Vivemos numa época em que somos constantemente bombardeados por coisas que nos fazem mal e que afetam a nossa saúde, mesmo que nem nos apercebamos disso. Somos convencidos a ficar em casa a ver “só mais um episódio” daquela série, por preguiça adiamos aquela aula do ginásio em que nos inscrevemos, vamos sair à noite e beber uns copos com os amigos porque “temos de aproveitar a vida” e quando chega a hora de comer, bom, comemos sempre muito mais do que necessitamos, e comemos sobretudo mal, demasiada porcaria.
Contra mim falo. Também tenho os meus momentos em que gosto de ficar deitada no sofá com o meu Caju, enquanto bebo um copo de vinho e como chocolates. Mas sabem uma coisa? Esta deve ser a exceção, e nunca a regra.
Faço por promover um estilo de vida saudável nos meus canais digitais, aqui no meu blog e nos meus livros, mas no meu último livro falo de uma coisa que foi muito importante para mim em 2018: encontrar o equilíbrio. Equilíbrio no meu desporto, na minha mente, na minha alimentação, e equilíbrio passa por comer lambarices quando me apetece, porque posso. Equilíbrio passa por ficar mais horas na cama e por pedir aquela bebida no aniversário de um amigo. Mas equilíbrio também é chegar a casa depois dessa saída à noite e deitar-me cedo, acordar por vezes às 5 da manhã, tomar um pequeno-almoço do bem e ir treinar. É assim que eu sou feliz.
Muitas vezes, muitos de nós não temos noção do mal que estamos a fazer ao nosso corpo ao não manter este equilíbrio. E há três coisas que, de certa forma, se tornaram nos venenos da nossa sociedade. Fala-vos do excesso de álcool, do sedentarismo e sobretudo o consumo excessivo de açúcar refinados.
Todos sabemos à partida que estas três coisas são más para o nosso corpo, mas o que é que acontece ao nosso corpo, à nossa saúde, quando bebemos muito álcool, quando não praticamos exercício físico e quando comemos demasiadas porcarias? Foi isso que perguntei à Iara Rodrigues, a minha nutricionista.
“Ter um estilo de vida sedentário, uma alimentação rica em gorduras e hidratos de carbono e onde existe excesso de peso está associado ao desenvolvimento de resistência à insulina e, por isso, possibilita o aparecimento de Diabetes Tipo 2”, diz a Iara. “A nossa geração é provavelmente uma das mais sedentárias e seria de espantar que com estas alterações do estilo de vida não houvesse repercussões.”
Talvez muitos de vocês não tenham noção, mas a Diabetes Tipo 2 é uma doença que pode surgir em qualquer momento da nossa vida e que, muitas vezes, não é diagnosticada. É uma doença crónica, o que quer dizer que, assim que o vosso médico vos disser que a têm, não há volta a dar, vai estar convosco para o resto da vida, sendo que, se não for tratada pode ter várias consequências a longo prazo como doenças cardíacas, AVC, cegueira e, em casos mais graves, pode até causar ataques cardíacos que podem ser mortais.
E o pior de tudo isto é que, segundo os dados da Federação Internacional da Diabetes, mais de 425 milhões de pessoas em todo o mundo têm diabetes, e espera-se que o número tenha tendência para aumentar. Talvez seja por isso que este ano surgiu uma lei para que todas as bebidas e alimentos com gorduras e açúcar excessivo tivessem sido banidas dos anúncios para crianças — podem ver a notícia aqui.
Percebem agora porque é que é tão importante manter este tal equilíbrio de que vos falei? A Iara explicou-me, e bem, que basta alterarmos a nossa mentalidade e a forma como olhamos para as prioridades da nossa vida. Comer melhor, ter uma dieta mais rica, com ingredientes do bem, variada e que respeite o nosso corpo, fazer desporto, nem que seja uma caminhada de 30 ou 40 minutos por dia e beber o mínimo de álcool possível são passos que cada um de nós pode dar.
E agora vocês pensam “lá vem ela com os fundamentalismos”, mas não, malta. Como vos disse, não sou nem quero ser fundamentalista, mas tal como vos expliquei quando aceitei o desafio da quaresma vegana o facto de ser uma figura pública pode causar algum impacto em vocês e, quem sabe, fazer-vos repensar os vossos hábitos.
Não descurem as vossas análises, ouçam os conselhos do vosso médico e não se desleixem. Para mim, não há nada mais importante nesta vida do que ter saúde. Saúde para estar com os meus amigos, com a minha família, praticar desporto e, acima de tudo, ser feliz.
A Isabel Silva nasceu a 8 de maio de 1986 e é natural de Santa Maria de Lamas. Licenciou-se em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Cinema e Televisão pela Universidade Católica. Fez um curso de Rádio e Televisão no Cenjor e foi o seu trabalho como jornalista e produtora de conteúdos na Panavídeo que a levou para a televisão, em 2011. Durante 10 anos apresentou programas de entretenimento e, de forma intuitiva e natural, percebeu que aquilo que a move é a criação de conteúdos que inspirem, motivem e levem os outros a agir. Tem uma paixão enorme por comunicar e tudo o que comunica está intimamente ligado a uma vida natural carregada de energia, alegria e simplicidade.
É autora dos livros “O Meu Plano do Bem”, “A Comida que me Faz Brilhar”, “Eu sei como ser Feliz” e da coleção de livros infantis “Vamos fazer o Bem”.
Descobriu a paixão pela corrida em 2015, em particular pela distância da Maratona – 42.195m. Tem o desejo de completar a “World Marathon Majors” que inclui as 6 maiores Maratonas do Mundo. Já correu Londres, Boston, Nova Iorque e Berlim.
A 14 de Dezembro de 2016 lançou o blogue Iam Isabel e que hoje, numa versão mais madura, mas igualmente alegre e enérgica, é o canal DoBem.