DoBem.pt | Será o Glúten Um Inimigo Público?

O glúten é um inimigo?

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02.02.2023
Glúten

Como é que de repente já não suportamos mais os cereais que são tão nutritivos? O que desencadeou tudo isto? Cereais tais como o trigo, o centeio e a cevada já não são bons para comer? Será o glúten um vilão? Sim e não!

 

“Glúten: o inimigo publico” – este é o nome do documentário emitido pela RTP3 há uns meses atrás. A nossa equipa assistiu ao programa na íntegra e ficamos surpreendidos com alguns factos – verdades duras e chocantes em relação ao que estamos a colocar dentro do nosso corpo e às práticas cruéis que estamos a ter com os nossos solos.


Por essa razão, desafiamos os nossos mentores a partilharem com a nossa comunidade o verdadeiro significado do glúten. Será que o glúten um inimigo público?
Então vamos por partes.

 

 

 

Glúten: uma palavra desconhecida dos nossos avós que hoje ficou famosa quando o assunto é alimentação saudável.

 

Mas será que o aumento exponencial recente da incidência de doenças auto-imunes, inflamatórias, atopias, autismo, entre outras – tem relação com o pão nosso de cada dia?

 

Esta estrutura tão falada, uma fusão de duas proteínas do trigo – a gliadina e a glutenina – que se forma quando misturada com água e com energia mecânica, é muito utilizada e adorada pela indústria alimentar, pela sua capacidade em dar volume, elasticidade, estabilidade e textura aos alimentos. Mas é uma molécula muito complexa, com grande risco de gerar alergia e sensibilidades na população geral.

 

O principal problema que esta estrutura proteica em excesso causa é uma alteração (“quebra”) da barreira intestinal. As células do nosso intestino funcionam alinhadas como um muro, para evitar a entrada de alimentos, bactérias ou qualquer outra substancia indesejada para dento do nosso sangue. Porém, o glúten tem a capacidade de alterar essa proteção e isso gera um descontrole imunológico no nosso corpo, condição hoje relacionada com doenças como a diabetes tipo 1, a tireoidite de Hashimoto, etc…

 

Como deu para notar no parágrafo anterior: o problema é o excesso. Parafraseando Paracelso, “o veneno está na dose”.

O grande senão do pão de hoje é o processamento, a hibridização, a transformação genética do alimento e sua exposição à substâncias tóxicas como pesticidas e antibióticos. Aí é onde reside atualmente toda celeuma, toda confusão e toda rejeição a este cereal tão consumido e apreciado no passado.

Então, comam pão! Mas não-processado, com baixa carga de gliadina, com fermentação lenta e biológico e feito com os trigos ancestrais: Einkorn, Emmer, Barbela, … E claro, com moderação.

 


 

A DoBem pergunta: depois de teres visto e sentido o documentário e de teres escrito sobre o glúten, fica a questão: ele é ou não é um inimigo público?

O grande problema da nossa alimentação hoje, de uma forma geral, e aqui especificamente em relação ao glúten, é que deixamos de comer o alimento da forma natural e original, como fizemos ao longo da nossa existência… e hoje consumimos produtos chamados, erradamente, de alimentos, carregados de químicos (como os pesticidas) que alteram os valores nutricional do alimento e interferem com a informação que estes levam ao nosso organismo.

No caso do trigo, e consequentemente ao glúten, hoje temos um cereal, que é produzido em latifúndios e em larga escala, onde – para que sua produção seja viável – são adicionadas grandes quantidades de químicos, como por exemplo o glifosato. Este é o inimigo – aquele que veio alterar o alimento original, natural e saudável, para se tornar um agente prejudicial e promotor de doença.

 

 

 

 

Como agricultora, o que mais me chocou neste documentário, foi o que ainda não sabia: que se usa herbicida para secar/matar o cereal.

É proibido ter três ou quatro patos a nadar numa charca (mini barragem) de onde se retira a água para rega. Para rega, reforço.
É permitido forçar a secagem, mais bem dito, matar o cereal com herbicida.
A mera hipótese de apanharmos uma gastroenterite, cuja probabilidade de acontecer deve ser de 1/100000, tem que ser obsessivamente eliminada.

Em contrapartida, podemos ir ingerindo veneno em doses homeopáticas.

O imediato é imediatamente comprovado. O que não se comprova imediatamente não existe.
E é assim que estamos.

