Depois de vermos este documentário, a nossa vontade ficou clara: queremos fazer um estágio em cada uma destas zonas. Não apenas porque, aqui, as pessoas são – na sua maioria – centenárias e parecem deter o segredo para uma vida longa e feliz. Mas porque estes segredos estão ligados a formas de se viver a vida. A descomplicação. A escolhas equilibradas. E a conexão.
Todos concordamos que existem regras que são inegociáveis para nutrir o nosso corpo – mas o ambiente, a família e a cultura em que nascemos (e no qual crescemos) influência muito a forma como vamos viver e a nossa saúde física, emocional e mental.
No documentário “Blue Zones” – baseado em uma pesquisa e conceito desenvolvido por Dan Buettner – investigam-se zonas que são consideradas como exemplos de comunidades onde a longevidade é uma característica comum. Existem várias destas regiões ao longo do globo – cada uma com as suas próprias particularidades. Contudo, quando cruzadas as ações que podem ser a explicação para se viver mais, denotaram-se alguns denominadores comuns:
Conforme íamos conhecendo estes moradores das Blue Zones – ou Zonas Azuis – percebíamos que todos têm estilos de vida e culturas muito diferentes – contudo havia rotinas que são iguais.
Cada um se encontra em algumas coisas – coisas estras que mantêm o nosso equilíbrio e ativam a nossa cura interna.
Umeto Yamashiro, 101 anos
O seu segredo:
– divertir-se sempre e dá boas gargalhadas
– Não se zangar e perdoar
– É otimista – faz o que gosta e faz os outros felizes
Miyo Toshiro, 97 anos
Senta-se no chão e ainda trabalha no jardim – o que a faz agachar-se muitas vezes. Fortalece-se de forma natural. Tem o seu Ikigai presente.
Vittoria Mere, 94 anos
A fé move-a! Literalmente. Vai todos os dias à igreja que fica no cimo de uma aldeia cheia de declives e escadas. Move-se, naturalmente, durante o dia.
Gino Locci, 93 anos
Foi pastor, como a maioria dos homens. A sua rotina era: sair cedo com os animais, andar – dormir uma sesta – voltar e ir conviver com os amigos. Esta tranquilidade permitiu-lhe ter menos stresse e estar mais apto a lidar com o mesmo.
Giulia Pisanu, 94 anos
Não tem filhos, mas sabe que a pedra basilar da vida é a família. Tem sobrinhos e familiares que tomam conta dela à vez. Porque, aqui, a família cuida dos seus idosos – não há lares. Ao invés, há uma conexão com os idosos que são vistos como tesouros a serem valorizados.
Loida Medina, 84 anos
Sabe que há um segredo importante para a longevidade e para evitar depressões: exercício e a comunidade. Fora isso, como adventista, faz uma alimentação vegetariana e é uma pessoa praticante e cheia de fé.
Marijke Sawyer, 74 anos
Escolhe ser produtiva e faz voluntariado de forma ativa. Diz que o mesmo cria alegria pura e reforça laços sociais.
Ernest Zane, 95 anos e a sua esposa
Desliga de sexta à noite a segunda de manhã e, nesse tempo, dedica-se à prática de coisas que gosta e à sua fé e religião.
Vaso Parikos, 88 anos
Teve de aprender a ser resiliente num território onde o solo é árido e onde a população local teve de aprender a sobreviver por si só. Aprender a conhecer as ervas e usa-as, por exemplo em chá, a seu favor.
Giorgos Stenos, 90 anos
Sabe a importância do mel cru (ou natural) para adoçar o que é preciso. Aproveita todas as suas propriedades.
Panagiotis Kouloulias, 96 anos e Aleka Mazari, 81 anos
Apaixonaram-se já idosos e depois de terem ficado viúvos. Escolheram desenvolver um alto nível de companheirismo – numa parceria feliz e comprometida. Assim, investem na relação e sentem que esta é constantemente nutrida.
Ramiro Guadamuz, 100 anos
Pasta o gado a cavalo – como sempre o fez a sua vida toda. Tem um plano de vida e sabe abrandar e escolher as coisas que realmente são importantes para ele.
Juan Carrillo, 86 anos
Faz as coisas à mão e mantém o seu metabolismo ativo. Trabalha das 6h00 às 22h00 – com um descanso a meio do dia.
O que é fascinante, é que há várias coisas que nos podem ajudar a chegar mais longe, mas é a forma como as pessoas escolhem viver e sentem a vida que faz a diferença. Tens de escolher o que te vai ativar e onde e com o quê que te pode ajudar a mudar.
E como o Dan Buettner diz: “o mais curioso é que o que nos faz viver uma vida longa – é o mesmo que faz a vida valer a pena.”