Somos verdadeiros ecossistemas vivos, não ilhas isoladas. A nossa saúde depende de convivermos em equilíbrio com uma infinidade de microrganismos que habitam o nosso corpo e o ambiente ao nosso redor. Quem orquestra essa harmonia essencial é o nosso mecanismo de defesa.
O sistema imunitário, além de eliminar bactérias nocivas, promove também a multiplicação de bactérias benéficas essenciais ao nosso equilíbrio, sendo o responsável por manter o equilíbrio na nossa flora. A febre é a ferramenta mais potente do sistema imunitário. Ao aumentar a temperatura corporal, o corpo reorganiza seu ecossistema interno, mobilizando forças para restaurar o bem-estar. O impacto para a saúde de uma amigdalite resolvida naturalmente, sem antibióticos que, muitas vezes, eliminam indiscriminadamente tanto bactérias “boas” quanto “más”, é notório.
Quando o corpo enfrenta uma invasão ou proliferação indesejada de um microorganismo, idealmente reage elevando a temperatura corporal. Esse aumento não é acaso, mas uma estratégia eficaz para nos proteger.
Lembras-te da última vez que o teu filho teve um “febrão” assustador? Muitas vezes, isso é um sinal de que o organismo está forte e preparado para lutar contra infeções.
Um sistema imunitário saudável reage prontamente a ameaças, mobilizando todos os seus recursos para combatê-las. Por esse motivo, vemos algumas crianças com febres de 39 °C a brincar e a correr, cheios de vitalidade.
Já um sistema imunitário enfraquecido, frequentemente ocupado com inflamações crónicas, pode ter dificuldade em reagir. São essas as pessoas que raramente desenvolvem febres. Embora à primeira vista isso possa parecer uma vantagem, na verdade é um sinal de que o organismo está sobrecarregado e com dificuldade para reagir de forma eficaz.
Com a exposição a agentes agressores físicos e emocionais que sofremos ao longo da vida, o mecanismo de defesa vai ficando comprometido e o perfil da doença vai-se alterando, fazendo com que percamos a capacidade de ter febres altas.
De forma simples, podemos considerar a existência de quatro níveis de saúde:
Muitos de nós ainda vemos a febre com receio e desconfiança. É hora de esclarecer alguns mitos:
Se a febre é bem tolerada, com sinais de força como apetite e disposição, descanse, hidrate-se e deixe o corpo trabalhar.
Se surgirem sintomas preocupantes, como dor intensa ou dificuldade respiratória, foque nesses sinais e procure orientação médica.
Aqui estão algumas estratégias para apoiar o corpo durante a febre:
A homeopatia adota uma abordagem única ao tratar a febre, pois reconhece a febre como um mecanismo essencial para uma completa recuperação nos casos em que está presente. Por isso, em momento algum o tratamento homeopático visa suprimir esse sintoma.
Pelo contrário, o objetivo é estimular o mecanismo de defesa, ajudando o corpo a intensificar a resposta natural que escolheu, para que o equilíbrio seja alcançado de forma mais rápida e eficaz.
Apesar da escolha dos medicamentos homeopática para cada caso ser altamente indivualizada, e requerer considerarmos a totalidade do quadro clinico, estes são os três medicamentos homeopáticos mais comuns em casos de febre:
A FEBRE NÃO É O INIMIGO
A febre é uma expressão da força vital do corpo, um sinal de que ele está a lutar ativamente para nos proteger. Reconhece-a como uma aliada.
Dá ao corpo o descanso e os cuidados necessários, trata a causa da infeção e confia na inteligência natural do organismo.
Lembra-te: A febre não é a doença — é a cura em ação.
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AVISO IMPORTANTE
As informações contidas neste artigo não substituem de forma alguma um diagnóstico ou tratamento.
A Filipa Abreu é mestre em Ciências Farmacêuticas e tem mais de 20 anos de experiência no setor. Ao longo da sua carreira, dedicou-se à medicina alopática, ocupando diversas funções de responsabilidade.
No entanto, o seu interesse pelo bem-estar integral levou-a a especializar-se em Homeopatia, área na qual encontrou uma abordagem mais holística e alinhada com a sua visão de saúde.
Hoje, Filipa combina a sua formação científica com a prática homeopática, promovendo uma visão multidimensional da medicina, onde corpo, mente e emoções são abordados de forma integrada.