Admiramos profundamente o trabalho da Kalid e da Luna, da INJOY. Eles vivem aquilo que transmitem: uma pedagogia do corpo que devolve presença, uma ponte sincera entre sabedoria antiga e ciência, e um espaço seguro onde a respiração volta a ser linguagem de verdade. Na DoBem, procuramos trazer temas à consciência com humanidade e profundidade — por isso fez-nos sentido convidá-los a escrever esta crónica: queríamos que ouvisses, de quem pratica e guia, como a respiração pode reorganizar o que estava preso e abrir caminho de volta a ti.
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Às vezes, a vida muda num gesto tão simples como respirar.
Foi o que aconteceu connosco no nosso primeiro contacto com o breathwork. Podia ter sido apenas curiosidade, mas foi também necessidade. Embora em momentos diferentes, estávamos naquelas encruzilhadas em que a vida dá um abanão e a sensação que fica é a de que falta algo essencial.
Entrámos numa sala, deitamo-nos no chão em colchões, com um grupo que estava ali com a mesma intenção. Bastaram alguns minutos para perceber que a respiração consciente é muito mais do que ar a entrar e a sair. O som, o movimento e a respiração encontraram um ritmo, e o corpo começou a falar. Primeiro veio o calor, depois o tremor, depois uma libertação que vai além de mil palavras.
O breathwork mostrou-nos algo simples e profundo: a forma como respiramos conta a história da forma como vivemos. E percebemos – como talvez tu, que nos lês, também reconheças isto – que a nossa respiração tinha sido, até então, contida, quase invisível, meramente funcional – como se tivéssemos aprendido a sobreviver em vez de viver.
Naquele dia, percebemos que respirar é, em si, um convite para sentir – a ponte mais simples e mais poderosa de volta à vida.
Desde então, a respiração tornou-se um pilar central na nossa vida e no nosso trabalho. É o ponto de partida e o fio condutor de tudo o que fazemos – nos cursos, nos retiros e nas sessões individuais. É através dela que o corpo encontra o caminho de volta à presença.
Fez-nos olhar para o corpo de outra forma: não como algo a corrigir, mas como algo a compreender. Mostrou-nos que a respiração está sempre a traduzir o que sentimos – e que, quando a deixamos fluir, ela reorganiza o que estava preso. Respirar com consciência é deixar o corpo lembrar-se do seu ritmo natural. É libertar o que pesa, dar espaço ao que precisa de chegar. É uma prática tão antiga como a própria vida, mas esquecida por quase todos nós.

