Foi a 5 de Novembro de 2017, está agora a fazer um ano que eu corri a EDP Maratona de Porto. É uma prova que vai ficar para sempre no meu coração e na minha memória, não só porque foi aqui que bati o meu recorde à Maratona, com 3h14’03’’, mas sobretudo porque por esta altura vivi dias maravilhosos entre amigos, momentos daqueles que, agora, ao recordá-los, fazem bater uma nostalgia das boas.
Este domingo, 4 de novembro, muitos vão correr a 14ª edição daquela que é, para mim, uma das provas mais bonitas do Mundo, ou não tivesse ela a energia e a raça das gentes do norte. Para quem não leu, pode recordar aqui tudo o que eu vivi ao longo desses 42,195 km.
Só que uma Maratona é muito mais do que o dia da prova. Envolve uma preparação mínima de três meses, caso se queira terminar bem, uma alimentação cuidada, foco, determinação, descanso. E depois há um fator muito importante, e que só quem o vive é que o percebe: é tudo muito melhor, mais fácil, mais motivador quando corremos com os nossos amigos, camaradas de corrida, as pessoas que sentem a maratona da mesma forma que nós.
A jornada é só minha naquele dia, mas acreditem que toda a minha motivação e entusiasmo existem porque eu não corro sozinha. Eu amo os meus amigos e são eles que me fazem querer correr para o resto da minha vida.
Tenho reservado para vocês uma série de três episódios sobre a minha Maratona no Porto, no ano passado. É uma espécie de documentário sobre como foram aqueles dias maravilhosos que antecederam a corrida. Vai fazer agora um ano e acredito que muitos de vocês estão a sentir aquilo que eu vivi naquela altura. Nestes três episódios, não vou partilhar a minha experiência durante a prova, mas sim o espírito que vivemos entre nós, o amor e a amizade que eu e os meus camaradas de corrida vivemos.
No fundo, vão perceber que nós, os runners, somos uma Família. E só quem vive isto é que entende o que estou a dizer.
Episodio 1: Sexta-feira, 3 de dezembro (A viagem)
Malta, o dia em que eu rumei ao Porto. Fiz as minhas malas em Lisboa e segui, com os meus amigos para Espinho. Como sabem, sou de Santa Maria de Lamas, mas como éramos muitos (bastantes até), ficámos no meu apartamento de Espinho para estarmos mais à vontade. Os rituais de um corredor nestes dias são muito diferentes das rotinas habituais, por essa razão, a melhor opção é estarmos todos juntos no mesmo sítio, para não atrapalhar ninguém. E assim foi. Antes de chegarmos, ainda passámos pelo Porto para jantarmos. Tínhamos veganos na equipa, e procurámos encontrar sugestões para que todos pudessem comer o que gostam, e comer bem.