O meu  roteiro de 5 dias nos Açores: a profunda comunhão com a Natureza e comunidades locais

O meu  roteiro de 5 dias nos Açores: a profunda comunhão com a Natureza e comunidades locais

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20.04.2022

“Férias” é, possivelmente, a palavra que deixa mais feliz a minha saúde mental!

Uma coisas são as pausas diárias onde privilegiamos os momentos que nos nutrem, outra completamente diferente são as férias de pelo menos 10 dias que te permitem desligar de tudo o que é a nossa rotina e ir à procura de inspiração. E aquilo que eu acho fundamental é ajustar as nossas férias às nossas necessidades atuais.

Lembro-me muito bem da altura em que fiz esta viagem aos Açores. Estava no início da preparação da Maratona de Valência (e por ser no início é que me permiti a fazer esta viagem) e com uma série de projetos a lançar. Eu tinha a cabeça tão cheia de coisas a navegarem de um lado para o outro que, honestamente, aquilo que eu estava a precisar era de uma G-R-A-N-D-E pausa para abrandar, reconectar, fechar um ciclo e energizar para iniciar o próximo. E para isto acontecer, no meu caso, só fazendo umas férias longe do telefone, em movimento e na natureza. 

Tal como as levadas que fiz na ilha da Madeira, esta viagem às Ilha de São Miguel e do Pico deram-me aquilo que adorava ter todos os dias na minha vida: contacto constante com a mãe natureza. Adoro correr, mas também adoro andar pelo meio de trilhos que me permitam sentir o cheio da terra, das arvores, os sons dos passarinhos e do mar e até a chuva e o vento a baterem neste corpo. Fazer isto durante vários dias dá-me centro, alegria e leveza. 

Recordo-me que quando cheguei ao continente, depois desta viagem, estava cheia de ânimo e vontade de regressar aos projetos que deixei em pausa, antes do roteiro. 

Depois, quando entramos novamente na rotina, temos tendência a esquecer aquilo que sentimos enquanto estávamos de férias. Eu contra mim falo. Honestamente estou a precisar de umas valentes férias. E digo-vos mais: só o facto de estar a escrever este roteiro está a dar-me ainda mais certezas daquilo que tenho de fazer nos próximos meses. Não é tirar uns dias: é permitir-me a gozar, à grande, de uns bons dias a fazer o que me apetece e o que mais gosto. 

Ainda bem que fiz este roteiro e sobretudo com os amigos que fui – a Joana e o André.

O André é um dos Mentores da DoBem e a Joana é a melhor amiga do André. Hoje uma das minhas bestie’s também. Somos os três da mesma fibra. Gostamos de pessoas simples, de andar, de desbravar, de alimento e de rir muito. Gostamos de aventura, de ver o dia a nascer e o sol ir-se embora…e conseguimos ver coisas belas nos detalhes mais simples. Ainda bem que fomos juntos para os Açores.

E ainda bem que a Top Atlântico me convidou a fazer este roteiro que está integrado na iniciativa deles das “Viagens Mais Planeta”. Eu nunca teria ido nesta altura, se não me tivesse sido feito o convite. Às vezes preciso de um empurrãozinho…

O QUE SIGNIFICA FAZER UMA VIAGEM MAIS PLANETA?

Existem vários roteiros organizados – dentro e fora de Portugal – e o foco é poder viajar de uma forma mais sustentável com uma menor pegada ecológica possível e maior responsabilidade social. Ou seja, a experiência é feita a pensar no planeta, nas comunidades e produtores locais.

Desde escapadinhas em Portugal, a expedições pelo Mundo a projetos de responsabilidade nacional e internacional – as ofertas são muitas. As opções são imensas e recomendo que passeiem por lá. 

A viagem que me foi colocada em mãos pela Top Atlântico, foi a dos Açores. Já estive em quase todas as ilhas, mas a verdade é que desta vez a experiência iria ser diferente:

Eu, a Joana, o André e a Rita (a parceira da DoBem que fez estes lindos vídeos e a reportagem fotográfica da viagem) tínhamos à nossa espera várias atividades em contacto com a natureza, interação com as comunidades e produtores locais e algumas surpresas pelo meio. 

E antes mesmo de partilhar o meu roteiro de 5 dias, deixo-vos aqui dois vídeos que representam os dois momentos mais marcantes desta viagem. Porque antes mesmo de lerem o que fiz em cada dia quero sobretudo que sintam tudo o que eu ali vivi. 

É esta ideia de viajante consciente – que privilegia os recursos que estão sempre ao seu dispor – que torna as experiências inspiradoras e memoráveis.

OS MEUS MOMENTOS NA NATUREZA

OS MEUS MOMENTOS COM A COMUNIDADES LOCAIS

A REPORTAGEM FOTOGRÁFICA DA MINHA VIAGEM

O MEU ROTEIRO DE 5 DIAS NOS AÇORES
SÃO MIGUEL E PICO

O QUE VISITEI. ONDE DORMI E COMI.

DIA 1 – PARTIDA PARA SÃO MIGUEL

ALOJAMENTO: Senhora da Rosa, Tradition & Nature Hotel.

