Quando se fala de saúde e qualidade da água, a maioria de nós pensa logo na água que bebe. E com razão: é essencial que a água que colocamos dentro do corpo seja pura, sem contaminantes e com um bom perfil mineral. Mas há uma pergunta que raramente é feita: e a água que colocas sobre a pele? Vamos olhar para o tema, porque a água que vai para dentro do teu corpo, através da pele, coro cabeludo ou respiração – entra e fica em ti. E qual será o impacto disto, a longo prazo? E como te podes proteger?

Todos os dias, durante o banho, expomos o maior órgão do corpo — a pele — a litros e litros de água canalizada. Se tomas duches quentes, essa exposição é ainda mais profunda: não só pela pele, mas também pelas vias respiratórias, que inalam os vapores do que quer que venha dissolvido nessa água.

A água é veículo. Transporta minerais benéficos, sim — mas também pode trazer consigo cloro, metais pesados, microplásticos, resíduos farmacêuticos e outros compostos invisíveis que entram no corpo sem pedirem licença.

Não é só aquilo que bebes que entra em ti — é também aquilo que respiras e absorves pela pele, todos os dias.

O QUE ENTRA PELA PELE, FICA EM TI

Quando pensas no que entra no teu corpo, provavelmente pensas na boca. Mas a verdade é que a pele — o maior órgão do corpo humano — também absorve. E muito. Diariamente, aplicamos cremes, desodorizante, sabonetes, gel duche, maquilhagem ou protetores solares. E tomamos banho. Muita gente preocupa-se com os produtos que usa… mas quase ninguém questiona a qualidade da água que a pele recebe.

A absorção transdérmica é o processo através do qual substâncias químicas atravessam a epiderme (camada exterior da pele) e entram no sistema circulatório. No banho, este fenómeno amplifica-se. A água quente abre os poros e aumenta a permeabilidade da pele, tornando mais fácil a entrada de compostos solúveis — como o cloro, os metais pesados (como chumbo, cobre ou mercúrio) e os disruptores endócrinos, como os trihalometanos (subprodutos do cloro).

Segundo o relatório “Percutaneous absorption of chemicals through the skin: significance in occupational and public health” (CDC & WHO), a pele pode ser uma via de exposição tão significativa quanto a ingestão oral ou a inalação, especialmente em ambientes de contacto diário e prolongado — como é o caso da água do chuveiro.

“A pele é uma superfície altamente absorvente – ela tem capacidade de absorver tudo o que entra em contacto com o nosso corpo. Produtos químicos na água, cosméticos ou até no ambiente penetram o organismo sem darmos conta.”
Rodrigo Ayoub, médico integrativo

A pele não é um impermeável. Ela respira, reage, sente — e absorve.

Os estudos indicam que até 64% do cloro presente na água quente pode ser absorvido pela pele ou inalado durante o banho, contribuindo para o aumento da carga tóxica no organismo. Este cloro, embora útil para desinfetar a água, pode agredir a barreira cutânea, destruir o microbioma da pele e competir com minerais essenciais no corpo, como o iodo.

Ignorar o que a pele absorve é como fechar os olhos ao que comemos: ambas as vias entram no corpo — e ambas têm impacto direto na nossa saúde a longo prazo.

CABELO E COURO CABELUDO: MAIS DO QUE ESTÉTICA

Quando pensamos em saúde capilar, quase sempre olhamos para fora: o champô certo, a máscara ideal, o óleo milagroso. Mas esquecemo-nos de olhar para a água — o primeiro e principal contacto que o nosso cabelo tem todos os dias.

O couro cabeludo é pele. Mas não é uma pele qualquer. É uma zona altamente vascularizada, sensível e metabolicamente ativa, com milhares de folículos pilosos e glândulas sebáceas que regulam a hidratação, a oleosidade e a proteção natural do cabelo.

É por isso que aquilo que entra em contacto com o couro cabeludo é rapidamente absorvido. E isso inclui os compostos presentes na água do duche.

A exposição a estes pode afetar profundamente a saúde do couro cabeludo e do cabelo, provocando:

  • Enfraquecimento capilar – o cloro pode quebrar as proteínas naturais do cabelo, tornando-o mais frágil e propenso à queda.
  • Alterações no microbioma do couro cabeludo – a flora protetora da pele é sensível ao pH e aos químicos. Um desequilíbrio pode gerar inflamações, caspa e sensibilidade aumentada.
  • Perda de brilho e elasticidade – a água com impurezas remove os óleos naturais do cabelo, deixando-o ressequido, baço e sem vida.
  • Agravamento de dermatites, psoríase e eczema – condições inflamatórias do couro cabeludo são frequentemente exacerbadas pelo contacto repetido com substâncias irritantes, como o cloro ou os resíduos metálicos da água.