Sabedoria antiga e ciência moderna
Muito antes de a respiração se tornar tendência ou hashtag, já era uma sabedoria viva em várias culturas do mundo. Diferentes tradições de sabedoria sempre souberam, pela experiência directa, o que a ciência, hoje, confirma: que a forma como respiramos influencia todas as dimensões de que somos feitos: corpo, mente, emoções e espírito.
No Oriente, o prana dos yogis é visto como a força que sustenta a vida. Na Grécia antiga, chamavam-lhe pneuma, o sopro que anima o corpo. Para os havaianos, o ha era o sopro de união com a natureza e com o espírito. Em várias tradições indígenas, o ar é mais do que um elemento – é uma força viva, em constante troca com a Terra.
Práticas de respiração têm sido usadas ao longo dos tempos para entrar em estados expandidos de consciência – espaços internos de clareza, visão e conexão com o que é maior do que nós.
Hoje, a ciência reconhece aquilo que os antigos sabem há tanto tempo – a respiração reflete o nosso estado interno com uma precisão silenciosa: acelera quando estamos ansiosos, bloqueia quando reprimimos emoções, encurta quando vivemos em modo de sobrevivência.
E quando aprendemos a observar o modo como respiramos, começamos a perceber como vivemos. A respiração é o espelho do corpo e da mente – e é também a ferramenta mais direta que temos para nos regular.
Sabemos que uma respiração profunda e consciente ativa o sistema nervoso parassimpático, ajuda a regular o stress e a equilibrar o sistema hormonal. Sabemos que melhora a oxigenação do cérebro e aumenta a clareza mental. E também que sustenta o corpo na sua capacidade natural de regenerar e restaurar o equilíbrio.
Mas há algo que a ciência começa agora a explorar e que as tradições antigas sempre reconheceram: que a respiração tem um impacto emocional e relacional. Respirar conscientemente ajuda-nos a libertar tensão acumulada, a processar emoções e a criar mais espaço interno para responder à vida, em vez de reagir a ela. A respiração toca ambos os mundos – o fisiológico e o emocional – e liga-os num mesmo movimento.
O corpo lembra, a respiração liberta
O nosso corpo guarda todas as nossas histórias – de trauma, de medo, de esforço – e a respiração é uma forma poderosa de as ouvir e transformar. Numa sessão de breathwork, algo começa a mover-se por dentro: o que antes estava adormecido começa a despertar: tensões, memórias, emoções que ficaram guardadas na armadura dos músculos e na contenção do peito. Respirar assim é dar ao corpo a possibilidade de falar a sua própria linguagem. Uma linguagem que é mais antiga do que as palavras.
Nos retiros e nas sessões que facilitamos, vemos este processo a acontecer vezes sem conta. Há quem comece a respirar de forma contida, com o corpo em defesa, e termine de coração aberto, leve, espantado com a capacidade de, afinal, sentir. Há quem chore, quem ria, quem sinta o peito a expandir-se como se reencontrasse um ritmo esquecido. Não é uma catarse, é uma reorganização. É o corpo a perceber que já não precisa de estar em alerta.
A respiração não apaga o que vivemos, mas cria espaço para que o que vivemos seja integrado. O que antes era tensão torna-se movimento, o que era esforço transforma-se em presença. Quando respiramos com consciência, damos ao sistema nervoso a mensagem que ele mais precisa de ouvir: aqui e agora, estás seguro. E é nesse espaço seguro que a mente clareia, o corpo recupera energia e e se abre a estados mais amplos de consciência e presença.
O poder do breathwork não está em mudar quem somos, mas em permitir-nos reconectar com quem realmente somos. É isso que procuramos facilitar nos nossos retiros e nas sessões: um lugar de reencontro e reconexão, onde cada respiração é um convite a voltar – não a um ideal, mas a um estado natural de presença.
Voltar a casa
É por tudo isto que dizemos que respirar é voltar a casa. E essa casa não é um lugar fora de nós. Talvez seja por isso que, depois de uma sessão, tantas pessoas dizem “sinto-me mais eu”. Porque a respiração devolve-nos vitalidade, brilho no olhar, clareza, a sensação de estarmos inteiros outra vez. Não elimina a dor, mas lembra-nos de como atravessá-la com o coração aberto.
Respirar (com consciência) é dizer sim à vida. É abrir espaço para que o que está dentro possa dançar com o que está fora. É deixar o corpo lembrar-se da alegria natural de existir.
E é isso que procuramos em cada sessão de breathwork: esse instante em que o ar entra e tudo se transforma – não porque o mundo muda, mas porque nós voltamos a casa. E essa casa é o corpo – o lugar onde tudo começa.
Kalid & Luna
Fundadores do Método Injoy
Se sentiste ressonância com estas palavras, talvez esteja na hora de voltares também. Respiração a respiração, passo a passo, há um caminho de regresso a ti – e estamos aqui para te acompanhar.
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Kalid
Fundador da Injoy, terapeuta e facilitador, com mais de 20 anos de experiência, integrou aprendizagens de várias tradições para criar pontes entre sabedoria ancestral e processos terapêuticos modernos. Usa ferramentas como breathwork, bioenergética, meditação e rituais para facilitar transformações profundas com segurança e presença. O seu propósito é inspirar cada um a viver com mais verdade e realização.

Bárbara Luna
Comunicadora e professora de Yoga & Breathwork desde 2003, com Pós-graduação em Psicologia Positiva Aplicada e mais de 10 anos de ensino, a Luna dedica-se a levar bem-estar a diferentes idades e contextos. A maternidade e a Parentalidade Consciente aprofundaram a sua visão. Na Injoy, lidera a comunicação, co-cria experiências com o Kalid e apresenta o podcast — com a missão de ajudar pessoas a recuperar a sua melhor vibração e a viverem a sua melhor vida.

 
      
    