Hormese: como o desconforto e stress bom te podem ajudar

Hormese: como o desconforto e stress bom te podem ajudar

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23.04.2024
hormese

Na procura por uma vida saudável e equilibrada, muitas vezes evitamos o desconforto e o stress. No entanto, a hormese ensina-nos que enfrentar certos desafios pode realmente beneficiar a nossa saúde e resiliência. A ideia por trás da hormese é simples: exposição controlada a stresses leves ou moderados pode fortalecer o nosso corpo e mente, tornando-nos mais capazes de lidar com adversidades maiores.

 

E se eu te dissesse que stress é benéfico?
E se dissesse que não é só benéfico, mas que é a coisa que mais te pode ajudar a ter saúde e uma vida longa?

É exatamente isso que leste! Não precisas ir buscar óculos.

 

Stress é adaptação, stress é transformação, stress é vida!
Mas, como sempre, temos que saber chamar as coisas pelo seu devido nome. Aqui falo de EUSTRESS – o estresse bom. Existe um estresse bom. Contudo, na maior parte das vezes, as pessoas referem-se ao stress referindo-se ao DISTRESS – o stress prejudicial, o stress maléfico.

 

As melhores formas se entender a diferença é:

  • A duração – stresse bom é o agudo, é adaptativo, criando-nos resiliência para outros stresses. É o que nos faz mais resistentes e melhores. O stress mau é crónico, degenera-nos, é catabólico e mata-nos aos poucos. Na verdade, na grande maioria das vezes , não mata , mas – como diz o ditado – Ele vai desregulando o nosso corpo, destruindo as nossas proteínas, os nossos neurônios, as nossas células e vamos adoecendo aos poucos.
  • A percepção – no estresse bom, agudo, adaptativo, temos a percepção do desenvolvimento, do crescimento, do resultado positivo e isso faz-nos bem, gostamos e apesar de um sofrimento de curta duração, temos a motivação de fazer cada vez mais. No stress crónico prejudicial, temos sensações e sentimentos negativos, estamos numa vibração muito baixa, a vibração da raiva, do medo, do ressentimento, … No bom, a intensidade é alta, a energia é maravilhosa e criamos cada vez mais essa corrente “do bem” (assim como este canal). No mal , a intensidade é baixa, suga-nos energia e consome-nos aos poucos.

 

Mas onde é que entra a HORMOSE aqui?

 

O termo médico para esta energia boa de alta intensidade e curta duração chama-se HORMESE. E foi definida pelo filósofo Nietzsche “o que não nos mata, fortalece-nos”.

A hormese é um conceito que descreve a resposta adaptativa do organismo a um estímulo de baixo nível de stress, que resulta em melhorias na função fisiológica e resistência. Por outras palavras, quando somos expostos a pequenas doses de stresse, os nossos sistemas biológicos fortalecem-se em resposta.

 

Exemplos de Hormese

Exercício Físico: uma corrida com alta velocidade e curta durações (os famosos “sprints”), um treino de força (musculação) no ginásio com altas cargas e poucas repetições, nadar no mar ou piscina retendo ao máximo a respiração, gerando pequenos momentos de hipoxia (restrição de oxigénio), entre outros. Durante o exercício, os nossos músculos experimentam microlesões que, quando reparadas, resultam em músculos mais fortes e resilientes.

Restrição Calórica: estudos mostram que uma restrição calórica leve pode aumentar a longevidade e melhorar a saúde metabólica, ativando vias de reparo e autolimpeza nas células. Praticar o jejum, com aumento progressivo dos intervalos de restrição alimentar – é uma boa forma de o fazer.

Choques térmicos controlados: exposição a temperaturas extremas, como banhos de gelo ou saunas, desencadeia respostas adaptativas no corpo, fortalecendo o sistema imunitário e promovendo a recuperação muscular.

 

 

A hormese “do bem” deve ser praticada com regularidade, com prazer e com disciplina.

Todas técnicas que necessitam de condicionamento, ou seja, começar aos poucos e ir evoluindo.

Já o stresse “do mal”, deve ser evitado ao máximo na nossa vida (relações tóxicas, stresses emocionais, físicos como luzes brancas à noite, químicos – como consumo de processados,…), mas é impossível excluir. Viver é um processo contínuo de exposição a stresses. O objetivo é evitar os desnecessários e “blindar” o nosso corpo com os stresses “do bem” – que é como quem diz: as hormeses.

 

Em suma, aprende a dar nome às coisas, entende que existem stresses e stresses, e firma um compromisso com a tua saúde sendo consistente na prática regular de hormeses.

Começa aos poucos e vai introduzindo todos na tua rotina, respeitando o teu condicionamento. Lembra-te sempre daquela famosa frase: “NO PAIN, NO GAIN”.

Pratica stresses “do bem” e serás muito mais saudável e feliz.

Rodrigo Ayoub

Enquanto criança, o Rodrigo Ayoub cresceu rodeado por tertúlias que o seu pai, também ele médico, organizava em sua casa. O tema era a saúde – uma saúde que devia ser promovida pela otimização dos estilos de vida com base na prevenção e na longevidade.

As sementes deixadas pela sua infância e todo o fascínio desenvolvido pelo tema, fizeram com que o Rodrigo se formasse em Medicina Ortomolecular, pelo instituto de Medicina Ortomolecular no Rio de Janeiro (Prof. Helio Póvoa) em 1994. Formado em Medicina pela Universidade do Rio de Janeiro em 1997.

Formado em Medicina Ortomolecular Pós graduado em Medicina e Cirurgia Cosmética pela Universidade de Barcelona (2000), é professor da Pós Graduação de Modulação Hormonal em Portugal.

Atualmente, é, também, criador do Club Ayoub, do Método de Emagrecimento Saudável online, do programa “O Manual Completo do Jejum”, que ajudam milhares de pessoas pelo Mundo com a sua visão ampla e integrativa.