Protetor solar: dicas essenciais para comprares o protetor ideal para ti e para o ambiente

Protetor solar: dicas essenciais para comprares o protetor ideal para ti e para o ambiente

Leia este artigo em: 9 mins
09.07.2023
protetor solar

A compra de um protetor solar dá-te pouco que pensar? Na verdade, é importante saberes como escolher o protetor solar ideal para te proteger a pele, mas – também – que preserve a tua saúde, assim como o ambiente. Aqui, é disto que vamos falar.

Os protetores solares são produtos desenhados para proteger a pele dos efeitos nocivos da radiação solar, principalmente dos raios ultravioleta. Existem dois tipos principais de radiação UV que podem afetar a pele: os raios UVB e os raios UVA. Os raios UVB são responsáveis pelas queimaduras solares e têm uma intensidade maior durante os horários de pico do sol. Os protetores solares contêm ingredientes, como filtros químicos ou minerais, que absorvem ou refletem a radiação UVB antes que ela atinja a pele. Esses ingredientes ajudam a prevenir queimaduras solares e danos imediatos causados pela exposição ao sol.

Os raios UVA têm uma intensidade constante ao longo do dia e são associados ao envelhecimento precoce da pele, bem como ao risco de cancro de pele. Para proteger contra os raios UVA, os protetores solares também podem conter filtros UVA, como dióxido de titânio ou óxido de zinco, que refletem ou dispersam esses raios. Assim os protetores solares são cremes com filtros solares para impedirem a radiação ultravioleta de danificar a pele.

Existem 2 grandes tipos de filtros solares, os chamados filtros químicos e os filtros físicos/minerais. Os filtros químicos absorvem a radiação UV e a convertem em energia menos prejudicial para a pele. Os filtros físicos/minerais, como o dióxido de titânio ou o óxido de zinco, atuam refletindo a radiação UV. A grande diferença entre eles é que os químicos entram na pele, neutralizam os raios e deixam resíduos dentro do corpo. Já os físicos/minerais não penetram no corpo, ficam à superfície e refletem os raios sem deixar resíduos dentro da pele.

No geral a maioria dos protetores solares no mercado contém dos 2 tipos de filtro, a não ser que sejam biológicos (só podem conter filtros físicos/minerais).

Independente do tipo de filtro o protetor solar antes de ser comercializado tem de ser sujeito a um teste de FPS. O Fator de Proteção Solar (FPS) é uma medida que indica o nível de proteção contra os raios UVB oferecida por um protetor solar. Um FPS mais alto indica uma maior proteção contra queimaduras solares. Por exemplo, um protetor solar com FPS 30 significa que levaria 30 vezes mais tempo para a pele ficar vermelha do que se não estivesse a usar protetor solar. Recomenda-se assim escolher um protetor solar com FPS 30 ou superior para uma proteção eficaz. Para pessoas de pele clara ou sensível, é preferível escolher um FPS mais alto, como 50 e para bebés e crianças 50+.

E depois ainda existem protetores solares biológicos, com formulações naturais, que apenas podem usar os já referidos filtros físicos/minerais. As certificações biológicas apenas permitem estes filtros pelo seu elevado perfil de segurança para a saúde e para o ecossistema. Os protetores físicos/minerais, como o nome indica, atuam formando uma barreira física, como se milhões de mini espelhos refletores fossem colocados na nossa pele. Como refletem os raios são eficazes para todos os raios ultravioleta, UVA ou UVB.

São totalmente foto estáveis, formam uma camada na superfície da pele e não são absorvidos. Como tal, não penetram na pele e por isso não interferem no metabolismo do corpo. Por outro lado, como estes filtros são feitos de minerais que existem na natureza a sua toxicidade não é elevada para com o ambiente marinho.

Apesar de usarmos filtros de proteção solar não estamos completamente protegidos contra a radiação solar. É preciso estarmos cientes que estes produtos atrasam o dano, mas não o impedem. E, por isso, toda a nossa exposição ao sol deve ser bem ajustada à pessoa, estilo de vida, grau de risco para ser benéfica e não prejudicial.

