Quiz O Teu Mal É Sono

Adorávamos saber quantos de vós enganámos com esta afirmação. Na realidade, uma das características dos sonhos é esquecermo-nos deles. Se acordas a recordares-te do sonho é porque, em algum momento, tiveste um microdespertar e, nesses segundos de consciência, conseguiste memorizá-lo. Sonhar muito e todos os dias pode ter um impacto negativo no dia a dia, ser cansativo e sinal de algum distúrbio que está a fragmentar o sono. O melhor? É não te lembrares de nada ou de muito pouco.

No sonambulismo, as pessoas estão a dormir. Se as acordarmos, há um estado de desorientação, porque despertam e estão na sala ou na cozinha (quando a última vez que estiveram conscientes estavam na cama, a dormir), mas não é perigoso fazê-lo. Assegurem-se de que não estão a pôr em risco a sua segurança e acompanhem-nas até à cama, calmamente.

É mais uma daquelas maravilhas da Natureza, designado por sono uni-hemisférico e nós dávamos tudo para conseguir tê-lo! Este «truque» evolucionista permite aos golfinhos dormir com uma metade do cérebro de cada vez, mantendo-se conscientes com a outra. Assim, conseguem vir à superfície da água respirar, mesmo quando estão a dormir. São as verdadeiras criaturas sentinelas do mar.

Os bebés só conseguem distinguir o dia e a noite por volta dos 4 meses, porque só nessa altura ocorre a maturação do relógio biológico. Por isso, é mito que os recém-nascidos precisem de fazer as sestas com luz e barulho. Além disso, dormir com luz e barulho vai alterar a qualidade do sono dos bebés.

Os microdespertares (com uma duração inferior a 30 segundos e dos quais não nos apercebemos) e os despertares (com duração superior) fazem parte da estrutura normal do sono. É normal despertarmos no fim de um ciclo de sono, por exemplo, e voltarmos a iniciar um novo ciclo. Quando os despertares são muito longos ou muito frequentes, tornando o sono fragmentado e pouco revitalizante, devem ser avaliados em consulta.

Na realidade, o álcool, apesar de parecer que promove o adormecimento, durante a noite, fragmenta o sono. Além disso, sedação não é sono. O álcool, além de promover despertares, de tornar o sono pouco reparador e reduzir a qualidade do sono, reduz o sono REM, que é essencial para a saúde mental e emocional.

Em média, passamos um terço do dia a dormir. Se vivermos até aos 75 anos e dormirmos 8 horas de sono por dia, teremos dormido 25 anos das nossas vidas.

Aparentemente, isto deveria ser bom sinal, se não fosse exatamente o contrário. Apesar de, por vezes, acharmos que quanto mais horas de sono, melhor, este é um conceito errado. O sono, como tudo nas nossas vidas, o trabalho, as atividades de lazer, etc., tem de ser moderado e na quantidade certa. Dormir em circunstâncias pouco propícias ou em horários desajustados não é saudável e pode até ser um sinal de alerta para um distúrbio do sono grave.

Este é um dos mitos perpetuados por vários livros, filmes e outras peças de cultura desde sempre. Ressonar tornou-se um objeto de comédia, mas, em medicina do sono, pode constituir um sinal de alarme para distúrbios do sono, como a apneia do sono. É necessário deixar de normalizar o ressonar e verificar se há algo mais por detrás disso.

Frequentemente, há a ideia de que, ao ser-se velho, não é preciso dormir-se tantas horas (aquele outro mito: «quando morrer, logo tenho tempo para dormir»). É verdade que o envelhecimento traz desafios e dificuldades para o sono, desde doenças a múltiplas medicações, isolamento social, falta de rotinas, entre outras, mas, na realidade, as necessidades de sono são as mesmas do que em adulto. O que acontece ao envelhecermos é que perdemos a capacidade de gerar sono na quantidade e qualidade suficientes como antes conseguíamos. Se têm idosos à vossa volta a dormir mal, levem-nos a uma consulta.