Já sabia da enorme degradação da qualidade do cereal em prol de produções em quantidade.
Já sabia de todos, e são muitos, os problemas associados aos transgénicos.
Já sabia que “os transgénicos” não se reproduzem, mantendo a dependência do agricultor, esteja ele onde estiver no mundo, de uma ou duas multinacionais.
Já sabia do uso de herbicida seletivo, o que elimina as ervas e deixa o trigo, a meio do ciclo de crescimento.
Já sabia de tudo isto. E chegava para perceber que o trigo produzido em larga escala sacia a fome, mas não alimenta. 

Não sabia, nem me passaria pela cabeça, que se usa herbicida para “secar”, melhor dito, matar o cereal.
De todo o documentário emitido pela RTP3 “Glúten: o inimigo público”, este foi o dado novo para mim, por isso o que verdadeiramente me chocou.

Sim, porque tudo é uma questão de hábito. As notícias causam impacto apenas quando as ouvimos pela primeira vez. Depois esquecemos. E é com esse esquecimento que contam as indústrias alimentares.

Claro que bastaria pensar nos maiores produtores de cereal para perceber que há alguma coisa que não bate certo. Como podem a Ucrânia ou o Canadá garantir verões que lhes permitam uma secagem natural do cereal?

Como agricultora é chocante saber desta prática! Como é possível pulverizar um campo de cereal com herbicida na hora da colheita?

Para além de todos os males que vêm do produto em si, e que seriam mais do que suficientes, pergunto-me: depois de “morto” através da aplicação de um produto químico, o cereal manterá algum tipo de nutriente?

É esta a pergunta que fica.

Quanto a nós todos, enquanto consumidores, é urgente não nos “habituarmos”. O hábito faz o monge, dizem. Habituarmo-nos a ingerir produtos cultivados (custa-me chamar a isto agricultura) à base de químicos, é vestirmos o hábito da degradação da qualidade do nosso alimento.
Cabe-nos sempre a nós a escolha. 

 


 

A DoBem pergunta: depois de teres visto e sentido o documentário e de teres escrito sobre o glúten, fica a questão: ele é ou não é um inimigo púbico?

O inimigo não é o gluten, o inimigo é o processo criado pelo homem.

 

 

 

Não foi o título que me fez ver um documentário, que passou na RTP3, chamado de “Glúten, o inimigo público”. Se o fosse ver por sugestão do título, talvez demoraria tanto tempo como aquele que vocês demorarão a ir ver.  Glúten, aquele tema já batido e mais que debatido uma serie de vezes. Eu nem sou celíaco, pouco me levaria a ver este documentário. Mas algo aconteceu e eu vi-o, vi-o já duas vezes. E quando o vi pela primeira vez, puxei muitas vezes para trás, fiz muitas pausas, refleti bastante e não entendi muitas coisas à primeira.

Talvez pudesse dar um título diferente ao mesmo, como: “Envenenamento pelo pão” ou “ PÃO, o novo veneno” ou “ Herbicida o tempero do século XXI” ou, calma, tenho um melhor “Glifosato, o SOL da agricultura do leste”. Este último título já vão perceber porquê.

Vou contar-vos como foi:

Cheguei a casa de um dia, completamente cheio, sentei-me no chão perto do meu cão, agarrei no comando e deparei-me com o documentário mais informativo, útil, credível que vi em 2022.

Ali fiquei sentado mais de 50 minutos a absorver tudo, até aos 20 minutos ainda não sabia o nome, quis saber para poder partilhar com a minha família e com a comunidade HortasLX, porque comecei a perceber e a validar tudo o que eu já achava. Então se isto é informação que salva e previne vidas, vou partilhar com quem puder.

 

Este documentário agarrou-me por causa da agricultura e de como a comida que nos chega à mesa tem agrotóxicos – que nós ingerimos sem darmos por isso. Sim! É verdade, neste momento mais de meio mundo anda a ser envenenado!

É uma realidade dura de se ouvir, não é uma conspiração bem inventada. É real, acontece debaixo dos nossos narizes e contamina o nosso organismo todo, lentamente e silenciosamente.

 

Há coisas que sei quanto à agricultura, tenho uma opinião formada quanto à origem da nossa comida, de como é produzida a maior parte da que não é certificada biológicamente. Falo da agricultura convencional, a que coloca químicos de síntese nas culturas e que promove e cultiva transgénicos OGM (organismos geneticamente modificados).

 

Este documentário prendeu-me, porque me fez lembrar, novamente, de algo que nunca esqueci: esta vontade de querer gritar ao mundo que temos que agir e que temos direito, todos, os ricos, os pobres, os animais – todos – a uma alimentação digna e saudável a um custo justo. Foi  sempre algo me transbordou e que me levou a criei as Hortaslx by purisimpl.