Vamos falar de uma exposição solar saudável?

Para mim o sol é uma ferramenta de bem-estar indiscutível! Melhora o humor, regula o nosso ciclo circadiano ajudando a ter sono à noite e a acordar com energia de manhã, promove uns ossos fortes pela síntese de vitamina D e segundo muitas medicinas ancestrais fornece energia quando nos sentimos mais cansados. Mas com tanta radiação ultravioleta devemos evitar a exposição direta desprotegidos nas horas de maior radiação ou mais calor. Assim entre o meio-dia e as 16h devemos recolher-nos para o interior de edifícios ou à sombra, usar óculos com proteção ultravioleta, tapar o corpo com roupa e chapéus, de preferência feitos de fibras naturais porque a % de proteção é maior (por exemplo uma t-shirt de algodão filtra 90% de radiação solar quando uma sintética apenas se fica pelos 60%) e usar protetor solar com frequência. Por outro lado, para sintetizar a vitamina D precisamos de exposição solar na pele, pelo menos 15 a 20 minutos diários e sem proteção solar ou vidros a impedir os raios de atuarem na pele. Mas podemos escolher o horário e a zona do corpo sujeita à exposição. É sempre ideal que seja de manhã cedo ou ao fim do dia e de preferência não no rosto para impedir o envelhecimento precoce da pele, ou evitando zonas com lesões ou outros fragilidades pessoais.

É importante ressaltar que a eficácia do protetor solar depende da aplicação adequada e da reaplicação regular. O protetor solar deve ser aplicado generosamente em todas as áreas expostas do corpo e reaplicado a cada duas horas, especialmente após nadar, suar ou secar-se com uma toalha.

protetor solar

Alguns Mitos Sobre os Protetores Solares

Os protetores solares têm de ser aplicados 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol.

Mito: depende do protetor solar escolhido – apenas o protetor solar com filtros químicos tem de ser aplicado com antecedência. O protetor físico/mineral é colocado e como atua refletindo os raios está logo pronto a atuar na pele.

Usando protetor também se consegue sintetizar a Vitamina D.

Mito: os protetores solares impedem a radiação de atuar na pele e é através da sua atuação que a vitamina D é sintetizada.

Os protetores físicos/minerais deixam a pele branca.

Mito: hoje em dia já se conseguem ter protetores solares com partículas pequenas e fáceis de espalhar. Já não é necessário ficar branco.

Dependendo da marca o filtro solar protege mais.

Mito: o teste que é feito é nas mesmas condições e em laboratórios independentes para todas as marcas. O que muda não é o grau de proteção solar, mas sim os ingredientes em redor que podem fazer diferença. Pele mais hidratada, não conter irritantes, álcool, fragrâncias com alérgenos, etc.

Uso um protetor resistente à água e pro isso não preciso de voltar a aplicar.

Mito: todos os protetores solares têm de ser novamente aplicados porque transpiramos, limpamo-nos, temos contacto com a areia e tudo isso acaba a remover o protetor solar.

Se a pele não estiver vermelha não apanhei radiação prejudicial à pele.

Mito: é completamente falso porque apenas a radiação UVB torna a pele vermelha e leva à queimadura solar, mas é a radiação UVA que é a responsável pelo envelhecimento da pele ou mesmo pelo aparecimento de cancros. E a radiação UVA não deixa a pele vermelha, nem quente.

Se estiver à sombra estou protegido da radiação.

Mito: existe radiação ultravioleta refletida que acaba a atingir quem está na sombra.


