Eu preciso escrever! Sabem – aquela necessidade que parece vontade, mas não é só isso. Por isso, sempre estive rodeada de cadernos e continuo a TER de pôr no papel certas coisas – como, por exemplo, os meus “to do’s”. Pode estar no digital, pode e está. Mas parece que se não estiver no papel há algo que não está certo. Fico com uma aflição no peito, como se algum assunto estivesse no ar e não se fosse concretizar, de forma ordenada, se não tivesse no papel. Ah, e não num papel qualquer! Num papel que goste, que flua – com canetas que também elas me transmitam estas sensações. Com os Diários, é igual. Preciso deles – preciso escrever neles – nem que seja com tópicos, datas e bullets. E – preciso tê-los ao pé de mim. Porque, afinal, nunca se sabe quando temos uma epifania que precisa ser anotada!
Estes diários oferecem-me um espaço íntimo para explorar pensamentos, sentimentos e experiências. Chamo-lhes “espirituais” porque, no fundo, é a história da minha alma – do meu espírito – que lá está gravada. O meu trajecto por esta vida, nesta terra. Então, embora tenham temas bem concretos de ciclos meus – são páginas onde está todo o meu Ser e os sentires dos meus corpos todos: espiritual, emocional, mental e físico.
Para mim, um diário espiritual é um caderno onde registo as minhas reflexões, emoções, intenções e insights relacionados a minha jornada por este mundo. Desde que os comecei a escrever, aos 14 anos, até agora – tenho 3. Sempre que escrevo, coloco a data.
O que os meus diários incluem:
Como vês, tenho aqui a minha vida! Todas as minhas pegadas são escritas lá.
As intenções são, para mim, o mais importante que encontro pelas páginas dos meus Diários Espirituais. Elas permitem-me perceber o que desejava com todas as minhas forças e, claro, as minhas carências, desafios e necessidades.
Como medito (quase) todos os dias – ou seja, como “falo” com o alto todos os dias e faço trabalho espiritual semanal, tê-las anotadas tranquiliza-me. Isto porque, quando estás no meio do turbilhão, a clareza mental desaparece e o que tinhas alinhado e em consciência tende a ficar ténue. De entre as intenções que mais se repetem, tenho:
As orações – mais do que os mantras – são outros dos segmentos aos quais recorro muito, uma vez que só anoto orações que têm um alto significado para mim e que sinto como fortes – que tenho vontade de dizer, que faz sentido para o meu Ser. Muitas vezes, tenho fragmentos de várias orações que – todos juntos, criam algo mais pessoal e cheio de significado interno. Faço muito isso para as orações de início de terapia – faço Cura Energética Multidimensional a quem recorre a mim e começo sempre com algumas orações de abertura para abrir, limpar, energizar e equilibrar o espaço e a sessão. Para este efeito, as orações que os outros criaram nunca me pareciam ecoar a cem por cento comigo e custava-me quando proferia frases que nem sempre sentia. As minhas orações têm de estar muito bem escritas – dentro do meu alinhamento – porque, caso contrário, já não as verbalizo com a mesma força.
Esta, que partilho convosco, tem sido uma das minhas companheiras deste ano. É uma oração para o Ori – ou seja, para a nossa cabeça ou consciência, Eu Superior ou alma. É mesmo muito importante para mim, porque eu sou uma pessoa que se perde por entre os medos, as culpas, as dúvidas e o receio de errar. Então é assim:
“Abençoa-me,
Equilibra-me,
Protege-me e guia-me no bom caminho.
Ajuda-me a encontrar-me e torna-me melhor a cada dia.
Que possas guiar cada passo meu.
Que me permitas chegar o mais longe que existe dentro de mim.
Que eu possa sempre ser justa, honesta e transparente com a minha verdade.
Traz força para mim.
Pelo bem do meu Ori, que qualquer assunto pelo qual esteja a passar fique doce no final.
Ampara-me e guia-me: aqui, agora e sempre. Que assim seja.”
Bem, é simples. Sabes a cena de fazer pelo sentir? É isso! E olha que sou muito indisciplinada – não penses que isto é só para gente comprometida e certinha. Isto é uma necessidade minha e faço-o sempre que me apetece. E, acredita, apetece-me muitas vezes. Então, o que te posso recomendar:
O que gostava de te transmitir – que conseguiesse mesmo sentir – é que os Diários Espirituais são muito mais do que simples cadernos; são companheiros, espelhos, ferramentas de crescimento pessoal e espiritual. São as tuas pegadas por este mundo fora. Ao registrar as tuas experiências, reflexões e aprendizagens, aproximas-te de ti mesma e do que há de mais sagrado em ti.