 

Temos o dever de fazer uma agricultura responsável, temos o dever de reaver novamente uma agricultura para alimentar e não para matar! Quando cultivamos, cultivamos nas terras do nosso planeta. A agricultura bem feita pode salvar as pessoas e o planeta, a agricultura mal feita pode acabar com tudo.

É urgente agir contra os herbicidas na agricultura, contra o glifosato, round up, etc…

É urgente proibir a entrada de alimento contaminado em Portugal (sim, porque cá não é permitido o uso desses componentes químicos na produção, mas é permitida a entrada de cereal contaminado).

 

Temos que conhecer melhor a natureza, temos que dar mais apoio aos agricultores locais para uma educação ambiental, sustentável ecológica. Temos de respeitar a natureza e parar de criar artificialidades que nos vão matando!

 

Ora vejam,

o trigo precisa de sol para amadurecer e para ficar bom para colher. Muitas vezes, este é produzido em países frios e com menos sol. O resultado é um trigo com bolor e humidade que importamos. Solução? Glifosato para cima da cultura no último ciclo da planta, para iniciar o amadurecimento poucos dias antes de ser colhido e chegar à tua mesa. “Eles” sabem e desejam-te bom apetite, porque o que interessa é o dinheiro! É o que mais querem e é o que vai acabar com eles, com estas 4 grandes multinacionais, os detentores dos cereais no mundo. O que me sossega é que estamos em fase de mudança.

 

E o glúten aqui? O glúten foi quem trouxe tudo isto ao de cima, o glúten só existe quando misturamos a farinha com água. Produtos com glúten são pobres em fibras e em vitaminas. E há mais a saber.

 

 


 

A DoBem pergunta: depois de teres visto e sentido o documentário e de teres escrito sobre o glúten, fica a questão: ele é ou não é um inimigo público?

O glúten não é um inimigo público é um inimigo dos celíacos que se tornou num falso marketing saudável. 

É preciso ter em atenção que existem muitos alimentos sem glúten, e que os que tem glúten e são apresentados sem o mesmo, são alimentos com muito poucos nutrientes.  No fundo, a conclusão que tirei é que nós muitas vezes somos os nossos inimigos.

 

 

 

 

Fala-se muito dos eventuais problemas associados ao glúten como distensão abdominal, gases, diarreia ou obstipação, dores de cabeça, entre outros. Existem, claramente, pessoas que fazem alergia ao glúten ou que tem uma reação imunitária, como os doentes celíacos, mas o facto de não ser bom para elas não quer dizer que seja um inimigo público e que seja para todos. Tal como existem pessoas que fazem alergia a morangos e os morangos são saudáveis também acho que isto acontece com o glúten. Uma alimentação equilibrada e saudável deve conter glúten.

 

Agora, é muito diferente se formos verificar a qualidade do glúten a que a maioria das pessoas atualmente tem acesso. A minha grande preocupação alimentar é com a qualidade do que comemos. Alimentos como o trigo comum atual, que precisam de imensos pesticidas, herbicidas e adubos para crescerem, que depois são logo processados com laminas que provocam a oxidação e onde se retira a casca fazendo farelo e farinha branca e armazenados durante anos, fazem deste trigo um alimento sem valor nutricional.

 

Depois fazem-se pães, bolos, bolachas, tostas, que até podem ser integrais ou escuros mas que não provém de farinha integral, mas sim de farinha branca antiga e já oxidada com farelo vendido em separado, antigo e oxidado também. E que depois deveriam fermentar lentamente criando “bichinhos” (leveduras e bactérias) que ajudam a digerir o glúten, de forma natural mas que mais uma vez a indústria acelera o processo (e muitas vezes até adiciona açúcar) criando fermentações mais rápidas, mas que não têm o mesmo efeito no nosso organismo.

 

Quando estes produtos são consumidos com frequência pelo nosso sistema ele cria uma reação inflamatória em cadeia até o corpo parar. Temos assim acesso a produtos com maus ingredientes de origem, oxidados e já sem grande valor nutricional, com resíduos sintéticos, sem a devida fermentação e ainda por cima sempre brancos (mesmo quando escuros à vista). Para mim este é o real problema. É destes produtos que o corpo está saturado e a reagir. E podemos retirar o glúten que mais tarde ou mais cedo o problema vai surgir com qualquer outra coisa.

 

Na minha opinião é urgente incluir integrais (reais!) na nossa alimentação e pensar que a nossa alimentação não pode ser baseada em constantes “picos de açúcar”. Em vez pão branco, pão de farinhas integrais proveniente de fermentação natural com massa mãe, em vez de massa branca, massa verdadeiramente integral (muitas vezes só nos biológicos é que encontramos massas de farinhas integrais), em vez de trigo vulgar outras espécies de trigo, mais selvagens e com melhores fontes de glúten, centeio, kamut e cevada. Todo um mundo de comida real à nossa frente, mas que nos fará necessariamente fugir à grande indústria alimentar.

