Uma das melhores coisas de se ser uma figura pública é o facto de podermos usar o poder que temos, seja muito ou pouco, para podermos praticar o bem e levarmos os outros a que também o façam. É maravilhoso sentir que podemos ser uma espécie de mensageiros de práticas que acreditamos serem a base que sejamos todos mais felizes, mais equilibrados, mais serenos. Na fase da vida em que estou, encaro esta condição como um desafio constante, diário, mesmo.
No meu caso, estar em pleno, equilibrada, feliz, é dormir bem, comer com consciência, praticar exercício – até porque é isto que o meu corpo me diz, e diz isso todos os dias. Malta, não há que enganar, tudo começa com a nossa vontade, a vontade em querermos viver a vida do jeito que nós merecemos.
Comer. Penso tanto em comida. É a comida que alimenta a minha alma e que dá energia ao meu corpo. Não há cá fundamentalismos, mas é essencial sentirmo-nos bem com aquilo que comemos. Mais: sabermos que alimentos estamos a dar ao nosso corpo.
No meu segundo livro, “A Comida que me Faz Brilhar”, falo muito sobre este respeito pelos alimentos e sobre a forma como organizo as minhas refeições consoante a rotina dos meus dias. Só depois apresento algumas das receitas que fazem o match perfeito com o meu lifestyle, com ingredientes frescos, combinações funcionais, pratos saborosos, nutritivos, mas simples e rápidos de se fazer.
Muitos de vocês dizem-me isto mesmo, que não têm “tempo para cozinhar”, mas queriam conseguir comer “coisas saudáveis” como eu como. Mas olhem que é mais simples do que aquilo que vocês imaginam.
E foi precisamente para vos mostrar que é mesmo mais simples do que imaginam que aceitei a sugestão da mercearia do meu bairro, o meu Alecrim aos Molhos Bio, e organizei um brunch especial para todos os que quiseram passar lá no passado sábado, dia 17.
Mas atenção, eu nunca tinha feito um brunch, nem nunca fiz sequer um Worshop de comida saudável, simplesmente porque não é aquilo que tenho mais prazer em fazer.
Não adoro cozinhar ao vivo para muitas pessoas — só em casa, na minha cozinha com os meus tachos e panelas, e mesmo assim só para grupos de amigos muito reduzidos. Não é de todo a minha praia falar de quantidades, doses e outras tantas questões que um chef, cozinheiro ou outro amantes de comida fala como ninguém.
Gosto muito de cozinhar para mim, de improvisar com aquilo que tenho no frigorífico, mas sobretudo o que me encanta é poder partilhar com os outros a forma como me organizo, assim como o poder dos alimentos na minha boa disposição e alegria de viver.
No dia deste brunch, uma rapariga disse-me: “Isabel, o que realmente me fascina é a tua energia e a forma como partilhas o teu dia a dia connosco”.
Perfeito! É dessa energia que eu quero falar, não faço questão nenhuma de cozinhar. Por isso é que eu tenho as minhas receitas todas direitinhas nos meus dois livros. Quando estou convosco, quero estar, partilhar, abraçar e influenciar-vos, de alguma forma, a fazerem o mesmo.
Brunch? Sim, mas tem de ser em equipa. E essa equipa tem de ser a minha família, porque sabem exatamente quem eu sou. E o Alecrim sabe-o muito bem. Somos vizinhos há menos de um ano, mas sinto que foi amor à primeira vista. Não é porque a Mercearia é biológica e porque a cafetaria faz almoços deliciosos e saudáveis. É muito mais do que isso.
A Mariana, o João, o Luís, a Cristina, a Mafalda, o Carlos, o Diogo, a Carlota, a Madalena, a Maria João trabalham no Alecrim com uma alegria e entusiasmo que não se vê por aí todos os dias.
O Luís controla os frescos, o João é o homem das contas, a Mariana lida com os clientes com uma doçura rara, a Carlota e o Diogo são os mais novos da cozinha e fazem as melhores quiches do universo, o Carlos é o homem dos 7 ofícios e podia ganhar o prémio do mais sorridente — mas a Madalena também não lhe fica nada atrás —, a Maria João torna a comida macrobiótica ainda mais deliciosa e a Cristina dá o toque da sua magia em todas estas áreas.
Todos se complementam e todos trabalham tão bem, porque amam muito aquilo que fazem.
E foi nestas condições que eu aceitei fazer um brunch com o meu Alecrim, usando as receitas do meu livro — uma sugestão da Mariana. Disse-lhe: “Eu escolho as receitas, espalho a boa nova e no dia eu só quero estar centrada naquilo que mais importa: receber quem chegar para brunchar. Porque com eles eu não estou todos os dias”. Certo?!
Bem sei que me acompanham através das minhas redes, mas ao vivo e a cores a ligação é outra. Das 11h30 às 17h estive ali, convosco. Desfrutei da vossa companhia, sentei-me ao vosso lado e falámos. Falámos de coisas que possivelmente através de mensagens no Instagram seria impossível. Conheci pessoas fantásticas e que, sem se aperceberem, me inspiraram. Nunca pensei sentir-me tão feliz a empratar os pratos do Brunch e a servir-vos à mesa. Vocês foram os meus convidados, e eu senti-me em casa.É isto que eu gosto de fazer. Comunicar, sim, mas sempre a partilhar, para inspirar e ser inspirada.
Almocei às cinco da tarde. Comi o meu brunch, e em cada garfada que dei só me lembrava das frases que fui ouvindo ao longo do dia: “Isabel, continua a partilhar a tua energia que tão bem nos faz…”; “Isabel, devias de fazer isto mais vezes…”; “Quando é o próximo brunch?”; “Quando vamos estar de novo contigo?”; “Vim de longe de propósito para estar contigo”; “Adorei o Brunch, menos a bebida de curcuma”; “Gostei de tudo… menos das papas de trigo sarraceno”; “Estava tudo incríBel”; “As espetadas de tempeh são maravilhosas”; “Comia mais uma fatia de pizza”; “Obrigada por seres como és”; “Inspiração”.
Ai, malta! É isto! Entendem? É absolutamente maravilhoso sermos gostados porque fazemos algo de bom pelos outros. É isto!
O Caju leu este artigo e assina por baixo.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.