Mais do que uma questão estética, o cuidado com a água que usamos no cabelo é uma questão de saúde e de respeito pelo nosso corpo.

O QUE RESPIRAS NO DUCHE ENTRA MAIS DEPRESSA DO QUE IMAGINAS

Tomar um duche quente pode parecer o momento mais inofensivo do dia. Mas o vapor que se liberta enquanto a água corre — especialmente em casas de banho sem ventilação adequada — pode ser muito mais do que apenas “vapor de água”.

Quando a água aquecida entra em contacto com o ar, compostos voláteis presentes na água canalizada evaporam junto com ela. Um dos mais preocupantes são os trihalometanos (THMs), subprodutos tóxicos formados quando o cloro usado para desinfetar a água reage com matéria orgânica residual.

Esses compostos são altamente voláteis, ou seja, transformam-se facilmente em gases e são inalados diretamente para os pulmões. Ao contrário da pele, o sistema respiratório não tem barreiras de proteção tão eficazes, o que significa que estas substâncias entram na corrente sanguínea com muito mais rapidez.

“Sempre pensei nisto: o cloro da água do duche fica vaporizado em gotículas e entra diretamente pelas vias respiratórias. Era como estar numa piscina.”
Dulce Costa

Num ambiente quente, húmido e fechado — como o duche — a absorção pulmonar é exponencialmente aumentada, e com ela a carga tóxica silenciosa a que nos expomos dia após dia. O resultado?

  • Irritações respiratórias crónicas, tosse seca ou sensação de aperto no peito sem causa aparente.
  • Agravamento de condições como asma ou rinite alérgica, especialmente em crianças e pessoas sensíveis.
  • Carga tóxica cumulativa que o corpo precisa de processar e eliminar, sobrecarregando o fígado e o sistema imunitário.

Ao purificarmos a água do chuveiro, não estamos apenas a cuidar da pele. Estamor também a proteger os teus pulmões — e, com eles, a  saúde a longo prazo.

O MICROBIOMA DA PELE TAMBÉM BEBE DA ÁGUA

A pele não é apenas uma barreira física. É um ecossistema vivo. Milhões de microrganismos habitam a nossa epiderme e formam o chamado microbioma cutâneo — uma camada invisível que regula inflamações, protege contra agentes patogénicos e participa ativamente na saúde imunitária.

E tal como o intestino, o microbioma da pele responde ao meio onde vive. A qualidade da água com que lavamos o corpo diariamente influencia — para melhor ou pior — este delicado equilíbrio.

Um dos fatores mais críticos é o pH da água. A pele humana tem naturalmente um pH ligeiramente ácido (entre 4.7 e 5.5), essencial para manter a flora benéfica estável e ativa. No entanto, muitos sistemas de abastecimento fornecem água com pH alcalino e rica em cloro — o que pode alterar este balanço e comprometer a função protetora da pele.

O contacto repetido com água rica em cloro, metais pesados e outros desinfetantes pode:

  • Destruir bactérias benéficas, criando espaço para microrganismos oportunistas e inflamatórios.
  • Aumentar a permeabilidade cutânea, tornando a pele mais reativa e vulnerável.
  • Agravar condições dermatológicas como rosácea, acne, eczema e dermatite atópica.
  • Desequilibrar o manto hidrolipídico, provocando sensação de secura, prurido ou vermelhidão.

“A água do banho é um fator silencioso, porém decisivo, na proteção da microbiota da pele e na preservação da integridade respiratória.”
TonTon, biohacker e especialista em saúde integrativa

Estudos recentes confirmam esta ligação entre a composição da água, o pH cutâneo e a diversidade do microbioma da pele, demonstrando que ambientes aquáticos agressivos podem favorecer a inflamação crónica e acelerar o envelhecimento da pele.

IMPACTO A LONGO PRAZO: O QUE NÃO VÊS, MAS ACUMULAS

Nem tudo o que afeta a tua saúde deixa marca visível. Muito do que entra no corpo — pela pele, pelos pulmões, pela água — fica silenciosamente acumulado, sem sintomas imediatos, mas com efeitos reais e cumulativos ao longo do tempo.