 

Estes referidos picos de açúcar são causadores de muitos problemas de saúde, alteram o nosso metabolismo e provocam um grande cansaço no corpo, responsável por falta de energia, distensão abdominal, gases e intolerâncias variadas. Mais relevante, provocam inflamação em cadeia no nosso corpo, sendo esta inflamação a base para várias doenças crónicas, desde doenças metabólicas até cancros.

 

E gostava de vos dizer que acontece apenas com o glúten – mas não é verdade, acontece com os produtos lácteos, com os ovos, carne ou peixe, com molho de tomate, com pickles ou até mesmo vinagre. A “fast food” já não está nas cadeias de restaurantes que frequentamos de vez em quando, está no nosso dia-a-dia, em todas as nossas refeições através dos processos industriais que contaminam tudo o que comemos. Por isso temos corpo à beira da inflamação prontos a adoecer a qualquer momento.

Mas não precisamos de desesperar, enquanto as politicas agrícolas mundiais não mudam podemos nós decidir fazer melhores escolhas:

  • Escolher produtos biológicos, de preferência locais;
  • Escolher marcas e produtos que usam formas tradicionais de produzir, cereais de espécies antigas, sementes selvagens ou que promovem a troca de sementes e que são abertos quantos aos seus processos de fabrico;
  • Evitar tudo o que contenha organismos geneticamente modificados;
  • Evitar produtos de países de origem onde o controlo é baixo, incluindo EUA.

 


 

A DoBem pergunta: depois de teres visto e sentido o documentário e de teres escrito sobre o glúten, fica a questão: ele é ou não é um inimigo público?

Eu concordo com o documentário. Para mim o glúten não é um inimigo público, mas o trigo de má qualidade sim. O trigo pequeno, vindo da Ucrânia e do Canadá, o trigo cheio de pesticidas e herbicidas. Acho mesmo que este tipo de alimentação nos está a adoecer. Cereais, mas também animais, vegetais e todos os alimentos cultivados com sementes adulteradas (GMO) ou enfraquecidas, com o recurso a adubos, pesticidas, herbicidas, antibióticos, hormonas de crescimento e afins. Sem tempo para amadurecerem, sem tempo para fermentarem, sem tempo para crescerem, sem respeitar a natureza. Se por um lado acredito que estes alimentos não tem os nutrientes suficientes para nos alimentarem, acredito também que as substâncias toxicas e sintéticas que ingerimos com eles provocam alterações
metabólicas, na permeabilidade intestinal, inflamam o nosso corpo fazendo-nos adoecer. Sejam as alergias e intolerâncias, sejam as doenças inflamatórias, autoimunes ou cancros.

 

 

 

Glúten: o Bom, o Mau e o Vilão.

O Bom, é uma proteína presente em cereais como trigo, centeio e cevada, altamente nutritiva e rica em fibra. Juntamente com água tem o poder de se transformar numa espécie de cola que permite a elasticidade da massa de produtos como pão, massas, biscoitos, pizzas e o que mais a imaginação permitir.

O Mau, com a revolução industrial e o passar do tempo, transformaram-no numa ‘cola’ cada vez mais forte e tenaz, com o intuito de acelerar o processo de produção e confecção, mantendo sempre aquela beleza aparente. Todavia mais resistente e de difícil digestão, o glúten colabora com a maior parte dos distúrbios digestivos e intestinais.

O Vilão, qualquer distensão abdominal, diarreia, alergia, perda de peso ou transtorno do género, encaminha-se para uma dieta sem glúten. E com isto cresce um negócio altamente rentável. O glúten passa a ser o grande vilão, o tal inimigo público número 1. Já ninguém lhe dá hipótese, nem médicos, nem pacientes. Paira uma nuvem negra em todos os alimentos que contêm glúten, como se por si só fosse o único malvado da história da saúde.

 

E aqui começa “A minha história”…

 

Ao longo de milhares de anos, viver implicava uma relação estreita e íntima com a Natureza, onde encontrávamos todas as respostas e vivíamos em uníssono.

Ao perdermos o contacto com a natureza e com os seus ciclos, perdemos o instinto que provém dessa ligação íntima. Deixámos de nos alimentar com alimentos vivos e simples de acordo com a nossa geografia, ao sabor das estações do ano.

Deixámos de poder observar e conseguir ler o nosso corpo. Abandonámos a capacidade de nos auto curarmos.

