Na procura por uma vida saudável e equilibrada, muitas vezes evitamos o desconforto e o stress. No entanto, a hormese ensina-nos que enfrentar certos desafios pode realmente beneficiar a nossa saúde e resiliência. A ideia por trás da hormese é simples: exposição controlada a stresses leves ou moderados pode fortalecer o nosso corpo e mente, tornando-nos mais capazes de lidar com adversidades maiores.
E se eu te dissesse que stress é benéfico?
E se dissesse que não é só benéfico, mas que é a coisa que mais te pode ajudar a ter saúde e uma vida longa?
É exatamente isso que leste! Não precisas ir buscar óculos.
Stress é adaptação, stress é transformação, stress é vida!
Mas, como sempre, temos que saber chamar as coisas pelo seu devido nome. Aqui falo de EUSTRESS – o estresse bom. Existe um estresse bom. Contudo, na maior parte das vezes, as pessoas referem-se ao stress referindo-se ao DISTRESS – o stress prejudicial, o stress maléfico.
As melhores formas se entender a diferença é:
- A duração – stresse bom é o agudo, é adaptativo, criando-nos resiliência para outros stresses. É o que nos faz mais resistentes e melhores. O stress mau é crónico, degenera-nos, é catabólico e mata-nos aos poucos. Na verdade, na grande maioria das vezes , não mata , mas – como diz o ditado – Ele vai desregulando o nosso corpo, destruindo as nossas proteínas, os nossos neurônios, as nossas células e vamos adoecendo aos poucos.
- A percepção – no estresse bom, agudo, adaptativo, temos a percepção do desenvolvimento, do crescimento, do resultado positivo e isso faz-nos bem, gostamos e apesar de um sofrimento de curta duração, temos a motivação de fazer cada vez mais. No stress crónico prejudicial, temos sensações e sentimentos negativos, estamos numa vibração muito baixa, a vibração da raiva, do medo, do ressentimento, … No bom, a intensidade é alta, a energia é maravilhosa e criamos cada vez mais essa corrente “do bem” (assim como este canal). No mal , a intensidade é baixa, suga-nos energia e consome-nos aos poucos.
Mas onde é que entra a HORMOSE aqui?
O termo médico para esta energia boa de alta intensidade e curta duração chama-se HORMESE. E foi definida pelo filósofo Nietzsche “o que não nos mata, fortalece-nos”.
A hormese é um conceito que descreve a resposta adaptativa do organismo a um estímulo de baixo nível de stress, que resulta em melhorias na função fisiológica e resistência. Por outras palavras, quando somos expostos a pequenas doses de stresse, os nossos sistemas biológicos fortalecem-se em resposta.
Exemplos de Hormese
Exercício Físico: uma corrida com alta velocidade e curta durações (os famosos “sprints”), um treino de força (musculação) no ginásio com altas cargas e poucas repetições, nadar no mar ou piscina retendo ao máximo a respiração, gerando pequenos momentos de hipoxia (restrição de oxigénio), entre outros. Durante o exercício, os nossos músculos experimentam microlesões que, quando reparadas, resultam em músculos mais fortes e resilientes.
Restrição Calórica: estudos mostram que uma restrição calórica leve pode aumentar a longevidade e melhorar a saúde metabólica, ativando vias de reparo e autolimpeza nas células. Praticar o jejum, com aumento progressivo dos intervalos de restrição alimentar – é uma boa forma de o fazer.
Choques térmicos controlados: exposição a temperaturas extremas, como banhos de gelo ou saunas, desencadeia respostas adaptativas no corpo, fortalecendo o sistema imunitário e promovendo a recuperação muscular.
A hormese “do bem” deve ser praticada com regularidade, com prazer e com disciplina.
Todas técnicas que necessitam de condicionamento, ou seja, começar aos poucos e ir evoluindo.
Já o stresse “do mal”, deve ser evitado ao máximo na nossa vida (relações tóxicas, stresses emocionais, físicos como luzes brancas à noite, químicos – como consumo de processados,…), mas é impossível excluir. Viver é um processo contínuo de exposição a stresses. O objetivo é evitar os desnecessários e “blindar” o nosso corpo com os stresses “do bem” – que é como quem diz: as hormeses.
Em suma, aprende a dar nome às coisas, entende que existem stresses e stresses, e firma um compromisso com a tua saúde sendo consistente na prática regular de hormeses.
Começa aos poucos e vai introduzindo todos na tua rotina, respeitando o teu condicionamento. Lembra-te sempre daquela famosa frase: “NO PAIN, NO GAIN”.
Pratica stresses “do bem” e serás muito mais saudável e feliz.