Há conversas que não se esquecem.
Porque nos tocam onde é difícil pôr palavras, porque levantam véus, porque abrem espaço para pensar — e sentir — de outro modo. E é exatamente por isso que temos este episódio: para continuar a escutar o mundo com mais profundidade, mais humanidade e mais verdade.

As palavras são de Diana Pessoa, médica oncologista pelo IPO de Lisboa, formada em oncologia integrativa e medicina funcional pela Universidade de Minnesota. Uma profissional que alia conhecimento científico, sensibilidade humana e presença emocional na forma como cuida de quem recebe um diagnóstico de cancro.

A oncologia integrativa é uma abordagem que olha para o ser humano como um todo: corpo, mente e emoções. Vai além da medicina convencional — não para a substituir, mas para a complementar com novas ferramentas, novos olhares, mais presença.

E talvez o mais impactante da conversa com a Diana Pessoa tenha sido a forma como ela define o cancro:

“É um grito de ajuda. É o corpo a dizer-te que assim já não consegue viver mais.”

Segundo ela, muitas vezes este grito nasce de traumas não resolvidos, de emoções reprimidas, de padrões de vida que sufocam a verdade interior da pessoa. Colocar sempre os outros em primeiro lugar. Viver num estado de alerta. Reprimir ressentimentos. Sentir falta de sentido na vida. Estes fatores emocionais, combinados com o estilo de vida moderno — alimentação industrializada, sedentarismo, exposição a toxinas — criam o terreno ideal para que o cancro se instale.

Mas há uma boa notícia: apenas 5 a 10% dos cancros são, de facto, genéticos no sentido mais estrito. O resto depende da nossa interação com o ambiente. E isso significa que temos mais poder do que imaginamos. Há escolhas, há caminhos, há formas de reencontrar o equilíbrio — desde que com apoio, acompanhamento e verdade.

“O que torna um médico brilhante é a sua inteligência emocional. E se tu não fores uma pessoa com vontade de ir a fundo, dificilmente conseguirás ajudar o teu paciente.”

Neste episódio do podcast DoBem, falamos de cancro, mas falamos também de longevidade, de escuta, de equilíbrio e de transformação. Porque, no fundo, saúde não é apenas ausência de doença — é a capacidade de viver com presença, verdade e plenitude.