Passámos a consumir alimentos artificiais, produtos processados e quimicalizados ao sabor do marketing que empurra o carrinho por entre os corredores infinitos do supermercado. Ávidos do imediato tornou-se mais fácil comprar uma qualquer refeição pronta e embalada do que colar o umbigo em frente ao fogão e cozinhar. E com isto ficamos mais doentes e com falta de discernimento.

A raiz dos grandes malefícios do nosso tempo.

 

Ora se aquilo que fazemos mais vezes, todos os dias ao longo da nossa existência é comer… Seria absurdo a chave da nossa saúde não estar relacionada com a alimentação e a qualidade do nosso sangue que daí provém.

Significa que é nesta relação entre aquilo que comemos diária e frequentemente e a forma como escolhemos viver que se encontram as respostas que ditam a nossa saúde.

Significa que o glúten é só um fragmento revelador da nossa condição de saúde no geral e trato digestivo e intestinal no particular.

É o mesmo que dizer que um trato digestivo e intestinal suficientemente forte e saudável terá a capacidade de resolver todo desafio com que se depare, seja um inimigo público como o glúten ou outro qualquer.

 

Aliás reforço o paradoxo de que deixar de consumir glúten sem qualquer tipo de intolerância pode transformar-se por si só em intolerância.

 


 

A DoBem pergunta: depois de teres visto e sentido o documentário e de teres escrito sobre o glúten, fica a questão: ele é ou não é um inimigo público?

O glúten não é um inimigo público – o que é inimigo da nossa saúde não é o processo. Ele pode não nos fazer bem em excesso, mas não pode ser o “bode expiatório”. A fonte que o produz – dependendo de qual é – sim.

 

 

 

A adesão a uma dieta sem glúten tem relevado uma tendência crescente nos últimos anos. As razões deste crescimento são variadas, tanto da parte do consumidor que procura cada vez mais alternativas vistas como saudáveis e novos produtos, mas também muito devido à indústria dos produtos sem glúten que tem vindo a alargar a sua gama, ao longo dos anos, nas prateleiras do supermercado.


Em teoria, o glúten é a parte proteica de cereais como o trigo, o centeio, a cevada e outros produtos derivados. Em termos de saúde, uma alimentação isenta de glúten é unicamente recomendada a quem padeça de doença celíaca, ou tenha alguma sensibilidade ao glúten não celíaca ou a quem faça alergia ao trigo. Nas duas primeiras situações, a ingestão de glúten causa uma inflamação crónica no intestino que provoca sintomas gastrointestinais como o inchaço, a dor e a diarreia, que se não forem tratados a tempo podem ter consequências para a saúde.


A grande questão é que, em Portugal e na Europa, a doença celíaca e a sensibilidade ao glúten não celíaca continuam subdiagnosticadas, o que significa que pode haver pessoas sem sintomas ou que até apresentem alguma sensibilidade, mas que por falta de diagnostico, não tem conhecimento da sua situação de saúde. É preciso estar atento aos sintomas e, no caso de dúvida, procurar ajuda de um profissional de saúde.  


No fundo, a ideia é que cada pessoa vá, ao longo da semana, alternando os cereais que consome. Existem variedades muito interessante como é o caso do trigo-sarraceno, da aveia, da quinoa, do millet, do amaranto ou da tapioca que proporcionam sabores e texturas distintas em cada combinação. Deve, também, ser dada preferência aos cereais integrais e biológicos, em detrimento dos refinados e optar por cereais que tenham passado por um processo de fermentação lenta, como é o caso do pão de massa mãe, que permite uma melhor digestibilidade e absorção dos nutrientes.

 

O sucesso dos hábitos alimentares saudáveis depende exclusivamente da motivação de cada um. De perceber que é possível compatibilizar uma alimentação equilibrada e variada com pequenos excessos e de que esses pontuais comportamentos não têm qualquer impacto no peso, na gordura corporal e sobretudo na sua saúde. Descoberto esse equilíbrio, a sua vida nunca mais será a mesma.

 


 

A DoBem pergunta: depois de teres visto e sentido o documentário e de teres escrito sobre o glúten, fica a questão: ele é ou não é um inimigo público?

No que toca ao glúten não é considerado um “inimigo público”, mas creio ser necessário reduzir as quantidades e em alternativa ingerir outras fontes de cereais, de forma a tornar a alimentação o mais variada possível. Isto aplica-se não só ao grupo dos cereais como também ao grupo das frutas, legumes, proteínas, leguminosas, frutos secos… entre outros. Dessa forma evitamos expor o nosso corpo sempre ao mesmo alimento, o qual consumido de forma excessiva e para determinadas pessoas, pode ser prejudicial.