RESTAURANTES: Restaurante Louvre Michaelense.

MANHÃ:

Visita a pe da cidade de Ponta Delgada onde percorri o centro histórico passando pelos locais mais emblemáticos da vila – Campo de São Francisco, Forte de São Bras, Palácio da Conceição, Igreja Matriz de São Sebastião, Portas da Cidade e Portas do Mar.

TARDE:

Partida em Jipe à descoberta da Zona das 7 Cidades – aqui conheci a Lagoa das Empadadas e do Canário; estive no Miradouro da Vista do Rei e na freguesia das 7 cidades e no regresso ao hotel ainda vi a Lagoa de Santiago.

DIA 2 – TREKKING NA LAGOA DO FOGO E TRILHO NASCENTE NA CALDEIRA VELHA

RESTAURANTE: Rotas da Ilha Verde.

MANHÃ:

Trekking na segunda maior lagoa da ilha e também a mais alta, classificada como Reserva Natural. Quando chegamos à base da lagoa encontrei um cenário de paz extraordinário e foi precisamente aí que marmitei o meu arroz integral com feijão azuki.  Enquanto comia apreciava a enorme caldeira de um vulcão adormecido.

TARDE:

Estive na Caldeira Velha onde mergulhei nas piscinas naturais. Fiz uma caminhada no Trilho da Nascente Termal que termina com uma incribel cascata  de água termal férrea. A queda de água quente aquece três piscinas naturais entre temperaturas de 26 a 38 graus.

DIA 3 – DIA INTEIRO DE CANYONING NA RIBEIRA DOS CALDEIRÕES

RESTAURANTE: Associação Agrícola de São Miguel.

Um dos mais divertidos e desafiantes canyonings da ilha que envolveu rappel, saltos e escorregas. O desafio estendeu.se a cascatas com cerca de 20 metros numa parte mais encaixada da ribeira. 

DIA 4 – OBSERVAÇÃO DE CETÁCEOS, FURNAS E PARQUE TERRA NOSTRA

RESTAURANTE: A Tasca.

MANHÃ:

Fomos até à Marina da Ponta Delgada para exploração de mares e observação de golfinhos e baleias junto à costa. Durante o percurso tivemos oportunidade de saber um pouco mais sobre os cetáceos e sobre as varias espécies avistadas, os seus hábitos e programas de proteção envolvidos. Esta viagem foi um misto de diversão, aventura e descoberta.

TARDE:

Estive na Lagoa das Furnas e Caldeiras para conhecer os fenómenos de vulcanismo secundário à superfície. Depois almoçamos o famoso cozido (existe opção vegetariana também). 

Depois do almoço fizemos uma visita ao Parque Terra Nostra, um dos mais belos jardins da Europa. Tem uma piscina de água termal a rondar os 25 graus e mais de 2000 espécies de arvores. 

DIA 5 – QUINTA DO AGRICULTOR E CHEGADA AO PICO

MANHÃ:

Estive na Quinta do Agricultor onde fiz uma verdadeira viagem no tempo e onde redescobri os aromas, os sabores e as atividades da antiguidade açoriana. Conhecemos a quinta com explicação das várias culturas e participamos na confecção de produtos locais

TARDE:

Partida para a Ilha do Pico …para a subida ao Piquinho. 

ALOJAMENTO: Hotel Alma do Pico.

RESTAURANTE: Cella Bar.

DIA 6 – SUBIDA À MONTANHA DO PICO 

RESTAURANTE: Ancoradouro.

Subimos ao ponto mais alto de Portugal com os seus 2351 metros de altitude. A Tripix foi quem nos acompanhou nesta aventura e foram excelentes guias de montanha. Foi uma ascensão desafiante, mas que nos deixa em perfeita harmonia com a natureza e em espirito de montanha. Depois de chegar ao Pico, tivemos o salto dos guerreiros até ao Piquinho. A vista é deslumbrante e conseguimos ver a três ilhas do grupo central: Graciosa, São Jorge e Faial. 

DIA 7 – WINE TOUR

RESTAURANTE: Casa da Âncora.

Visita de dia inteiro às vinhas do Pico. 

Passeamos pelas vilas de casas negras feitas de pedra vulcânica, vinhas e vinícolas para entendermos melhor a cultura do Vinho do Pico, Património Mundial da Unesco. 

Prova dos vinhos do Pico.

Praticamente todos os restaurantes onde estive foi em regime de jantar. Muitas das atividade que tínhamos eram em profundo contacto com a Natureza pelo que se tornou mais pratico fazer picnics e levarmos as nossas marmitas. Devo dizer-vos que comi a apreciar algumas das vistas mais bonitas do Mundo.  

Um agradecimento especial ao incrível Guia da Top Atlântico que veio connosco: O Pedro. É das pessoas mais prestáveis que conheci. 

Isabel Silva

A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.

É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.

Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.

Esta vontade de gerar um impacto positivo nos outros levou-a a criar novas áreas de negócio, como um ginásio de eletroestimulação – o Efit Isabel Silva – uma marca de snacks saudáveis, a IncríBel e a VOA.

A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.