Guia de como escolher um protetor solar adequado

  1. Escolhe um FPS adequado: FPS 30 ou superior para uma proteção eficaz. Se tiveres a pele clara ou sensível FPS50 e para bebés, crianças, pessoas com cancro, doenças auto-imunes ou doenças de pele é preferível escolher um FPS mais alto, como 50+.
  2. Amplo espectro: certifica-te de que o protetor solar oferece proteção de amplo espectro, o que significa que ele também protege contra os raios UVA. Procura por protetores solares que tenham o símbolo “UVA” no rótulo, indicando a proteção contra esses raios. Não esquecer que o FPS apenas diz respeito à proteção contra a radiação UVB.
  3. Consistência e facilidade de aplicação: escolhe um protetor solar com uma consistência adequada ao teu tipo de pele, zona do corpo que vais aplicar e atividades que vais fazer durante a exposição ao sol. Escolhe entre stick, creme, loção ou spray.
  4. Resistência à água: se pretendes passar algum tempo na água, verifica-te se o protetor solar é resistente à água. Isso significa que ele não será removido com facilidade quando entrares na água ou suares. No entanto, mesmo com um protetor solar resistente à água, é importante reaplicá-lo após nadar ou transpirar excessivamente.
  5. Ingredientes: verifica os ingredientes do protetor solar e evita produtos que contenham substâncias potencialmente irritantes, como fragrâncias, corantes ou álcool. Se tens alergias ou sensibilidade a certos ingredientes, vê a lista de ingredientes antes da compra. Muitas alergias ao sol poderiam ser evitadas com exposição gradual e ausência de substâncias irritantes.
  6. Data de validade: confirma a data de validade do protetor solar antes da compra. Os ingredientes ativos do protetor solar podem degradam-se ao longo do tempo, tornando-o menos eficaz.
  7. Se puderes, escolhe protetores solares biológicos, mais seguros para a tua saúde e menos prejudiciais para o ambiente marinho.
  8. No rosto escolhe mate ou sem óleo se tiveres tendência para pele oleosa. E escolhe um protetor anti luz azul se o teu dia-a-dia for passado em frente a um computador.

O protetor solar ideal bloqueia os raios ultravioleta, mantem-se efetivo na pele por várias horas e não forma ingredientes perigosos quando degradado pela luz UV.

Cheiram bem e espalham-se com facilidade de forma a serem usados com frequência e nas quantidades requeridas. Parece simples, mas existem muito poucos que atinjam estes objetivos. A grande escolha é frequentemente entre protetores solares químicos que cheiram bem e espalham-se com facilidade, mas tem estabilidade inferior, formam radicais livres, penetram na pele e interferem com o nosso sistema e os protetores físicos/minerais (tipicamente zinco e titânio) que eram mais difíceis de espalhar (hoje já é um mito), mas tem muitas outras vantagens: o perfil de segurança é melhor nos minerais, por serem mais estáveis à luz solar, não penetrarem tanto na pele e oferecerem proteção UVA e UVB garantida. Mas devemos procurar protetores minerais que garantam o não uso de nano partículas, senão estas são novamente muito pequenas, menos estáveis à luz e voltam a penetrar na pele e a formar radicais livres.

Qual é o impacto dos protetores solares com filtros químicos no ecossistema?

Há estudos que demonstram que as substâncias químicas presentes nos protetores solares UV têm um efeito prejudicial nos ecossistemas. Os resíduos dos protetores libertados no mar destroem bactérias do plâncton, o que altera a sua simbiose com os corais e consequentemente provoca o branqueamento de recifes de corais, levando à sua morte. Mais, os protetores solares com químicos potenciam a proliferação de vírus no mar por induzirem o ciclo lítico de procariontes que tenham infeções lisogénicas. De facto, estes filtros exponenciam a propagação de vírus que causam a morte dos corais, ao ponto de terem sido proibidos em praias de certas regiões, especialmente zonas turísticas. Para além de afetarem os corais ao modificarem o plâncton – alteram toda a cadeia alimentar dos oceanos.

Cátia Curica

Farmacêutica e macrobiótica, mas foi a medicina tradicional chinesa que a fez entender a pluralidade do que é “ser saudável”. Cátia Curica acredita numa beleza natural e na saúde proveniente da natureza.

É através das lojas “Organii”, que se dedicam à cosmética biológica, e da marca “Unii”, desenvolvida na sua fábrica situada em Sintra, que a empreendedora ajuda as pessoas a terem uma pele saudável, num corpo igualmente saudável: sempre através da natureza.