Chama-se a isto bioacumulação: o fenómeno em que metais pesados, resíduos químicos, disruptores endócrinos e outras toxinas ambientais se instalam progressivamente no organismo. O corpo tenta expulsá-los — via fígado, rins, pele e intestino — mas nem sempre consegue acompanhar o ritmo da exposição.

Como vimos, uma água do banho, quando não filtrada, coloca-nos em contacto com compostos que não são neutros. A ciência já demonstrou que exposições prolongadas e repetidas, mesmo em pequenas quantidades, estão ligadas a um conjunto de doenças e desequilíbrios, entre eles:

  • Disfunções hormonais, provocadas por disruptores endócrinos que mimetizam ou bloqueiam hormonas naturais.
  • Problemas de fertilidade, associados a alterações na função ovárica, espermática e hormonal.
  • Doenças autoimunes, como resultado de processos inflamatórios crónicos e desregulação imunológica.
  • Envelhecimento precoce da pele, pela degradação do colagénio, stress oxidativo e perda da barreira protetora natural.

Tudo isto, sem falar do cansaço inexplicável, das alterações de humor, das sensibilidades cutâneas — sinais que o corpo dá quando está sobrecarregado de toxinas que não devia ter absorvido em primeiro lugar.

Por isso, proteger a pele, os pulmões e o couro cabeludo da exposição diária a esta carga tóxica não é um luxo. É um ato de prevenção inteligente.

QUALIDADE DA ÁGUA EM PORTUGAL E NO MUNDO

Em Portugal, temos o privilégio de aceder a água canalizada considerada potável e segura para consumo humano, segundo os parâmetros definidos pela ERSAR — Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos. O seu relatório anual destaca que a qualidade da água da torneira atinge níveis superiores a 98% de conformidade legal.

Mas a potabilidade não diz tudo.

Aquilo que torna a água “segura” para ser bebida não significa necessariamente que seja ideal para ser absorvida pela pele, inalável ou compatível com a saúde a longo prazo. A água que chega à nossa casa percorre um longo caminho e é tratada com vários produtos químicos para garantir a sua desinfeção.

Cloro, resíduos de medicamentos (como antibióticos, anticoncecionais e anti-inflamatórios) que não são totalmente removidos nas estações de tratamento, pesticidas e herbicidas agrícolas, que se infiltram nos lençóis freáticos e acabam na água da rede, metais pesados que podem estar presentes nas canalizações antigas ou nos próprios sistemas municipais existem.

Internacionalmente, o cenário é semelhante: mesmo em países desenvolvidos, a presença de contaminantes emergentes na água canalizada tem sido alvo de alerta por parte da OMS e da comunidade científica. Há um desfasamento entre a tecnologia de deteção de contaminantes — que avança todos os anos — e os limites legais e infraestruturas de tratamento, que muitas vezes não acompanham essa evolução.

Um dos grandes problemas? A ausência de purificadores domésticos eficazes. Em muitos lares, a água usada para cozinhar, tomar banho ou escovar os dentes chega “limpa”, mas carregada de compostos.

A ÁGUA QUE PROTEGE: O IMPACTO DE UM BOM PURIFICADOR

Se a água canalizada transporta muito mais do que aquilo que os nossos olhos veem, os filtros ou purificadores tornam-se uma das formas mais simples e poderosas de devolver pureza ao que nos toca. Ainda assim, muitos continuam a pensar nos filtros de chuveiro como um luxo… quando, na verdade, deveriam ser vistos como um cuidado básico de saúde.

Um bom filtro — especialmente os que combinam carvão ativado, KDF (Kinetic Degradation Fluxion) e camadas cerâmicas — é capaz de remover ou neutralizar até 99% das substâncias tóxicas da água. A água torna-se mais leve, com pH equilibrado, sem odor químico e muito mais segura para o contacto diário com a pele, o cabelo e as vias respiratórias.

Na DoBem, como sabem, conhecemos e confiamos na marca VOA para nos ajudar com esta e outras questões ligadas a uma água pura.

Com o VOA Shower ATHENA, por exemplo, a água do banho passa por um processo de purificação eficaz, sem aditivos químicos. O resultado é uma água livre dos principais agressores invisíveis, que respeita a integridade da pele, preserva os óleos naturais e torna o ato de tomar banho num verdadeiro momento de regeneração.