior desafio, quando começas a prova, é mesmo “segurar o touro”. Ir com calma e cautela, até porque, para mim, a Maratona só começa no quilometro 30.
Por isso, malta, a conclusão é óbvia e é algo pelo qual me tenho batido em vários dos meus textos: descansar antes da prova é fundamental para qualquer atleta que queira dar o seu máximo. Menos é mais! Como digo tantas vezes, a recuperação é tão ou mais importante que o treino.
Mas não é por dizer isto que não tenho também os meus receios, pessoal. Sobretudo nesta fase tanta agitação. Mas vou a Berlim na fé e no foco.
Acho que depois da maratona vou de férias, feliz e realizada. É assim que me quero sentir. E, para isso, basta dar o melhor de mim.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.
Eu não conto calorias. E é um erro acharmos que vamos emagrecer se soubermos contar calorias, como se isso fosse o mais importante de tudo. Não é. Eu penso apenas em nutrir o meu corpo e dar-lhe os melhores legumes, as melhores frutas, proteínas, super alimentos para que possa ser uma pessoa saudável e feliz. Mas não lhe dou só isso. Também lhe dou gordices das boas. Ah, pois é, malta!
Eu adoooooro sobremesas “gordas” quando vou jantar fora, desde que sejam bem confeccionadas. Mas só de vez em quando, para a minha barriga não fazer dói dói — sou muito sensível a açúcares refinados, natas e essas coisas, talvez por já não estar habituada a isso. Também por isso tenho um truque, um truque de quem gosta de comer a sua gordice, mas sem ter problemas, sem se sentir culpado e sem correr riscos de ganhar peso. E que truque é esse? Só ter em casa gordices do bem! Oh yeah!
Hoje partilho convosco esta sobremesa, que também pode ser um pequeno-almoço, um lanche para o pré-treino, um snack, o que quiserem. É limpinha, saborosa e uma excelente opção para matar a gula e aquela necessidade que às vezes sentimos de ingerir qualquer coisa doce. Sou louca pelas pepitas de cacau da Iswari e, como já devem ter reparado, não vivo sem canela. Dá para tudo. Mais: qualquer pessoa que queira ter energia come sempre, pelo menos, uma banana por dia.
Receita
Gelado de Banana
com Canela e Pepitas de Cacau
Ingredientes
2 bananas maduras congeladas
1 colher de sobremesa de canela
1 colher de sopa de pepitas de cacau Iswari
MÉTODO
Colocar as bananas e a canela na liquidificadora ou robot de cozinha.
Triturar até formar a consistência de gelado.
Servir com um pouco mais de canela e pepitas de cacau.
LOOK: TOP Nizza, CALÇões Ferrache
Blender X-Pro da Kenwood
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.